Thursday, November 30, 2006

Wednesday, November 29, 2006

concurso bunda ou tristeza de dona raimunda

no dia em que é anunciada vencedora do concurso do programa 'superbonita', do gnt, que elegeu juliana paes como dona da bunda mais bonita do brasil(ficou com 40,95% dos votos, adriana bombom(não seria melhor logo bumbum?) (17,93%) e valeria valenssa (14,41%) seu texto no capítulo da novela das sete, dito com olhos de jaboticaba chorosos, em apíce de briga com o marido, que no bafo de seus ciúmes vislumbrou o personagem primo de olho nela(na bunda, claro) arrematou: é isto o que eu sou? só uma bunda?

e ainda tem gente que não entende porque o nome da novela é pé na jaca. se bem que tudo indica que podia ser também pé na bunda, mão na bunda, de olho na bunda, no que não falta concurso para.

Tuesday, November 28, 2006

tamancadas

a gata e seu filhote, apesar de tão leves, fazem tremer as telhas, como se fossem patas de tigres nos meus pensamentos, desta terça 28, de um novembro que se despede sem cravar as garras no seu testamento.

em seus jogos noturnos, a dupla felina desanda o silêncio, nem sempre tão sutilmente, quebrado assim por movimentos preparatórios do filhote desengonçado. cujo telhado é espaço-objeto, começo e fim em sí mesmo, nesta hora, principalmente quando a falta de rejunto ecoa seus pulos de crescendo a cada noite.

antes que se finde, novembro e os jogos, reflito sobre o peso das minhas idéias. quantas telhas quebradas pelas vontades de leveza ausentes de um corpo, que assiste inerte o esvaziamento de pensamentos que se julgam de peso? nem sempre compreendidos, até por mim.

nem uma, umazinha de nada, quebradas. é disso que são feitos meus botes de palavras que tentam imaginar-se gigantes dando pulos nos telhados das madrugadas

Monday, November 27, 2006

rebaixado não é a mesma coisa que rebaixar-se

o brasileirão está acabando. mas nós ainda continuamos no jogo do empurra-empurra, sabe-se lá por mais quantas rodadas no campeonato da vida.

uns sobem, outros descem. quem mais aprendeu com isso? a classe c? chamada de terceirona, para dar algum ar de grandeza que peca pela proximidade da fonia com marafona?

insistimos, duvidas há se por teimosia, obstinação ou a mais completa falta de opção auto decretada por nossa indole burilada por deus . não sabemos é qual dele(s)? tamanha sanha de igrejas que por enquanto, em matéria de falsificação e pirataria, só perdem para a indústria de cds e dvs made in china

por que somos brasileiros e não desistimos nunca? seguimos assim cabisbaixos, ao deus dará, justificando o alegria de pobre dura pouco. deve ser por isso que tentam esticar o carnaval o mais que podem, já passando do abuso nos repiques.

é um tal, sempre, de deus quer, deus pode, deus supre. bom até agora, deus só nos fode. apesar, claro, da paisagem das cidades que tem orla. basta uma entradinha pro interior e deus já se mandou de férias para aruba, enquanto sacaneia a moçada da costa rica num mano a mano com seu parceiro de viagem. quem? depois fica todo emproado e cagando regras dizendo que leu a bíblia né seu moço? isso quando não mostra do caminho, do aeroporto ao hotel, que deus anda por demais brasileiro só para inglês ver. oh my god! please, take it money but save our lives, no que os rapa de taxa de modelo de crucifixo no peito cumprem dito e feito as tais diatribes. mas este campeonato é outro, voltemos ao que deu pretexto para tanto.

primeirona, segundona, terceirona. quem você acha que aprendeu mais com a dura jornada? quer dizer dura os escambau. duro é cortar cana como boia fria e ainda levar peia na rede, sem direito nem a falas de maltratada. mas vá la que seja: os que ascenderam ou os que foram rebaixados?

enquanto a raça brasileira não aprender que ser rebaixado não é a mesma coisa que rebaixar-se, este país não tem jeito.

agora que a festa do atlético foi bonita de ser ver pá, muito mais do que a do são paulo, lá isso foi. teria rendido o aprendizado do ano passado, esquecido em vozes correntes e de maneira atroz pelo santa cruz?

ano que vem nós vamos constatar.
mas uó uó uó, santa cruz? tinha que ser. deus joga polo, golfe, e até paciência, mas bater canela com time que quer tomar o lugar do ibis, sem ter talento pra isso? ai já é castigo demais que nem o próprio deus lembrou de inventar.

