Saturday, March 28, 2015

tamanho é documento? sim ou não, hum!
























questão antiga, sempre atual, e sempre maldosamente vinculada diretamente ao tamanho do "pirilau"(ou também da bunda hoje em dia).

mas afinal, tamanho é mesmo documento? ou seja, atestado de superioridade seja no que for?

para os habitantes de hum, croácia, a menor cidade do mundo, duas ruelas e trinta habitantes, com certeza não. pois para eles hum, é certamente uma cidade sem tamanho. e com uma história em comprimento e riquezas superior a muitas megalópoles, afinal foi fundada no séc.XI.

aquilo que é grande, ou muito grande para alguns - riqueza, poder,entre outras coisas - é nada para muitos ou de tamanho insignificante. seja porque o tem e não valoriza, seja porque não o valoriza ter. não é esta sua opção de vida: ser grande. por menor que isso possa parecer aqueles que se julgam grandes demais, nem sempre por seus feitos. 

e aquilo que é pequeno, passa a ser enorme, para outros, não muitos, é verdade, pois para muita gente, basta o concentrado da essência, que é o verdadeiro gigantesco que faz e dá sentido a existência num mundo tão desigual.

tamanho não tem documento? bom, neste momento estou numa distância descomunalmente grande de hum, com uma vontade tão maior de estar lá, que todo o meu eu desejaria ser microscópico para como um elétron só ligar-me e incrustar-me como um pulsar no prótom hum a beber uma boa biska, a aguardente local, feita com uma receita guardada a sete chaves(não bastaria uma?) 

distancias, vontades, tamanhos. a grande questão do ser humano não é esta, por mais que isso apareça como uma questão enorme e que percebida, falsamente, torna-se ainda mais difícil de entendê-la.

a grande questão do ser humano, não é ser grande ou pequeno. é o ser exato. e grande pequeno não são categorias que possam medir isto com ou sem a menor precisão. pois cada um tem o tamanho que lhe cabe, e que suporta, e que faz dele um ser enorme ou microscópico. nisto reside a sabedoria ou a engenharia das porções e proporções, cabendo-nos como humanos, a partir disto ser muito melhor do que pensamos que somos, no fundo um grande engano quando nos aumentamos sem base ou um pequeníssimo acerto em sua essência que vale mais do que a montanha de erros que vemos por ai.

para muitos o que acabo de escrever não passa de uma cagada de touro sem tamanho(bull shit) .talvez para um ou outro gotículas de sabedoria.

mas fi-lo eu no tamanho exato? hum...



Tuesday, March 24, 2015

filhotes de urano




o ato de escrever pode salvar vidas. mas também devora as de quem escreve.

Monday, March 23, 2015

o senso de justiça deixa marcas roxas ou quando o dedo na ferida é a própria ferida do dedo


a justeza do justos não é para qualquer um. eis a sensação generalizada diante das injustiças que presenciamos cotidianamente a cada segundo de nossas vidas sempre tão frouxas de tal justeza, o que sempre consideramos injustiça muito embora em muitos casos seja justa a causa.

excetuando-se os que não estão nem ai para o que quer que seja, o clamor pela justiça é um sentimento que adere ao ser humano de imediato. eis o problema. para a maioria não passa de um emplastro na epiderme. poucos a deixam ou são capazes de aguentar tal senso pele adentro, carne adentro, até o fundo do osso da púbis.

exercer o senso da justiça sobre e acima da própria, é tal e qual fechar uma porta mesmo sabendo que ela vai mordiscar, quando não esmagar o seu polegar. convenhamos: todo mundo só pensa em deixar aberta a porta, pois o senso comum, o senso da sobrevivência, o senso do farinha pouca meu pirão primeiro, quer passar longe do senso da justiça.  

mas não que o senso de justiça cause tão-somente dor. nada disso. para uns poucos, os verdadeiros justos - que nem assim escapam de serem injustos ou sofrer injustiças - o sentimento de que provém do senso de justiça é tântrico. o problema é que a nossa noção de prazer, também não é lá muito justa. e a tudo confundimos, a ponto de tão miserável confusão tornar a regra exceção e a exceção regra, o que provém sempre da tal falta de justeza para com o justo.

e medida da justiça, mesmo quando se encerra em centímetros nos parece quilômetros, anos luz, a tal ponto que estamos acostumados a deixar escancarado o buraco de agulha que seja.

eis porque se diz que à torto e a direito que vida não é justa. é porque somos frouxos. é exatamente por isto. tão somente por isto e nada mais além disto.

seria isto uma injustiça? ou muito justo? exerça lá e já o seu senso, a sua medida, e saia daqui fechando ou deixando a porta aberta. não sem antes lhe avise por uma questão de justiça, e sobre ela mesmo, que para que algumas portas se abram é necessário, por mais que doa, fechar outras.

