Friday, May 25, 2007

retrato do escritor enquanto jovem



faltam dois anos para eu completar 55 anos, idade em que prometi a mim mesmo, inspirado por pedro nava, começaria a escrever alguma coisa do meu baú ainda sem ossos.

horas há em que penso em encerrar a carreira antes de começar. as vezes consigo ser trevisan. pior ou melhor não me faz a diferença de ter estilo próprio. dos escritores que comentam-se bons, leio e não vejo onde. dos que tratados como ruins, neles encontro as exceções, que não encontro nos bons.

tenho porém uma qualidade, a maioria das coisas que escrevo não parece simpáticas as pessoas, já que ando contra a corrente até dos contra-corrente, muito embora um ou outro comentário, que não sei qual a intenção, diz que eu deveria escrever um livro, talvez uma tentativa de arrastar-me para o poço sem fim onde quem sabe afogue-me na minha mediocridade.

disso não tenho medo. o que me mete medo na escrita é não ser um fracasso total. isso é que me é exasperador.

pode se conviver com o sucesso ou o fracasso mas eles tem ser totais. ao meio se equivalem. e isso é pior que o nada em sua expressão absoluta.

p.s. até que provem o contrário ninguém ainda conseguiu ser absolutamente medíocre na escrita. nem o paulo coelho a quem tanto acusam de ser o medíocre dos grandes(nunca um grande mediocre, que isto não é a mesma coisa).

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