Monday, December 08, 2014

sim, houve uma vez um verão - ou foram chuvas de ?

lembranças do velho(hoje se diz vintage) e bom vox country western, cujo corpo foi devorado por cupins anos mais tarde, depois de tantas e boas, pela estupidez do desvelo de proteção de outras caixas por quem trouxe tábuas que seriam base -e foram - da contaminação por sua proximidade como calço protetor de colunas de som. do carcomido, guardo o braço; nem que seja para martelar a(minha) cabeça, e as tarraxas que continuam girando sem cordas, esfoliando aquela sensação de quem sabe que nunca mais me afinarão.
e digo mais; que da canção do tempo só o tempo sabe a letra. e tome um sol menor.

Wednesday, November 19, 2014

pé atrás

                  não confio em quem usa "doirado" nem mesmo que seja "d´oiro"

Thursday, November 13, 2014

a minha condição ou vai ser feliz assim na casa do caralho!

ao contrário de tanta gente que consegue ser infeliz até na sua felicidade, eu me safo porque de fato sou feliz até na infelicidade que me fez sua parte.
ao contrário da canção popular, me viro melhor quando tá mais para ruim do que pra bom; e olhe que de certa maneira eu sou até um comodista do caralho.

Tuesday, November 11, 2014

Sunday, November 09, 2014

pé de página


























sim, os livros são uma janela para o mundo. mesmo quando se dá as costas a ele, ao mundo, e nalguns casos, até aos próprios livros depois de lidos ao desprezo. creio que há livros que não se esquece jamais, pois estamos dentro dele ou ele dentro de nós, ainda que esqueçamos quem os escreveu e até os personagens ou o conteúdo não ficcional. mas para alguns as janelas do mundo permanecerão fechadas para sempre. principalmente para os leitores de um livro só - a bíblia principalmente -  ou o capital que seja, ou o decameron ou a ilíada, ou ulysses ou o arco-iris da gravidade.  

e atenção: por mais bonita que seja a arrumação da biblioteca, livros são para serem desarrumados. só assim desarrumam o pensamento que se quer sempre em pezinhos de barro. sim, ao contrário de quem pensa, muito ou pouco, muito pelo contrário, livros são "para confundir e não para explicar". pois o mundo explicadinho, convenhamos está se transformando nesta merda que vivemos. portanto, leia, desarrume, desaprenda e faça de novo, e de novo, até não precisar do rascunho dos outros no de dentro para fora ou no de fora para dentro dos livros.

Wednesday, October 29, 2014

auto-didata


vivo o tempo - ou para os pobres de espírito - a idade onde, mais do que sinto, tenho a certeza e uma necessidade visceral de aprender mais e mais.

mas não quero que me ensinem absolutamente nada mais do que eu não já não saiba, e mesmo aquilo que não sei do modo que outros julgam saber.

estou farto dos modelos de aprendizado oficiais, dos quejandos comportamentais, dos espiritualistas de balcão, dos sensitivos de tudo, da educação dos farrapos, dos dito cujos bons modos, do politicamente correto, dos ai-que-não-me-toquem,dos consultores e dos personal dos despersonalizados, dos títulos e das graduações compradas, sejam a prestações ou a punhetas mal-batidas.

para os "mba", o recadinho ao pé de página: vão as putas e os putos que os pariram! gatos de rua tem mais saber universal do que qualquer acadêmico pós-graduado seja no que for.

olho no homem, olho no prato. esta lição já vale por todas que jamais decifraram as verdadeiras razões dos ronronados.

Thursday, September 18, 2014

inversamente desproporcional ou há um chato no buda(não confundir com um chato na bunda)

acredite. no fundo, no fundo, mas não precisa ir tão fundo,as pessoas irão lhe conquistar - e você a elas - muito mais por seus defeitos do que por suas virtudes.

aliás, em se tratando de certas virtudes, você não conquistara ninguém, sequer um cachorro abandonado, caso não abstenha-se das cujas ditas.

isso não quer dizer que esteja afirmando que as virtudes são desprezíveis. não são. mas muitas vezes o portador delas o é. e quão mais virtuoso mais pé nos escrotos.

então a escolha e decisão de preferir ser mais ou menos virtuoso e ou mais ou menos conquistador é sua.

o fato é que o inversamente proporcional, é inteiramente desproporcional no caso. e desprovido de qualquer densidade deontológica relevante, já que toda conquista, inclusive da virtude, diria buda? não faz sentido.

então como não achar buda, o supremo virtuoso, um chato? diga lá você da sua virtude mais ou menos cacete ou do alto dos seus defeitos menos ou mais irresistíveis.