afinal, um tem decência. e galgou o podium de campeão de derrotas. chegando a um ponto que ninguém o consegue rebaixar. seja qual for o resultado. aliás, quando mais ganham dele, mais o exultam.
já o outro, não dá só raiva, pena, vexame, barriga d água, revolta.
dá-nos o que nós damos todos os dias a ele e a nós mesmos em nome de uma habituação que retira qualquer resticulo de fé no trabalho e na possibilidade de mudar-mos os resultados em nossa vida: se deus quiser, ano que vem "nós sobe" no campeonato . e na vida. e pumba! que já levamos mais um frango daqueles que não se aproveita na panela.

ouvi dizer que andam pensando em inventar uma categoria mais abaixo, algo como um campeonato da quarta divisão. alguma coisa assim assim entre o purgatório e o inferno, para os sem fé no próprio valor e perdidos entre uma coisa e outra já cheios de bolas fora,

mas o diabo é que o dito cujo e os céus são contra. acham que a coisa já está ficando por demais avacalhada por tantos viventes que vão se rebaixando assim, até pras alturas, sem querer mover um dedo de seu que por assim se faça.

Saturday, November 25, 2006

sono insano ou apenas insone ?

não tenho sonhado quase nada dormindo. em compensação minha vida anda sendo um interminável balbúrdia de sonhos em acordado. ando por conta disso com umas olheiras daquelas, como se nada dormisse, o que marcas cada vez mais profundas no rosto confirmam.

ao tempo que o sono me cobra durante todo o dia horas a mais, que vou lhe dando a prestações, cuja dívida não pagável acena-me com travesseiro interminável, tenho de estar desperto para não confundir sonho com realidade de sonho, sim e não almejada.

sonho com tudo e com todos, inclusive com sonhos que tenho certeza não são realizáveis nem em sono. já quando durmo, os sonhos fogem do sono, talvez com a certeza de que acordados tem a possibilidade de ser algo mais que sonho, chegando a pesadelo talvez, que no máximo levariam-me a mais um xixi na madrugada mas para eles cumprida outra função.

o divã de um psicanalista, dizem, poderia ser uma solução. apulpam-me os acordados de plantão. que sabe-se lá metem-se a saber da vida de qualquer um que tenha um pouco mais de insõnia ou insania daqueles que sempre fingem fazer tudo melhor que a gente. dormir inclusive. mas meu problema é de sono. e fica muito difícil dormir quando se tem ao lado alguém que fala o tempo todo dormindo. e ainda cobra por isso.

se ao menos tivesse a certeza de que nesta soneca dormiamos ele e eu, apesar da dúvida em nada sonolenta, de que o sofá fica sempre parecendo mais confortável do que o divã que tem muito design e pouca espuma, talvez valesse o preço.

como não, descubro a solução ali bem debaixo da mangueira. quando não a espreguiçadeira de pano brim de leve bem cáqui, a rede que embala até os sonhos do mais renitente insone por alguma meia hora que vale por muitas não dormidas até em colchões d´água.

o diabo é que já não sei se estou sonhando acordado ou sonhando pra valer.

alguém aí pra beliscar-me e provar o contrário ?
acorda gente! que não tenho a madrugada toda pra ficar dormindo(ou pensando que estou) enquanto vocês ficam ressonando em cascatas.

Friday, November 24, 2006

estaremos inexoravelmente fundidos ?

"O cientista americano Raymond Kurzweil prevê que, no futuro, homens e máquinas se fundirão, expandindo nossa inteligência. 'Por volta de 2030, um computador comum será mil vezes mais perigoso que o cérebro humano."

apesar de todos estes prognósticos, não se sabe ainda o que é mais perigoso para a raça humana: o cérebro mais desenvolvido ou o cérebro mais rasteiro?

façam as suas apostas de acordo com os mesmos, ainda que independentemente disso tudo nosso destino já esteja traçado.

por um computador ?
não me parece.

Wednesday, November 22, 2006

pensando bem ou pensando quem ?

noventa e nove das pessoas que eu conheço não são as pessoas que eu conheço.
mas isso não é o pior. mais do que isso, elas não são quem pensam ser.
são tudo que pensam que os outros pensam que elas deveriam ser.
faz-lhe confusão? a mim também me faz. tanto que fico pensando: será que sou eu mesmo tudo aquilo que pareço eu o meu ser ? ou só apenas mais um ser que se faz pensando a imagem do outro que esperamos ver em nós o tipo sociável aceitável?
de há muito parece deixamos de ser o que realmente somos. vivemos pela aparencia das coisas e dos seres. se for preciso mentir, mentimos. mentimos a nascença desde já. " que cosinha mais linda", aquele chouriço disforme, inchado, arroxeado, que toda criança bem nascida o é. mas experimente dizer a verdade, ainda mais se lhe perguntam " não é a cara do pai, ou da mãe?
que esperar de seres que são capazes de nascer, crescer, alimentando uma mentira assim?
hoje, por via das dúvidas, vou sair por ai dando uns chutes na canela das gentes para ver se descubro finalmente quem eu sou. será que até nesta hora vão mentir?
e coisinha mais linda é a puta que os pariu!
(me desculpem mas isto estava entalado na garganta desde que nasci)