Thursday, March 19, 2015

da inútil, dificultosa, e desastrada arte de se emperequetar






feio quando é feio, quanto mais se ajeita ou se tenta mais feio fica (chega ao ares de um desastre de proporções catastróficas).

o belo, quando belo, se é belo para que ser ajeitado? tende a esfumar-se quando não descamba pra feiura mal ajambrada.

já não basta a beleza que cabe ao belo por si só em meio a tamanha desigualdade entre o belo e a feiura? e a feiura já não basta o espectro que lhe ronda até dormindo(inútil dormir que a dor não passa).

pois bem: é preciso que alguém dissemine uma nova teoria mas acima de tudo praticada sobre o que é belo e o que é feio, principalmente nas ditas cerimônias dos momentos inesquecíveis - o feio será inesquecivelmente feio e o belo, que foi mal ajeitado, será sempre digno de notas maldosas.

não digo com isto que as pessoas, belas ou feias, não possam dar um "tapa no visual". mas tapa no visual não é bofetada na gente, gente. porque hematomas também não é nada lá muito bonito, e não há base, pancake ou duocake que lhe disfarce. 

au naturel se faz favor. que aquilo que é feio tende a passar desapercebido -   eu sei, eu sei, é duro, mas fazer o que?  e o que é belo tão somente a ser valorizado. 

na esmagadora maioria das vezes fazer bonito não é tentar ser ainda mais bonito. é não se fazer(ainda mais?)de feio.

think about, please.

Wednesday, March 18, 2015

receita de bruxinho



não é um verdadeiro bruxo aquele pode pode predizer o futuro ou coisa que o valha.
o verdadeiro bruxo é aquele que opta por construí-lo, principalmente se for a sua imagem e dessemelhança. 

Tuesday, March 17, 2015

encruado (ou seria encurralado?)


digamos que o maior problema dos precoces é que eles crescem - ou apodrecem, vide sem números de exemplos - . e ai perdem a magia ou se perdem em si próprios. crescer para os humanos é coisa bem mais cruel do que apenas a cobrança sempre viperina da manutenção da estética de outrora.

Friday, March 13, 2015

talvez porque a liberdade sendo como água, afoga os peixinhos pelo excesso; ou mata de sede, peixões, por sua falta




A liberdade de ver os outros*

Um dos escritores mais admirados de sua geração, o americano David Foster Wallace se suicidou no mês passado(outubro de 2008) aos 46 anos, enforcando-se. Este texto foi tirado de seu discurso de paraninfo para formandos do Kenyon College, há três anos.
Dois peixinhos estão nadando juntos e cruzam com um peixe mais velho, nadando em sentido contrário. Ele os cumprimenta e diz:

- Bom dia, meninos. Como está a água?

Os dois peixinhos nadam mais um pouco, até que um deles olha para o outro e pergunta:

- Água? Que diabo é isso?

Não se preocupem, não pretendo me apresentar a vocês como o peixe mais velho e sábio que explica o que é água ao peixe mais novo. Não sou um peixe velho e sábio. O ponto central da história dos peixes é que a realidade mais óbvia, ubíqua e vital costuma ser a mais difícil de ser reconhecida. Enunciada dessa forma, a frase soa como uma platitude - mas é fato que, nas trincheiras do dia-a-dia da existência adulta, lugares comuns banais podem adquirir uma importância de vida ou morte.

Boa parte das certezas que carrego comigo acabam se revelando totalmente equivocadas e ilusórias. Vou dar como exemplo uma de minhas convicções automáticas: tudo à minha volta respalda a crença profunda de que eu sou o centro absoluto do universo, de que sou a pessoa mais real, mais vital e essencial a viver hoje. Raramente mencionamos esse egocentrismo natural e básico, pois parece socialmente repulsivo, mas no fundo ele é familiar a todos nós. Ele faz parte de nossa configuração padrão, vem impresso em nossos circuitos ao nascermos.