Sunday, August 31, 2014

receita refeita

se você já leu o post abaixo, a receita recebeu um adendo, só para não dizer que não falei de amores. se não, ladeira abaixo o que nem sempre significa ladeira acima.

receita da felicidade

três ou quatro gatos pingados. mas castre-os ou serão quatrocentos. ou dúzia ou o que seja de vira-latas, aparentemente pulguentos. mas só aparentemente. porquê ninguém é feliz com pulgas. sejam elas do tipo que for, inclusive as familiares. e desde que você tenha tempo para eles. ter animais e não ter tempo para eles, acredite, sei do que estou falando, é uma infelicidade.

uma casa pequena. na proporção das suas maiores necessidades. de janela para rua serve, mesmo se o bairro não tiver boa fama- que provavelmente não será melhor que a sua -  mas se jardim e quintal, passarinhos chegam. e vista pro mar espuma que nem champagne, mesmo que você lá não mergulhe. melhor ainda em "cidade do interior". e ainda melhor se nos arredores. quer chegar ao centro das coisas? não vá direto ao ponto. belisque os arredores(vale para o sexo também).

livros sim, mas não muitos, porque muitos livros dão alergia até em quem não os lê. só os essenciais: aqueles que você leu, releu e lerá, e aqueles que você nunca leu ou lerá porque estará sempre a espera do amanhã com mais tempo. leia os clássicos mas dê uma chance aos novos mesmo que eles não mereçam. é a melhor forma de recordar a juventude sem chorar.

discos na vitrola, mp3 ou o que for. mesmo critério. os pra lá de ouvidos, os nunca, mas neste caso cabe os nem tão ouvidos nem tão por ouvir. o estilo? convém não perder o bom gosto como se faz agora. nem tão modernos, nem tão passados. os clássicos vão bem neste caso. mas lembre-se clássico é um período da música erudita, estou me referindo aos vintages da música popular. no caso da erudita, prefira "os allegro ma non troppo". idem para decoração do lugar. menos é mais. menos na dispensa, porque lá o menos é nada. e o mais você come e logo se torna menos. e menos mal será se o fizer com uma certa moderação, principalmente aos domingos e feriados, que são dias tão infelizes-apesar de parecem o contrário - que se come pelo tédio.


no bolso, idem. sem excessos. mas sem faltas. neste caso convém um dinheirinho a mais para um moscatel de setubal ou algo que o valha. a bebida; sim é um veneno. mas a felicidade também o é. por isso a graça é envenenar-se aos pouquinhos e nunca de vez em quando aos borbotões. dá ressaca. ressaca de felicidade é pior que bebida.mas aos pouquinhos você vai longe sem maiores dores de cabeça ou de coluna.

arranje alguma coisa para fazer. melhor arranje duas. uma delas que você termine no mesmo dia ou na mesma noite. e a outra que teste sua paciência e perseverança. esqueça aquela baboseira de perseguir o sonho. e que sonhos não envelhecem, não morrem jamais. morrem. e você morrerá ainda mais infeliz se não tiver a capacidade de sonhar novos sonhos todos os dias. mas tome um certo cuidado porque sonho é para quem dorme, no ponto principalmente. e como a morte não passa de um sonho profundo que torna-se pesadelo porque sempre queremos acordar. então convenhamos que sonhar nem acordado.

no mais, seja simples mas não seja simplório. alimente o complexo mas não o de fachada. e aprenda a tocar um instrumento, nem que seja assobio. mas por favor não faça isso na frente dos outros. é uma coisa desgraçada a gente levar a felicidade no bico principalmente na frente dos outros.

por isso você pode assoviar lindamente dentro de um fusca, uma velha kombi, ou jipe que também fazem parte da receita da felicidade(o tempero das estradas por onde andar você mesmo coloca). nestes casos,  mesmo sobre rodas é como se estivesse caminhando ao encontro da felicidade, só poderia, ora bolas! ninguém caminha assobiando para lugar nenhum.

https://www.youtube.com/watch?v=57oEAHH-LrQ

in tempo: você pode perguntar ou ter estranhado a falta de um amor - ou de amores - na receita da felicidade. afinal, como já dizia o compositor, "fundamental é mesmo o amor, é impossível ser feliz sozinho". como não sou poeta mas sim um "poetastre", direi que se a sua felicidade depende mesmo de alguém, então você está fodido e mal pago. o amor, é certa a coisa, é ama te, fiel mesmo, é da infelicidade. felicidade,  no caso, é apenas mais um ficante.