Tuesday, November 21, 2006

pelo rádio

tem controlador chamando urubu de meu louro. e piloto chamando a torre com medo que ela responda.

arremetida

há mais coisas entre o céu e a terra do que supôe a nossa vã filosofia.
nunca a tirada do barão de itararé teve tanto sentido ou melhor, avião perdido.

sem defesa

e agora: que vai controlar os vôos do lula? o waldir pires, aquele que não vê perigo nem com o avião desabando em cima?

Monday, November 20, 2006

vôo cego

se apenas dez por cento dos controladores de vôo dominam a fluência do inglês, falando e ouvindo assim, sem confluências de vocabulário comum, mediante uma afluência de pontos luminosos que a qualquer sotaque podem fundir-se na tela o que significa que tantos e tantos se fuderam lá em baixo, com a anuência das autoridades, pode se dizer sem margem de erro, que neste momento viajar de avião é uma escolha de morte quase deliberada.

e pensar que tudo isso acontece pela não descolagem de uma hierarquia onde sargentos não podem usar a terminologia controladores por conta de ferir o conceito militar que não os permite sequer usar o refeitórios dos tenentes.

e assim, por querer controlar até o arroto dos dito cujos, o descontrole agora passa a ser total.
senhores passageiros, onde me incluo, queiram embarcar, apertar o cinto, e torcer para que ninguém confunda push com pull.

Sunday, November 19, 2006

mar, mas de concreto. o que é ruim para mergulhos de memória

já faz algum tempo. ando distante, ainda que lhe passe pelas beiradas. eu e o mar temos uma relação estremecida pelas angústias das mudanças entre cidades, regiões, países, continentes.

mas continuo fiel ao atlântico, ainda que o tenha experimentado por outro lado a 18 graus, o que deixou-me momentaneamente capado. corroborou a minha postura de jamais capar um animal como solução anti-conceptiva.

são 15 anos longe do mar de fortaleza. a contagem pode não ser exata porque aqui estive por duas vezes neste período. mas estava tão fantasiado de executivo que de mar nem marola nem mariola.

desta vez, é diferente. já dou-me ao luxo de ser um executivo de bermudas. e ainda que não gato, de botas, e a metade de cima com uma, literalmente, boa e velha t-shirt dim para compor o visual que me faz assim algo europeu em meio aos europeus de verdade, que até duvidam, mas findam acreditar pelo detalhe da rasura da camiseta com seus buraquinhos por onde escapam-me meus ofícios de lembrança. por isso, agora já vai dar mais pé, inclusive nas areias, de iracema a mucuripe, por enquanto, só para barrufar as vontades, nestas que de praias agora apenas nome.

passo pela camarão do osmar, aquele bar famoso aos pés do mirante, um dos lugares mais lindos de fortaleza, que a crueza de administrações sucessivas, por não incorporá-lo à cidade, transformou numa faixa de gaza. burrice extrema de um capitalismo estúpido. que permite por duras penas a favelização agressiva em sentimento de uma das mais belas vistas já vista de uma cidade. na mesma moeda que se fossem eles habitantes, os ricos, não permitiriam aos pobres vê-las. fazem-lhe o mesmo a periferia estralada, na ameaça da barra pesada aos curiosos.

mas de dia dá. só não deu para o jô soares que ao tentar passar no famoso beco do camarão do osmar, ficou entalado, o que tornou o beco, e o restaurante, tão famoso como a sua comida, guardiã de inúmeros diplomas das revistas especializadas. deu-se um jeito e o jô entrou por casa anexa, e foi um banquete.

para mim não houve jeito. não no beco, que ainda passo folgado, respeitoso, como deve de ser. mas no mirante. na procura do meu bar preferido. que parece ainda estar lá, mas numa tarde de domingo, mais abandonado que criança abandonada, cadeiras viradas, dúzias de bares fechados e um cheiro de esturro no ar quente, não consigo identificar. como? se nem bêbados nas calçadas há.