Querem ver? Todas as experiências pelas quais vocês passaram tiveram, sempre, um ponto central absoluto: vocês mesmos. O mundo que se apresenta para ser experimentado está diante de vocês, ou atrás, à esquerda ou à direita, na sua tevê, no seu monitor, ou onde for. Os pensamentos e sentimentos dos outros precisam achar um caminho para serem captados, enquanto o que vocês sentem e pensam é imediato, urgente, real. Não pensem que estou me preparando para fazer um sermão sobre compaixão, desprendimento ou outras "virtudes". Essa não é uma questão de virtude - trata-se de optar por tentar alterar minha configuração padrão original, impressa nos meus circuitos. Significa optar por me libertar desse egocentrismo profundo e literal que me faz ver e interpretar absolutamente tudo pelas lentes do meu ser.

Num ambiente de excelência acadêmica, cabe a pergunta: quanto do esforço em adequar a nossa configuração padrão exige de sabedoria ou de intelecto? A pergunta é capciosa. O risco maior de uma formação acadêmica - pelo menos no meu caso - é que ela reforça a tendência a intelectualizar demais as questões, a se perder em argumentos abstratos, em vez de simplesmente prestar atenção ao que está ocorrendo bem na minha frente.

Estou certo de que vocês já perceberam o quanto é difícil permanecer alerta e atento, em vez de hipnotizado pelo constante monólogo que travamos em nossas cabeças. Só vinte anos depois da minha formatura vim a entender que o surrado clichê de "ensinar os alunos como pensar" é, na verdade, uma simplificação de uma idéia bem mais profunda e séria. "Aprender a pensar" significa aprender como exercer algum controle sobre como e o que cada um pensa. Significa ter plena consciência do que escolher como alvo de atenção e pensamento. Se vocês não conseguirem fazer esse tipo de escolha na vida adulta, estarão totalmente à deriva.

Lembrem o velho clichê: "A mente é um excelente servo, mas um senhorio terrível." Como tantos clichês, também esse soa inconvincente e sem graça. Mas ele expressa uma grande e terrível verdade. Não é coincidência que adultos que se suicidam com armas de fogo quase sempre o façam com um tiro na cabeça. Só que, no fundo, a maioria desses suicidas já estava morta muito antes de apertar o gatilho. Acredito que a essência de uma educação na área de humanas, eliminadas todas as bobagens e patacoadas que vêm junto, deveria contemplar o seguinte ensinamento: como percorrer uma confortável, próspera e respeitável vida adulta sem já estar morto, inconsciente, escravizado pela nossa configuração padrão - a de sermos singularmente, completamente, imperialmente sós.

Isso também parece outra hipérbole, mais uma abstração oca. Sejamos concretos então. O fato cru é que vocês, graduandos, ainda não têm a mais vaga idéia do significado real do que seja viver um dia após o outro. Existem grandes nacos da vida adulta sobre os quais ninguém fala em discursos de formatura. Um desses nacos envolve tédio, rotina e frustração mesquinha.

Vou dar um exemplo prosaico imaginando um dia qualquer do futuro. Você acordou de manhã, foi para seu prestigiado emprego, suou a camisa por nove ou dez horas e, ao final do dia, está cansado, estressado, e tudo que deseja é chegar em casa, comer um bom prato de comida, talvez relaxar por umas horas, e depois ir para cama, porque terá de acordar cedo e fazer tudo de novo. Mas aí lembra que não tem comida na geladeira. Você não teve tempo de fazer compras naquela semana, e agora precisa entrar no carro e ir ao supermercado. Nesse final de dia, o trânsito está uma lástima.

Quando você finalmente chega lá, o supermercado está lotado, horrivelmente iluminado com lâmpadas fluorescentes e impregnado de uma música ambiente de matar. É o último lugar do mundo onde você gostaria de estar, mas não dá para entrar e sair rapidinho: é preciso percorrer todos aqueles corredores superiluminados para encontrar o que procura, e manobrar seu carrinho de compras de rodinhas emperradas entre todas aquelas outras pessoas cansadas e apressadas com seus próprios carrinhos de compras. E, claro, há também aqueles idosos que não saem da frente, e as pessoas desnorteadas, e os adolescentes hiperativos que bloqueiam o corredor, e você tem que ranger os dentes, tentar ser educado, e pedir licença para que o deixem passar. Por fim, com todos os suprimentos no carrinho, percebe que, como não há caixas suficientes funcionando, a fila é imensa, o que é absurdo e irritante, mas você não pode descarregar toda a fúria na pobre da caixa que está à beira de um ataque de nervos.

De qualquer modo, você acaba chegando à caixa, paga por sua comida e espera até que o cheque ou o cartão seja autenticado pela máquina, e depois ouve um "boa noite, volte sempre" numa voz que tem o som absoluto da morte. Na volta para casa, o trânsito está lento, pesado etc. e tal.