Sunday, August 03, 2014

o zumbido homicida ou mais ou menos um filho da puta metido a escritor

tiros na vizinhança. mataram alguém. uns gritam outros sussurram. na minha cabeça zumbido da dúvida cruel: um filho da puta a mais ou um filho da puta a menos? deixa estar, qualquer que seja a conta, o mundo já tresanda além da conta com o mais ou menos destes filhos da puta. (originalmente publicado no guardanaposdescriturario.blogspot.com)

Thursday, June 12, 2014

sem cacos

gostar de quem não se conhece, até se entende. também pudera: é cada dia mais comum a sensação de proximidade. até mais do que isso: de intimidade, com aqueles que não conhecemos mas que vemos como ideais. ainda mais nestes tempos em que a vida digitalizada vai se tornando parte da nossa, na verdade vai tomando a nossa, vai esmagando a nossa, e passamos a sobreviver pelo nível de digitalização que conseguimos alcançar o que, caramba, é complicado, quando se fala de emoções primais. o vazio em nossas vidas é antagonicamente aumentado quanto mais o tentamos preencher pela via midiática. 

agora, o paroxismo disso tudo é : não gostar de quem não se conhece. ainda mais por ouvir dizer. só mesmo uma vida em desgosto profundo se queda a tanto por tão pouco. e se perde de tudo que poderia se transformar em vida de verdade pelo fato de continuar a gostar de um desconhecido midiático que também como desconhecido - uma coisa é o que se vê outra a que se enxerga - traria consigo todas as possibilidades de horror que atribuímos a outros pelo nosso desconhecimento ou conhecimento emprestado( e a que juros, a que que juros!) desgostamos horrorosa e cruelmente, impelidos pelo próprio horror que hoje nos habita, e se apossa, impelidos pela mídia de cada dia que nos transforma a cada segundo que passa em pessoas adoráveis mais que detestaríamos conhecer a fundo. não é à toa que hoje a maioria não gosta nem de si mesmo quanto mais dos outros. 

chegamos a um ponto que quanto mais conhecemos uns aos outros preferimos gostar do "desconhecido"( e muita gente não se toca disso) que nos permite acessá-lo como ele se apresenta, de forma muito estudada para nós. e não como nem ele pensa que é. 

gosto mais de todo aquele que se deixa conhecer diante do "espelho"; e que descobre que não era bem isso que imaginava. e que se resolve bem com isto e não como o espelho partido dos outros.

des/conhecidos digitais, sempre pela metade ou terço que mais lhe convém terminam por ser um desgosto ao gosto do gostar a quem ainda não se conhece sequer o que gosta em si mesmo.

  

Tuesday, June 03, 2014

perto é um lugar que não existe

costumamos nos apaixonar pelas pessoas que não conhecemos quando as pessoas que conhecemos nos desapaixonam. seria intrínseco ao ser humano tornar distante o que está perto e tornar perto o que quanto mais distante mais possível quando o perto já se tornou o impossível?

ou o ser humano é mais do que pensa -e realiza- do que pensamos ou é mesmo uma grande bosta.

Wednesday, May 14, 2014

leitura para funkeiras de fino trato


muito mais casto - e valoroso - do que a maioria das letras dos funks que andam por ai. aquelas que atiçam mas não educam. sim, em matéria de filosofia também dá de zero na valeska, que já foi popozuda, hoje nem isto. e cá pra nós: beijinho no ombro é coisa de quem nem dedo pra chupar tem.

Sunday, May 04, 2014

escolha as armas







" o estudo do belo é um duelo em que o artista grita de pavor antes de ser vencido " (baudelaire). 

então sou desse que prefiro este grito de pavor a mudez pálida e sem sangue ante as coisas feias da vida. mas não façam disso epitáfio, se faz favor.

Wednesday, April 30, 2014

discutindo a relação

todos nós, em alguma fase da vida, somos inteiramente apaixonados por nós próprios. alguns chegam a adoração. entretanto, sob a força do hábito, do viver, e do tempo, alguns dão um tempo.

neste ínterim, boa parte, segue em frente e arruma novas paixões, de si para si, ou de si para outrem. outros, no entanto, como se não houvesse saída ante o panorama da diversidade, quase sempre assombrosa, voltam a querer-se, por tédio, covardia, costume, o tal hábito, e nem sempre por tirinhas mas até por demasiado, como se tudo o que foi antes, pudesse ser agora e sempre, para sempre o mesmo configurado sem a menor possibilidade de up-grade. 

é ai que a infelicidade bate a sua porta. para sempre. e tome uma vida "crasha".

Saturday, April 19, 2014

enquanto lá fora rola o feriado

aquele que olha de fora através de uma janela aberta não vê nunca tantas coisas quanto aquele que olha uma janela fechada. não há objeto mais profundo, mais misterioso, mais fecundo, mais tenebroso, mais radiante do que uma janela iluminada por uma candeia. o que se pode ver à luz do sol é sempre menos interessante do que o que se passa por detrás de uma vidraça. neste buraco negro ou luminoso vive a vida, sonha a vida, sofre a vida. baudelaire, pequenos poemas em prosa (o spleen de paris).