será o domingo? será que tudo mudou para além da quantidade de prédios que agora mais e mais tapam o horizonte e o mar? concorrência insana com os casebres das favelas. alguns muito dos tão arrumadinhos, que dão vontade de morar. quase uma joaninhas junto aos pescoços de girafa dos 15, 18, 22 andares que começam a lhes cercar. não se sabe se aperto de apaixonado ou de desejo de sufoco.

sem mirante, sem quadrante, futuro morador, fico sem pistas, do que não sei o que pior nesta volta a fortaleza: a visão de que o futuro piorou um passado que já era temível ou a concretização do previsível da base ao topo. assim esquadrinhado pela luta desigual da crueldade da miséria que violenta a sí própria e os além fronteiras ou a crueldade da opressão dos já limítrofes que não percebem-se comprimindo até estourar um tumor criado por ela própria. cujo carnicão é a sua indiferença. que é um tapa tudo o que não aceita o mirante. ficar de olhos e boca fechada. por isso mesmo, punhos fechados, a limpo ou sempre empunhando alguma coisa que não vai acabar bem, quem duvidar que cisque, por onde pensam em passar.

quanto ao momentaneamente capado, não sei se sabe, ao entrar numa água demasiado fria, ainda mais em pleno verão, o choque térmico faz com que os testículos subam e alojem-se na cavidade onde o susto é menor que o diâmetro. mas passado ao susto tudo volta ao normal.

no mirante, anda muita gente a tomar susto assim por conta de frios n´alma de outra ordem. aí os ditos cujos não recolhem. pelo contrário. afrouxam. e desistem de encarar a normalidade de frente.

Friday, November 17, 2006

pé no freio

dizem que atrás de todo grande homem tem uma grande mulher. quando os homens dão-marcha ré, quem é que empurra?

e quando tem um homem atrás de uma grande mulher? o que é que é? apenas mais um a atentar-lhes o sexo anal?

mulheres de apenas

hoje lembrei-me de dois amigos que cada vez mais vão se distanciando. não de mim, por enquanto, apesar de processo já deflagrado, mas dos seus ideais, ou dos sonhos em que se pensaram tantas vezes, por pressões, talvez fosse melhor dizer, chantagem, das suas respectivas. que reclamam-lhes a presença, a segurança, ao custo do engaiolamento dos seus amados.

lembrei-me de um acidente há pouco tempo, mostrado à exaustão pela televisão, em que um piloto de stock-car acidentou-se de maneira espetacularmente sinistrosa(culpa das elevações absurdas em áreas ditas de segurança)e foi salvo pela "gaiola" de aço que é feita para proteger o piloto. quando entrevistada sobre como estava se sentindo a mulher logo disparou a dizer que iria pedir para ele parar de correr.

as perspectivas dos componentes de um casal, que deveriam estar na mesma "gaiola" vivendo o amor em segurança(e não por segurança de medidas extremadas que não resolvem) são enxergadas quase sempre de maneira diferente, assim parece por ambos. para a mulher, a gaiola ideal é aquela que privaria o piloto de correr para a sua segurança, na verdade a dela, apesar de falar em nome dele imaginem o que é pedir a um piloto para parar de correr? ainda por cima, que deveria ser ele, após tão medonho acidente a decidir o que fazer e não ser "pedido" a isso, com a costumeira argumentação de sempre, onde não faltam a questão dos filhos como freio extra. aliás, pilotos são pilotos logo desde sempre, desde o kart, portanto ela já o conheceu piloto.

noutras profissões também existem gaiolas que são criadas para proteger ou cercear vidas. e para não me tomarem por sexista, mulheres há que são cerceadas por seus maridos que tentam(boa parte ainda consegue)as colocar nas gaiolas da não concorrência, ou como estratégia de proteção contra o ricardão, enquanto ele ricarda as de outrém.

não tenho amigos pilotos. mas tenho dois amigos, ou foram, publicitários, cujas mulheres já lhes pediram, e ameaçaram, com as armas de sempre, para que deixassem correr as idéias sozinhas porque não queriam ficar elas, sozinhas nas suas gaiolas, até altas horas da noite, ou madrugadas, sem idéias do que fazer, obrigando-os a interromper a corrida das suas vidas usando também a metáfora da criação inconclusa.

coincidentemente, ou não, a vidas destas mulheres, ou a de suas gaiolas, era vazia, fútil, perdida. não preenchida por uma busca de sentido de profissão ou liberdade que não rompesse a gaiola da forma que nunca deve ser rompida: com o corte das asas que dão velocidade ou sentido às idéias da criação.

e tudo em nome do amor. do amor que gasguita o ou dá ou desce, ou amor fica ou já não me metes mais a pica.