É num momento corriqueiro e desprezível como esse que emerge a questão fundamental da escolha. O engarrafamento, os corredores lotados e as longas filas no supermercado me dão tempo de pensar. Se eu não tomar uma decisão consciente sobre como pensar a situação, ficarei irritado cada vez que for comprar comida, porque minha configuração padrão me leva a pensar que situações assim dizem respeito a mim, a minha fome, minha fadiga, meu desejo de chegar logo em casa. Parecerá sempre que as outras pessoas não passam de estorvos. E quem são elas, aliás? Quão repulsiva é a maioria, quão bovinas, e inexpressivas e desumanas parecem ser as da fila da caixa, quão enervantes e rudes as que falam alto nos celulares.

Também posso passar o tempo no congestionamento zangado e indignado com todas essas vans, e utilitários e caminhões enormes e estúpidos, bloqueando as pistas, queimando seus imensos tanques de gasolina, egoístas e perdulários. Posso me aborrecer com os adesivos patrióticos ou religiosos, que sempre parecem estar nos automóveis mais potentes, dirigidos pelos motoristas mais feios, desatenciosos e agressivos, que costumam falar no celular enquanto fecham os outros, só para avançar uns 20 metros idiotas no engarrafamento. Ou posso me deter sobre como os filhos dos nossos filhos nos desprezarão por desperdiçarmos todo o combustível do futuro, e provavelmente estragarmos o clima, e quão mal-acostumados e estúpidos e repugnantes todos nós somos, e como tudo isso é simplesmente pavoroso etc. e tal.

Se opto conscientemente por seguir essa linha de pensamento, ótimo, muitos de nós somos assim - só que pensar dessa maneira tende a ser tão automático que sequer precisa ser uma opção. Ela deriva da minha configuração padrão.

Mas existem outras formas de pensar. Posso, por exemplo, me forçar a aceitar a possibilidade de que os outros na fila do supermercado estão tão entediados e frustrados quanto eu, e, no cômputo geral, algumas dessas pessoas provavelmente têm vidas bem mais difíceis, tediosas ou dolorosas do que eu.

Fazer isso é difícil, requer força de vontade e empenho mental. Se vocês forem como eu, alguns dias não conseguirão fazê-lo, ou simplesmente não estarão a fim. Mas, na maioria dos dias, se estiverem atentos o bastante para escolher, poderão preferir olhar melhor para essa mulher gorducha, inexpressiva e estressada que acabou de berrar com a filhinha na fila da caixa. Talvez ela não seja habitualmente assim. Talvez ela tenha passado as três últimas noites em claro, segurando a mão do marido que está morrendo. Ou talvez essa mulher seja a funcionária mal remunerada do Departamento de Trânsito que, ontem mesmo, por meio de um pequeno gesto de bondade burocrática, ajudou algum conhecido seu a resolver um problema insolúvel de documentação.

Claro que nada disso é provável, mas tampouco é impossível. Tudo depende do que vocês queiram levar em conta. Se estiverem automaticamente convictos de conhecerem toda a realidade, vocês, assim como eu, não levarão em conta possibilidades que não sejam inúteis e irritantes. Mas, se vocês aprenderam como pensar, saberão que têm outras opções. Está ao alcance de vocês vivenciarem uma situação "inferno do consumidor" não apenas como significativa, mas como iluminada pela mesma força que acendeu as estrelas.

Relevem o tom aparentemente místico. A única coisa verdadeira, com V maiúsculo, é que vocês precisam decidir conscientemente o que, na vida, tem significado e o que não tem.

Na trincheira do dia-a-dia, não há lugar para o ateísmo. Não existe algo como "não venerar". Todo mundo venera. A única opção que temos é decidir o que venerar. E o motivo para escolhermos algum tipo de Deus ou ente espiritual para venerar - seja Jesus Cristo, Alá ou Jeová, ou algum conjunto inviolável de princípios éticos - é que todo outro objeto de veneração te engolirá vivo. Quem venerar o dinheiro e extrair dos bens materiais o sentido de sua vida nunca achará que tem o suficiente. Aquele que venerar seu próprio corpo e beleza, e o fato de ser sexy, sempre se sentirá feio - e quando o tempo e a idade começarem a se manifestar, morrerá um milhão de mortes antes de ser efetivamente enterrado.