Sunday, April 13, 2014

bichinhos de estimação

"no jardim da minha memória, moram três leopardos. o primeiro, o mais bruto, pontapeia pela relva a minha cabeça fracturada, novelo de tricô, em carne viva. o segundo, o mais astuto, devora, num canto, o meu cérebro, um bocado a cada dia, apenas pelo prazer de ver a minha lucidez definhar. o terceiro, o mais sonso, logo, mais perigoso, nada faz, uma esfinge, sentado sobre as patas traseiras, olhos fixos, sorriso de buda estampado no focinho. é este, o terceiro, que me assusta. é ele que me me aguarda quando eu nada lembrar; nada souber. quando estiver sozinho, desamparado,a olhar para as árvores desfolhadas do passado, sem poder diferenciar uma cerejeira de um carvalho, quando, naquele jardim, antes tão cheio de vida, só houver confusas reminiscências, espécie de erva daninha que entorpe e asfixia. será aí que ele, o derradeiro felino, dará um único e preciso salto em minha direção. 
e aí, amigo, o que vai será de mim? e aí, amiga, será o fim" (edson athayde in jonas vai morrer)

Wednesday, April 09, 2014

"lepo lepo"


e por falar em estar sozinho, e na pessoa difícil, penso que: excetuando-se as difíceis paranoicas, levam uma vantagem em relação às fáceis; desenvolvem uma relação estreita e contínua;uma amizade duradoura com a solidão, e que costumeiramente, desde que haja algum talento, há de render bons frutos. o silêncio dos pensamentos é algo de muito boa companhia ao contrário do burburinho de mediocridade que a facilidade dos dias atuais possibilitou.


mostre -me um difícil medíocre, e eu lhe mostrarei um dono sem cão. 

Saturday, March 29, 2014

sem complexos - e sem vírgulas

de uma lista de quase mil nomes garimpados talvez em algum dicionário escritos em papéis kraft cinza bem gramaturados nos quais nos anos cinquenta se embrulhava carne de charque um a um listados pela etimologia ou seja pela origem e significado meu pai escolheu meu nome o que anos mais tarde me passaria na cara enquanto ainda garoto ao que não dei muita importância apesar do latim celsius excelso ou seja sublime elevado alto até porque anos a fio esbravejei até quase me acostumar a vê-lo escrito como selsun nome de shampoo contra caspa sem falar no celsio sezio çelcio e também nem sequer ao entendimento do orgulho de ser nome incomum da época ao tempo que hoje já tão comum que até me fazem raiva certos homônimos tivesse nascido hoje etimologia às favas pelos encontros desencontros vocabulares ou lá que seja do mesmo pai creio que não seria um wanderglaysson da vida o que não garantiria vida mais ou menos facilitada o que por certo um bom ou mal nome faz e desfaz o que se torna relativo num mundo onde a avaliação do nome começa pela carteira e que por isso mesmo me faz ficar puto quando colocam o senhor na frente o que acredito ser desrespeito ao nome de qualquer um que seja e no meu caso ao meu pai afinal foram quase mil nomes escolhidos a dedo para se colocar um senhor que não significa nada mais nada menos do que o resquício de um tempo colonial escravocrata ou reverso de uma modernidade onde é mero índice prestidigitador de um falso atendimento esmerado que os manuais de serviço ao cliente recomendam para se evitar a informalidade que hoje não é mais bem vista diferentemente da que havia no tempo em que meu pai escolheu um a um entre mais de mil nomes o nome que para ele nunca soube ao certo me faria uma pessoa melhor e ou superior aos demais o que deveras parece não aconteceu pois me acostumei a ele como todos se acostumam mais dias menos dias uns mais outros menos com os nomes sejam eles complexos ou nem tanto uns e outros a depender do cingido sem complexos como aconteceu comigo



Thursday, March 20, 2014

marcando território








o mais feroz dos animais domésticos é o relógio de parede: conheço um que já devorou três gerações da minha família. mario quintana

Thursday, March 13, 2014

tá estranho ou cuidado para não sair por onde entrou e ou vice-versa




"Um sujeito trajando bermudas dessas com bolsos laterais largos, uma camisa esporte qualquer e um par de sapatos irrelevante vinha com um saco da tal farmácia na mão, acompanhado por alguém que parecia ser um velho amigo, daqueles com quem a comunicação oral já foi tornada quase dispensável pelo tempo. Mesmo assim ele dizia:
Estranho, velho... muito estranho. Muito estranho. Muito estranho... Tá estranho...”. A cada repetição da palavra, a estranheza ia ganhando peso e concretude, tornando-se mais indigesta, ácida e cabeluda. A que diabo de estranheza estaria aquele passante de short cargo se referindo afinal?
Aquilo magnetizou minha atenção de tal maneira que me fez levantar da mesa, deixar sobre ela óculos, xícara e outros pertences para tentar ir atrás por alguns metros e desvendar algo mais daquela mensagem cifrada que, apesar do curto vocabulário e do excesso de repetições, parecia conter uma dose incomum de sabedoria, especialmente se comparada à cota média dos comentários colhidos ao pé do ouvido naquele movimentado passeio público.
É violência, desigualdade demais, medo, economia zoada, gente pobre e rica se acabando no crack, o povo passando mais tempo numa caixa de lata com rodas tentando se mexer na cidade do que vivendo, uma pressão desgraçada e uma competição animal até para comprar um pão com manteiga na esquina, corrupção nojenta até nas esferas mais insignificantes do poder, empresas estatais gigantes à deriva, povo na rua reclamando e quebrando coisas a toda hora, gente amarrando ladrão no poste e descendo o sarrafo. Estranho... tá tudo muito estranho...
Tô pensando em ir embora disso aqui, véio...” foi concluindo nosso personagem enquanto amassava entre os dedos a boca do saquinho de papel com logotipos de laboratórios que trazia nas mãos."
( excerto do texto do paulo lima, publisher da trip, sobre conteúdo principal da edição)