Wednesday, November 15, 2006

balança

no meio da semana, uma folga para uns, um peso para outros. o feriado peso morto em sí arca com ele mesmo doido para ser um dia comum com muito menos trabalho.

rasgando a folhinha

um feriado. tão inútil como diversas proclamações. inclusive a da república? que no fundo nunca passou de mais um golpe?

Tuesday, November 14, 2006

somente nos bas-fond as rosas não tem espinhos

pra conhecer melhor uma cidade - e seus publicitários - tenho um metódo peculiar a minha geração, e que é considerado mui pouco mercadológico, profissional nem vos falo, além de iconoclastia deslocada, excentricidades de fachada ou sandices de provocateur, que por quase gagá não pode mais ser chamado de tarado.

independentemente de suas conclusões e classificações, lá fui, cidade nova, fazendo-me acompanhar de alguns, ver o que andava acontecendo, nos puteiros de beira-de-cais, para além da decrepitude, não das putas velhas, mas dos gringos ensandecidos com a crueldade , pode-se dizer literalmente pedófila, para com meninas na idade da lâmina mas que se portam como veteranas do sexo, salvo em momentos de tédio onde relaxam e mostram gestualmente as meninas que não foram e adolescentes que nunca mais irão ser.

não vou descrever muito, para você não fica pensando coisas, pra além da conta. conta publicitária, obviamente. e digo-lhes que neste ambiente, onde o comércio de rosas, de um arcaismo que muitas vezes oscila entre o ridiculo do oferecimento e a fímbria de possibilidade do galanteio, que é sonhada por ambos os lados, a depender da dose etílica que ou baixa o simancol as raias da crueza do sexo ou sensibiliza para a rosa, ainda que quando oferecidas a quem vive só de espinhos, vai se sustentando e sustentando familias que vivem desta gestão de vendas onde a imagem da rosa não corresponde a tudo aquilo que também já não correponde na vida dita normal ou de visão romântica da normalidade.

estas rosas, que não tem espinhos, são vendidas, pelo menos aqui em fortaleza, no quadrilátero do bas-fond da praia de iracema. praia que já foi notícia escandalosa ne tele-jornal que consegui fechar muitos destes pela denúncia correta da odienta exploração do século infantil e que, paradoxalmanente, a muitas ainda mais afundou no crack e na fome, de forma ainda mais incorreta, e que são vendidas por senhoras sorridentes, e acreditem, mentirosamente sinceras, de cabelos brancos e sorriso alvo, que muitas delas substituiriam as nossas vós com ainda maior candura e que nos despertam lá no fundo um desejo de acarinhá-las(sem sacanagem seu cabeça de merda) ou ser acarinhado por elas, com a pureza dos macacos que catam entre sí os piolhos, que nós os temos tanto da existência.

como não tinha companhia feminina - seguindo os conselhos dos ainda mais veteranos, não misturar trabalho com sexo, porque uma coisa ou outra acabam mal feitas - nenhuma delas veio a nossa mesa, salvo uma, que já por seus quase 75 anos, mas de silhueta que demonstra a mulher que foi, segreda a um velho frequentador reconhecido que já faz isso há pelo menos uma década a mais dos anos do que tenho, o que fez de mim por um momento uma criancinha em meio aquele odor de rosas apesar do corolário do reverso da imagem que revelava que eu era a única puta velha de zona alí, e na condição de não merecer nenhuma rosa, mesmo alguma com algum espinho retraido.

mercado bom este, concluo por tal visão. tenho a impressão de que a concorrência vai odiar o resultado das minhas pesquisas quando elas forem colocadas em práticas devidamente envoltas em rosas, mas, claro, com espinhos.

cês tão pensando o quê? que o trabalho de publicitário é o mesmo da teoria na prática da vida fácil?

Monday, November 13, 2006

the days after

48 horas sem internet, telefone, ou qualquer outro gadget que me remeta a tal pretensa modernidade.

sinto-me algo como um robocop que súbito descobre-se mais sensível que o super-homem à kriptonita. a ausência das extensões da pele, que insensibilizam os poros e atrofiam outras extensões, ainda que pensemos que é justamente o contrário, são-me totalmente inúteis onde já não estou ao me lerem.

na noite da despedida, vagalumes, grilos e sapos, anunciam que quasem morrem de rir quando prometo-lhes seguir em coro com assobios que me esqueci em meio aos soprados difusos.

portanto, da próxima vez que voltar a um lugar destes para recarregar as baterias não posso me esquecer de usar também pilhas alcalinas.