No fundo, sabemos de tudo isso, que está no coração de mitos, provérbios, clichês, epigramas e parábolas. Ao venerar o poder, você se sentirá fraco e amedrontado, e precisará de ainda mais poder sobre os outros para afastar o medo. Venerando o intelecto, sendo visto como inteligente, acabará se sentindo burro, um farsante na iminência de ser desmascarado. E assim por diante.

O insidioso dessas formas de veneração não está em serem pecaminosas - e sim em serem inconscientes. São o tipo de veneração em direção à qual você vai se acomodando quase que por gravidade, dia após dia. Você se torna mais seletivo em relação ao que quer ver, ao que valorizar, sem ter plena consciência de que está fazendo uma escolha.

O mundo jamais o desencorajará de operar na configuração padrão, porque o mundo dos homens, do dinheiro e do poder segue sua marcha alimentado pelo medo, pelo desprezo e pela veneração que cada um faz de si mesmo. A nossa cultura consegue canalizar essas forças de modo a produzir riqueza, conforto e liberdade pessoal. Ela nos dá a liberdade de sermos senhores de minúsculos reinados individuais, do tamanho de nossas caveiras, onde reinamos sozinhos.

Esse tipo de liberdade tem méritos. Mas existem outros tipos de liberdade. Sobre a liberdade mais preciosa, vocês pouco ouvirão no grande mundo adulto movido a sucesso e exibicionismo. A liberdade verdadeira envolve atenção, consciência, disciplina, esforço e capacidade de efetivamente se importar com os outros - no cotidiano, de forma trivial, talvez medíocre, e certamente pouco excitante. Essa é a liberdade real. A alternativa é a torturante sensação de ter tido e perdido alguma coisa infinita.

Pensem de tudo isso o que quiserem. Mas não descartem o que ouviram como um sermão cheio de certezas. Nada disso envolve moralidade, religião ou dogma. Nem questões grandiosas sobre a vida depois da morte. A verdade com V maiúsculo diz respeito à vida antes da morte. Diz respeito a chegar aos 30 anos, ou talvez aos 50, sem querer dar um tiro na própria cabeça. Diz respeito à consciência - consciência de que o real e o essencial estão escondidos na obviedade ao nosso redor - daquilo que devemos lembrar, repetindo sempre: "Isto é água, isto é água."

É extremamente difícil lembrar disso, e permanecer consciente e vivo, um dia depois do outro.
* publicado na revista piaui.

Tuesday, March 10, 2015

principio de igualdade


as pessoas, várias, que me perguntam porque gosto dos diferentes - a maioria as consideram aberrações -  e deles gosto tão ou mais do que dos iguais,  digo-lhes que não há resposta mais simples: porque sou igual a eles.

Monday, March 09, 2015

como fazer esta foto se não houvesse diversidade ?


































a natureza dá as dicas. nós, pretensos seres superiores, estamos a ignorá-la buscando a altos custos eliminar o multi-facetado em nome de um unidade/superioridade religiosa, sexual, politica, e ou "racial" *, que através de costumes impostos pela força, pelo medo, pela ignorância, pelo falso credo, querem o poder de vida ou morte para decidir o que podemos ou não podemos. e que todas as coisas devem ser uma ou outra, jamais várias, ou seguir um, apesar de eles mesmos saberem que coisa nenhuma é igual a outra por mais que se queiram parecer em todas as coisas que vemos e não vemos, sabemos e não sabemos, e até nas coisas que não são coisas porque coisas não são assim gêneros de se nomear, classificar, ter ou deter.

isto, e tão-somente isto, nos fará extintos em muito pouco tempo. a natureza também deu esta dica, por várias e várias vezes. e cá estamos nós a ignorá-la outra vez, fazendo destes tempos que se dizem modernos o tempo mais obscuro, desgraçado e trágico da história da "humanidade", porque tendo este conhecimento não o usamos para proteger a diversidade e sim para eliminá-la.

é por isso que é mais fácil fazer uma foto assim com os animais do que com seres humanos, ditos iguais em essência mas que na sua particularidade são todos diferentes entre si e por isso mesmo este é o único traço de igualdade em suas diversidades que ela e tão somente ela nos faria únicos.

* como demonstram estudos hoje em dia, raça é um conceito equivocado.





Wednesday, March 04, 2015

nós que amávamos tanto a revolução









o que se pode esperar de um pais onde o grande ideal da juventude é ser aprovado num concurso seja lá para o que for. 


o fim de curso ?



Monday, March 02, 2015

trueetanto

e o prêmio nobel de medicina vai para o show business pela modificação da anatomia humana ao conseguir colocar a bunda no lugar da garganta.