Sunday, March 09, 2014

e por apenas mais 2.627, reais você leva o ar-condicionado "grátis", esbodegava-se em tal apelo o locutor

clélia de souza e silva dando ares da sua liberdade por aqui;
com seu fiel gurgel que não a descabela há 28 anos

a tal da maturidade, em mim é como ar-condicionado em carro popular:o carro custa tanto e mais tanto se quiser o ar; 

então pra sentir você tem de pagar - pagar pra sentir é sempre uma exorbitância;

em sendo assim, eu continuo um teen emocional: a cabeça fora da janela do corpo, é isso ?



Saturday, March 01, 2014

Wednesday, February 19, 2014

pensamentos que artistas brasileiros(os que algum dia tiveram) esqueceram ou grande fito páez

As pessoas são as pessoas. Os artistas são os artistas. Você, como artista, não pode depender da chegada da sua obra, de como ela é recebida. Você tem que fazer coisas porque tem a necessidade física e espiritual de fazê-las. E se as suas coisas não chegarem ao público, você não pode se ressentir disso. A produção do artista deve acontecer na intimidade de um quarto, com um papel, uma caneta e uma guitarra ou um piano. E a força que vai ter isso no mundo é outra questão. Não sei se você entende o que estou querendo dizer, mas…
Já tive discos que venderam pouco. Eu gostaria sempre que [a criação] fosse uma coisa compartilhada, que chegasse às pessoas, mas chegar a isso não deve ser o único direcional. Porque o sujeito faz coisas para poder compartilhar [com o público], claro, mas se aquilo que você faz não é compartilhado por muita gente… isso não pode ser um drama. O artista não pode fazer sua invenção pensando em como ela vai ser recebida. Se fosse assim, estaríamos mais parecidos com os políticos, que ficam tentando cooptar votos. Não é assim que as coisas são.

Monday, February 17, 2014

vou-me embora pra passar



creio piamente que enquanto espécie passamos do ponto. e como tudo que passa já não dá mais para voltar. já faz algum tempo. basta ver a nossa vida social, fruto indissociável das nossas individualidades que exorbitaram o ponto em questão.

mas para aqueles que ainda não passaram,talvez haja chance de não queimar etapas rumo ao desperdício, que tantas vezes já acontece em criança. a começar pelo desprezo à verdadeira inteligência e sensibilidade, que culmina ora em tolice, ora na esperteza torpe de mamar no regurgito do chorume cultivado pela ingestão do cruel absorvido pelo apetite da covardia ante o prato feito que merecia um não. 

o homem, até mesmo na hora de ser comido morto, quanto mais vivo, necessita de outros temperos que não a sua fome de tudo, que torna-se gula quando este tudo representa o nada diante de coisas assaz maiores que nos negligenciamos a ver porque somos instigados constantemente a olhar só para o céu, e a clamar enquanto nós mesmos nos matamos ou nos tornamos miseráveis em glórias de fuligem.

vou-me embora pra passar porque lá não existem reis.

Saturday, February 15, 2014

escatológica


não, meu caro, ou minha cara, não vou ser eufemista. ficar velho é uma merda. seja qual for a idade.

e sem essa de ficar falando da sabedoria acumulada, das indefectíveis possibilidades da terceira - que filho da puta teria a coragem de atentar mais esta contra os velhos? - idade.

mas por outro lado, perai. é uma merda mas não é nenhuma dor de barriga. nenhuma diarreia extenuante que vá além de umas cólicas de lembranças aqui e ali, e de um certo torpor nas extremidades inferiores e superiores, para não dizer na "na zona do agrião".

por isso, com as exceções de sempre, dá para levar. com certo humor, atinge-se até velocidade de cruzeiro. mas não arrisque rima perfeita entre o eiro e o bueiro, no percurso entre o quintal e a vontade de ir ao banheiro. 

porém, sim, concretizam-se outros prazeres na vida que não os desprazeres - é o fundo do poço - para além da dama, do dominó, do carteado, das palavras cruzadas, do tricô e, do valham-me deuses, dos bailes em fim de tarde em alguma instituição geriátrica, todas elas uma merda generalizada. vade retro. idem as preparações religiosas para marcar encontros no céu, que isto só funciona no vaticano, e olhe lá, porquê a eles só resta a liturgia, quando não uns pequenos de sobremesa. 