Saturday, November 11, 2006

band-aid

misterwalk levou uma topada. voltamos amanhã quando encontrarmos um lugarejo que disponha de acesso à internet. onde estamos a única coisa que lembra a net é uma cadelinha já apelidada de cyber-café, tamanha quantidade de pulgas e carrapatos que mais parecem os spans que temos que coçar diariamente.

Friday, November 10, 2006

madrugando pensamentos

o trabalho de não fazer nada se compara cada vez mais ao trabalho de ter feito tudo em vão.

dias cada vez mais curtos,noites não lhe ficam atrás.tarefas soturnas exigem um tempo de que já não dispomos nas madrugadas que também teimam em encolher.

concluo então que chega-se a um tempo onde tudo encolhe e nada se distende. aí é hora de dizer até amanhã, como se o raiar do dia não já nos metesse nele.

se assim é estou falando em até amanhã do amanhã, mais do que ontem, cada vez mais curto também para se fazer nada ou se fazer tudo em vão.

e pensar que tanta vezes tentei extender as madrugadas pensando ganhar tempo como se elas já não tivessem todas distendidas.

Thursday, November 09, 2006

new look

um corte de cabelo mais adentrado e quase sou uma outra pessoa, certifico-me, de olho no espelho, procurando um outro cara com a minha cara mudada para o antes do antes ou depois?

barbeiro

a denomimação deve ser porque o sujeito(ou a sujeita) ou corta de mais ou corta de menos. e quase nunca ou dificilmente corta do jeito que queremos. mesmo apesar de todas as nossas recomendações, explicitações e até trejeitos, para não deixar dúvidas quanto as nossas intenções sobre aos meneios da tesoura, navalha ou máquina sobre as extensões capilares em menor ou maior grau de quem as tenhas. nesta hora sinto o que deve sentir um manual de eletrodomésticos que apesar de tantas figuras e ordenações nunca é entendido ou faz funcionar o aparelho antes de nos descabelarmos por completo.

tesoura afiada

de uma coisa tenho certeza: o barbeiro não corta meu cabelo como gostaria de cortar o dele. apesar de tudo levar a pensar justamente o contrário.

Wednesday, November 08, 2006

de restos, o recomeço do tudo ao nada

, co alimentar-se de restos tornou-se mais do que uma forma de sobrevivência uma quase profissão. é claro que ninguém come garrafas pet ou latinhas de cerveja, mas enquanto cata-se uma coisa ou outra, come-se, o que dá ainda pra comer, no critério deles, ainda comível. não do nosso, que servimos ao lixo um quase suficiente para alimentar aqueles que sobrevivem da nossa desumanidade, cujo lixo apesar de país emergente, seria banquete na áfrica, e ainda assim, fétido, desejado na coréia do norte, por exemplo?

e quanto maior o nosso desdém, mas vão adquirindo importância, estes “ratos” da modernidade, pilares da indústria da reciclagem, patrões da informalidade essa não digerida mesmo que este seja quase seu oficio, digerir as sobras da nossa pança, da nossa poupança, na nossa estupidez insatisfeita, sem a qual além de mais lixo por todo lado, mais gastos em petróleo, energia, e matérias primas derivadas, acabariam por traduzir-se em mais pobreza e mais lixo. das ruas calçadas as descalçadas, da natureza descaracterizada a natureza por descaracterizar.

este exército, que vai à luta deixando-se montar por carroças improvisadas em cascas de geladeiras, que de tanto material as costas acabam revelando que a fragilidade da casca do ovo acaba por ser carapaça de tartarugas, placas de materias tantos que muitos não cabem e restam pelo chão de trajetos que maratonistas não conseguiriam percorrer. a maioria surge como crepúsculo, acompanhado de seus cachorros, também maratonistas de outra ordem, e comensais dos mesmo menu, numa faina que alcança as madrugadas e muita vezes interrompida pela ázafama do mundo que os interrompe a luz do dia.

mas também há, os pés desta casta, que catam o mundo saco as costas, ainda mais pobres, para quem o sonho de consumo, é uma carroça com burros, mula ou aquilo que já foi chamado de cavalos, que mesmo assim, ainda dispostos carregam além do catador, sendo este da estirpe dos cavalos, ajudantes e algum cachorro que não aguentou o tranco.

e nós que pensamos com nojo nestes seres, não pensamos que se algumas vezes vomitamo-lhes comida, invariavelmente comemô-la de volta, já que eles são os regurgitadores de tudo aquilo que jogamos fora em nosso ritos diários de bulimia motivados pela nossa já crônica anorexia da solidariedade que nos deixa de rastros diante dos nossos restos.