vá sim, nem que seja de ré, para a biblioteca mais próxima. e se não, se lhe falta tesão para os livros, direto ao bar ou puteiro da vizinhança mais próxima, que lá também residem sabedorias milenares. se perdeu a tesão para isso, finda por aqui a leitura e volte lá para os lugares em volta do mesmo.

de resto, se lhes resta saber, se a questão da velhice é ficar na merda, você já passou por isso, em condições muito menos defensáveis quando era jovem e ou extremamente jovem, bebê para ser exato. quem de nós não pastou na merda enquanto recém-nascido, para não dizer lambuzou-se até não mais fartar? até comíamos, coisa que garanto-lhes, não faço mais agora. e que pretendo não o fazer. mas isso são planos. e planos não se deve fazer sem contar com a possibilidade deles darem em merda.

o que é fato é que ainda velho se pode perseguir ideais, sonhos e paixões. desde que consciente da premência do tempo mas sem o desespero que marca a juventude e sua inconsciência de não saber exatamente o que é perdê-la e quando e quanto isto significa. principalmente se você não se deu a chance de ser jovem, fosse qual fosse a sua idade - não se dar a chance de ser velho é a mesma merda também.

e assim na flauta, soltando seus peidinhos, rompa a barra do dia,sem maiores preocupações do ofício. longe dos conselhos médicos que não batem com a patelas desgastadas e das sombras que apressam-se em acompanhar pernas e mentes que antes só pensavam em tornar-se o mais absurdamente visível e que agora divertem-se até com a possibilidade de tornar-se invisíveis até no não foder

sim, repito: a velhice é uma merda. mas pode ser uma merda consistente. principalmente para vidas que ao invés de ficar resumidas ganham - e não perdem - consciência da própria para além dos quocientes impostos. 


Friday, February 14, 2014

confiá(ou simplesmente caminhar)


http://tocomusicadeouvido.blogspot.com.br/2014/02/maradona-e-messi-ficam-devendo.html

(Confiá)

Es posible que ya no te fijes En los cuentos que te cuenta El mundo, no hace más que respirar.Es posible que tus ojos Ya no emitan esa luz que enceguecía Hace algún un tiempo atrás.
Ya se fueron todos de la casa Y la mañana envuelve todo,Todo en un profundo azul.
(La verdad se enciende sola 
Es una flor en el silencio)
Y si hoy ese perfume es el de la soledad, Que quema de luz la habitación.
Yo quisiera hablar Pero lo que doy es un hombre Viendo el norte solo y loco hacia el sur.

Tengo que confiar, saber esperar.Tengo que respirar, es un panic-attack
Y sacarme de una vez ésta cruz.

Oh, la vida son los círculos, Los circulos dan vuelta, Y los circulos se van.

Cuando yo crei que estaba todo bien, en realidad, estaba haciendo todo exactamente mal.


No es tan grave en verdad Las cosas van moviendose Y se mueven a la larga porque sí.

Y si hoy ese perfume es el de la soledad, Si no confiás no vas a ser feliz.


Y me hices hablar A veces es mejor quedarse quieto Con el trago en la mano en un rincón.

Ya nos veremos  (En alguna fiesta), en cualquier ciudad en algún lugar
Cuando me hables con el corazón.

Es tu vida no se puede tocar, Es una caja preciosa no se puede tocar.
Tendrías que saber quién soy.

Oh, Confiá, nena, confiá. Soy todo lo que quieras, También tu suplicio y tu luz.

A vos te gusta la mañana A mi la luna re borracha. Bancátela va a ser siempre así.

No te vendría mal saber que yo no quiero hacerte daño Y ya dejar de sufrir.

Y si me buscás, oh...Vos sos tan incierta, yo también. Y nadie sabe nada, y quién a quién vino a buscar.

Oh, toma my heart, decímelo Contámelo, probame que me hiciste mal, Es una posibilidad.

Y todo lo que no contaste Es todo lo que alguna vez Con toda mi alma voy a confiar.

Lo que pasó fue para bien, No lo trates de entender. Sabés que ya no hay vuelta atrás, 
Tuvimos la oportunidad.

Y si algo aprendimos en el mundo Es que el mejor momento aún no vino, Está por llegar, confiá.


Confiá, confiá Confiá, confiá Confiá, confiá.