Tuesday, November 07, 2006

“systen out”

meus congenêres ficam com um cara mais basbaque do que a minha quando me pedem o número e lhes respondo que não tenho celular.

é-lhes quase um insulto, não o ter. nem que seja o mais chinfrim dos aparelhos. passo-lhes assim um atestado, mixto de decadência e desatualização, que não vêem lá com bons olhos. muito menos com bons ouvidos, presumo. já que não conseguem entabular uma conversação sem o minimo de interrupção, até mesmo na hora do vamos ver se está na caixa postal.

tiro por mim. quase um ano de desintoxicação. e minhas minhas orelhas vão cada vez melhores, mais ainda porque aboli o i-pod, este cotonete urbano, cujas vibrações vão nos ensurdecendo imperceptivelmente.

vou aproveitando a recuperação de uma sensibilidade que não sabia perdidas e alegro-me pela reversibilidade que não costuma acontecer.

ontem imaginei estar delirando ao ouvir o bater de asas de borboletas. mas sim, era verdade. prontamente pensei com um ar muito do sacaninha, pronto: agora vou poder ouvir até o barulho do dos pelinhos doirados dos grupos de adolescentes do colégio aqui vizinho, nestes dias de ventos de verão menos sutis.

mas que nada. todas-todas com celulares. uma sonoplastia de zumbidos e zumbis, algo esquizóide. a produzir uma sonoplastia de jogos, previsíveis, mas que ainda assim para os quais não serei convidado, apesar de ter a sensibilidade, e não só, dos ouvidos preservados, justamente agora quase, exagero, pré-adolescentes.

ainda assim continuarei sem celular. até encontrar um par?
enquanto isso, ainda mais sacaninha, vou apurar os ouvidos e captar silvios dos morcegos. quiçá assim, algo vampiro, me imagine no lugar dos celulares a trinir naqueles ouvidos com meus piercings de memorias.

Monday, November 06, 2006

soberba

repórter faz matéria sobre família sem recursos a pretexto de cavar lágrimas e audiência para aqueles programas matinais. e diz que por serem muitos humildes, eufemismo das gentes ditas de classes superiores(se bem que jornalista é um classe cada vez menos superior ao que quer que seja) que sempre tem horror a pobres, até em palavras querem distância, não teriam recursos para resolver seus gravíssimos e pesarosos problemas.

desde quando pobreza é sinônimo de humildade? conheço muito pobre altivo, como poucos ricos o poderão ser. e muito bilhardário de humildade, erroneamente associada a franciscanidade, a um passo da avareza moliérica.

pobres são pobres, não lhe retiremos pela mistificação do eufemismo a condição de autentica apresentação do estado das coisas. isto sim, pobreza de espírito, tão ou mais pior que a pobreza dos bois que não pastam e que de humildes não tem nada, pois a humildade não é o olhar abatido pelo ronco da fome destruindo a consciência.

Sunday, November 05, 2006

mudança de ares

mas como? se em toda parte anda o mesmo cheiro de bosta e as juras fedidas do "mas não fui eu".

preparativos

na hora em que arruma o carro e verifica o de praxe é que você descobre que está na hora de trocar de família.

ouriços

nem bem terminou o feriado e você de tão cansado não vê a hora do próximo jurando que desta vez vai aproveitar.

excesso de bagagem

às vésperas do feriado, e já na arrumação da bagagem, você clama por herodes. a meio, você quase se torna o próprio. no fim, jesus! vinde a mim as criancinhas que está na hora da volta.
é um milagre não suplicado que elas não tenham sido perdidas entre picos de irritação e vales de depressão.
meu deus nem no feriado você relaxa?

prova de amor

a diversão do fim de semana prolongado levou a engarragamentos de ida e volta nos olhares para os maridos e as mulheres (dos outros) e a quão triste foi comparar com os próprios.
chuva na praia não teria feito pior estrago.

pastel

em vez do lar doce lar muita gente preferindo o salgado de outros ares, principalmente se for à milanesa.

volta do feriado

como é duro voltar para casa heim?

Saturday, November 04, 2006

apagão dos aeroportos

título sacana do diário de pernambuco que pretende colocar lula em linha de trombada com fhc?
waal, numa semana revelamos ao mundo o que é realmente viajar de avião quando a coisa desanda. a equivalência é viajar em semi-leito de linha clandestina, ainda discutível se o ônibus não oferece mais conforto.
no jato, pernas comprimidas até a quase-grangrena. comida tão ruim ou pior do que nas paradas de beira-de-estrada. mijadinha, convém não dar duas no mesmo trecho. vexame maior se fizer nas calças e, esticadinha de pernas, nem pensar. isso se você for um cara abaixo da média de 1.75. jogadores de basquete e volley, implorariam por amputação.
assim como nas linhas clandestinas, se a coisa dá para o torto, o passageiro fica ao deus-dará. sem comida, sem hospedagem, sem informações, igualzinho quando perde as malas. entregue ao quanto baste seu cartão de crédito. reembolso? esqueça, quem mandou viajar de semi-leito?, que no fundo, é o que é o avião.

o meio de transporte mais seguro do mundo, não passa de um ônibus que já foi bom, antes de lhe lhe colocaram um terço a mais de cadeiras. agora, lata de sardinhas que não cumpre horários, cuja saída pode ser cancelada a qualquer momento e onde os preços de promoção, não remuneram o tempo que se pensa ganhar já perdido no gasto ao acesso ao aeroporto e no próprio, cujos custos são mais que décimos do preço da viagem em espaçonave, que de primeira classe nem por isso melhor do que cadeira de dentista.

vai viajar de avião? corajoso você não?

Friday, November 03, 2006

Thursday, November 02, 2006

porque a vida é assim. e a morte é assado?

praia, futebol, pagode e pinga. finados é o feriado. para cada lágrima sentida, um centena de arrotos aliviados. nossos cemitérios são, em vida, uma prévia do que seria o inferno, se ele já nao existisse por aqui. excetuando-se um ou outro "campo santo", onde a marmoraria cobre em sobre-vida a podridão de muitos que já fediam em vida, os cemitérios, mesmo em dia de finados, equivalem em imagens ao pior das filas do inss ou dos hospitais públicos nacionais. e aquele comerciozinho de flores e velas, de cheiro macabro, não é nada junto do comércio de buracos e madeiras quanto menos nobres mais os olhos da cara para famílias mais indigentes do que o morto que as deixa de mão na frente outra atrás.

talvez, em algum vilarejo do interior ainda haja a possibilidade de um "descanso" com um mínimo de inocência e decência, apesar do morto. que estes ultimamente não tem ajudado muito. flores campestres ou um matozinho teimoso qualquer, compôem a quase aquarela. ajudada por guardas-chuvas e sombrinhas, mesmo em dias de sol, quando não um pé de macaxeira ou jambeiro gordos, realizando a única transmigração de corpo e alma possível, ressucitando o pus e a podridão, no branco celeste da polpa da fruta que sorri para a boca, algumas já sem dentes, que alimenta-se com prazer de possíveis pedaços dos mortos que por certo destes não imaginou tamanha vingança.

nas urbes metrópoles, o formigueiro humano zanza por entre covas rasas, catacumbas, mausoléus, realizando a desdita do único privilégio humano frente aos deuses e animais: sabemos que vamos morrer e convivemos com isto nem tão bem nem tão mal que nos impeça de ir levando. vivemos com isto, com as consequências da certeza desta premonição do inevitável, que de tanto certa, nem nos damos ao trabalho de imaginar como será o ato final, porque tememos a morte tanto quanto a vida, muito embora em relação a esta disfarçemos ainda mais.

por isso, talvez, porque a vida é assim, e a morte é assado, no dia de finados, temos de um lado, quem celebra a morte como homenagem à vida. e faz do dia tudo menos espaço de diversão, pensamento, inconsciente ou inconsistente sobre a valorização dela. de outro, quem celebre a vida não deixando espaço para a morte, nem mesmo na lembrança, o que não deixa de ser uma boa desculpa para o aproveitamento dos prazeres humanos que um feriado ainda permite.

e há, ainda, os que conseguem morrer, no sentido solidário, e viver neste dia, dividindo o feriado entre dor e obrigação, prazer e descontração.

se a vida e a morte são diferentes ou indiferentes por conta disso, no sentido geral de humanidade, cada um faz da vida ou da morte seu juizo de valor.

quanto a mim enquanto vivo, vida. enquanto morte, morte. jamais morte em vida e vida em morte. por isso mesmo não vejo razão pro feriado, como se o restante do tempo, não houvesse finados e finórios. muito menos chamá-lo de santificado, já que não se pode mesmo dar feriado para vida, e chamar isso de morte. e tampouco, dar feriado a morte e chamar isso de vida.

Wednesday, November 01, 2006

saque ou bloqueio?

jogos de volley na madrugada. durante o dia, matéria destaca a altura cada vez maior das jogadoras. destacando uma de 15 anos com já metro e noventa, muito em breve espera-se na seleção.

na quadra da minha cama, concluo que na rede nunca mais sonhos eróticos sem escada então.