Sunday, February 09, 2014

ab ovo usque ada mala ou enquanto caminho ou descanso


não caro leitor, não quero ser o mala, mais do que sou, segundo alguns leitores invertidamente apaixonados. 

a expressão latina quer dizer alguma coisa mais ou menos como do ovo, ou seja da nascença, as maças, que deve você intuir o que seja (se não, está no blog errado).

maças, como já diziam os ingleses(penso que também os romanos),"coma um por dia e mantenha o médico(e a morte) longe". na época elas não tinham agrotóxicos, só a organicidade da bosta mesmo e mais alguns temperos naturais - hoje em dia, informação em profusão, já se sabe, que a maça é mesmo uma benesse da natureza: ajuda a emagrecer (sem hamburguer obviamente), previne infartos, baixa colesterol e até já tem picaretagem em forma de livro, sobre as inúmeras propriedades antioxidantes da maça com diversos benefícios(tem até lista dos dez benefícios e por ai vai).

mas a maça do post de hoje é a música e não a dita cuja, sequer as maças podres que de quando em vez baixo o sarrafo. 

a música é a maça que suaviza as maças do rosto e nos dá alento, quando não sustento, asas e lubrifica a libido, as vezes mais até do que as musas ou musos. 

independente do gosto(e gosto se discute ao contrário do que se diz por ai, muito apropriado para o esquema de dominação que empurra mentes abaixo o grau zero de discernimento e crítica) são muitos poucos os que não convivem bem com a música, excetuando-se talvez os vizinhos de churrascaria com música ao vivo, que goela e ouvidos a dentro, absorvem a música com gosto de borra engordurada.

sem gorduras, e mais para o saudável das maças, eis os links para onde nos refugiamos e que,até por conta disso, retardamos o passo por aqui, o que não significa que estamos sentados sob macieiras esperando levar na cabeça o estímulo ao eureka!

no tocomusicadeouvido.blogspot.com  os "clássicos", assim chamados, para standards e novidades, com refinamento que faz até os cascas grossas, que não são de maças, se sensibilizarem;

no othersongs.blogspot.com  já faz a linha maça exportação. música que não toca nas rádios, nem nas da internet - com raríssimas exceções - e que pedem um pouco mais de abertura de mentes e ouvidos;

no ouvodobom.blogspot.com as canções em português que não rolam e nunca rolaram nas paradas, com gravações inusitadas, que vão além dos rótulos de alternativas e ou independentes, até porque tem muita gente conhecida que você jamais imaginou ser capaz de chegar a tal qualidade* 

é claro - não ficou ou sequer desconfiou? - que estes endereços também são editados por mim. e sendo assim, axé, sertanejo, pagode,forró eletrônico, brega, funk ostentação e os escambau, não tocam nem fodendo - aliás não toco nem se fosse pra foder as dançarinas de tais grupos que, reconheço, valem até umas punhetas. mas é isso e só. até porque, bunda não é maça, e costuma estragar mais rápido do que as manzanas por mais que venham bem embaladas.

derivações a parte, eis uma amostra grátis para você ouvir se aguenta o tranco : http://ouvodobom.blogspot.com.br/2014/02/o-trash-que-e-um-luxo-e-que-nao-deixa.html

*isso é o que, cheio de otimismo, eu penso de você leitor. quanto a mim, creio já ser um caso perdido


Friday, January 24, 2014

abalar é isso e não aquilo que leva as pessoas a dizer que estão abalando






" o escritor desestabiliza o leitor, procura fazer com que ele não tenha seus anseios atendidos - pelo contrário, faz com que tenha suas certezas abaladas. é isso que qualquer arte digna do nome faz: destrói certezas, abre outras possibilidades " - elvira vigna


Friday, January 17, 2014

iogurte é cultura ou seja: garantia de merda certa

sob lacre de embalagem catita de iogurte sabor-nem-sim-nem-não, deparo-me com o seguinte texto: "sabia que os intestinos tem cem milhões de neurônios? e que por isso são chamados de o segundo cérebro"?

minha nossa! - intervalo para dizer que chapei de imediato e não, não me caguei, eu disse chapei - esta informação mudou a minha percepção da vida.

já tinha uma certa desconfiança de que para fazer merda era necessário um certo esforço e uma refinada elaboração ao contrário do que possa parecer de que fazer merda é fácil, tamanha quantidade e, sim senhor, falta de qualidade. isto posto, passamos a ter o conhecimento de que não devemos pensar que produzir merda é algo assim que se faça sem compromisso e concentração. não senhor. já sabemos agora que exige muito neurônio e um longo caminho, o que antes aprendíamos ainda na escola frequentada de calças curtas.

a minha visão de mundo - a tal da weltanschauung, diria eu,utilizando,creio nem uma fração incapaz de melar a cueca dos tais neurônios - metamorfoseia-se agora de forma quase radical. tive uma cólica dos sentidos. creio que devo fazer uma mea culpa por ter despejado tantos impropérios em todos aqueles que julguei produzir merda, seja na minha atividade - jornalismo e publicidade, resumidamente - seja naqueles campos em que meto o bedelho e, consequentemente, onde também escapole, de vez em quando, alguma diarreia para além da verbal/conceitual. 

se levasse ao pé da letra, em vez do desprezo, teria agora o respeito; em vez do dar de ombros, eis o ombro amigo; em vez da implacável mania de assepsia estética, a aposentadoria definitiva dos conceitos rebuscados de equilíbrio, proporcionalidade e harmonia, enfim da formação do bom-gosto. tudo em nome a veneração dos tais cem milhões de neurônios confirmados e confinados à tal produção de elemento tão culturalmente importante e que pode ser visto, ouvido, sentido, comido ou estocado, neste brasil onde certamente, por baixo, são cerca de duzentos milhões de cérebros(imagine isto multiplicado pela quantidade de neurônios do intestino) a consumir/produzir/consumir, uma infinidade de merda tal a começar do tal iogurte. 

mas como não levarei ao pé da letra - nem fodendo - adeus iogurte; com sua produção de falsa cultura lacto-bacilar, cuja única função é coibir ou embromar a percepção do que vem depois da abertura da embalagem: uma quantidade de conservantes, espessantes, e demais co-atuantes que ao fim e ao cabo acabam por dar um nó em nossos neurônios. os tais e os demais.

que venha então, e salve, a coalhada caseira. sem sustos e sem embalagens subliminares. sem esquecer do detalhe, de que tem de ser feita do leite produzido no estábulo ou vacaria, de vacas que pastam sem hormônios, que matam moscas com chibatadas de quebrar munhecas e que vivem e nos dão a consciência e consistência de um mundo que, este sim, torna-se-á mais saudável na medida em que aprendemos consistentemente que merda é merda. e que seu cheiro, tão peculiar e natural, assim o é, para que não engane ninguém. ao contrário do iogurte industrializado, onde cem milhões de neurônios são colocados ao serviço de engalobar 86 bilhões dos que pensam que tem cabeça ao consumir tal produto.

neste caso, toda a merda - a consumida e expelida - vem dai ou ai desemboca.

Tuesday, January 14, 2014

i´m a believer


acredite! você vai fazer muito mais merda ou grandes merdas quando estiver por cima e sóbrio do que quando estiver por baixo e confuso. isso se já não fez uma merda daquelas. 

mas neste caso não se preocupe. é o tipo de situação que se repete, indefinidamente e, ao que parece, cada vez mais e mais, desde o começo da nossa pretensa humanidade.

Friday, January 10, 2014

organza






" aqui eu moro sozinho, não tenho vizinho, até aqui não tem caminho.
aqui eu vivo isolado, e muito bem obrigado,não quero ser perturbado.
aqui eu passo tranquilo, longe de tudo aquilo que nunca fez meu estilo, se alguém morar pra estes lados o que eu quero é não ser importunado".
(matanza, a menor paciência pra isso, no cd/vinil odiosa natureza humana)







já faz tempo. deixei de me preocupar com o que pensam as gentes. sobre mim ou sobre as gentes. se dúvidas haviam, facebooks, e seus comentários, idem demais redes sociais, donde a estupidez, a velhacaria, a tonteria, a filhadaputice torneada, esborra até os portais, metidos a sério mas assumidamente idiotas ou idiotas assumindo-se a sério, estirparam qualquer delas. nem preciso das barbaridades enciclopédicas que a história registra sobre a vilania e maldades humanas ou da mais rasa chamada de telejornal plim-plim.

a tarja humana não me interessa mais. de há muito, apenas, animais; e garanto-lhes que a rima não é proposital, sem necessidade da natureza noves fora.

isso não quer dizer que agora vá abraçar os dragões de komodo e vivê-los à bitocas. ou que passe a desprezar por completo os rabos das loiras e morenas com cabeças de lagartixa. buracos sempre são mais embaixo. mas os estragos são sempre mais em cima. isto é o ser humano, eternamente corcunda.

aliás, nem posso dizer que gente é pra se foder e só. porque gente se fode sozinha até não mais poder. eis a questão, puída da palavras chave: poder-foder, ou vice-versa. 

gatos roronando, cachorros abanando o rabo, jegues zurrando, cabritos berrando, canto das minhocas que seja. até eu surfando ao cantar cabe. no meu quintal mental a confusão tende a se complementar. e com sorte até me sentirei como aqueles que nunca ficaram em gaiolas.

talvez por querer ter sido tão humano eu finalmente tenha me tornado um completo animal. mas nunca de estimação com suas baixas auto-estimas.

*http://www.youtube.com/watch?v=vFAAITsk1uk (para o post ficar mais divertido)


Friday, January 03, 2014

sem resposta

pra trás gentes sem resposta. tal como fiquei dias, meses, anos, décadas, vidas de também ou talvez isso já não importa.

quem disso tudo faça poesia ou remoa em azia crônica de boa ou má qualidade há. em folga equivocada não me dá o tempo essa sensibilidade. 

o que me assunta, é tanto de gente, pouca que seja, que se encontra e se dispersa e não se desperta perguntinha micha que fosse, pois algo me diz que lá isso das não perguntas é o que nos define como parte das gentes sem respostas.