Wednesday, January 31, 2007

sinal dos tempos

estou pobre. agora só viajo de avião. ônibus, nem pensar, coisa pra rico. leito então? só bilhardário arrisca. sem falar que não dividem sem juros.

aliás pensando bem, nem um simples ônibus urbano mesmo dá para pagar. resta andar a pé. não que seja de graça. mas ainda é ligeiramente mais barato, mesmo quando se sai, ou se vai, àqueles lugares onde se paga pedágio. é nisto que dá ser um espécime sem asas e rasteiro por uma vida sem movimento que não seja o de genuflexão.

Tuesday, January 30, 2007

o pirata

encontro um velho conhecido ao qual sou de novo apresentado. explico: velho conhecido porque sendo uma figura notória da cidade, e a frente de um local notório, passa a fazer parte do nosso rol de pessoas conhecidas. seremos vizinhos, e ao que tudo indica, cúmplices. o que só nos dá alegria, a mim principalmente, que não o via há decada.

entre conversas de propósitos sérios, nós, militantes, cada um em sua trincheira, da resistência, damos boas gargalhadas diante da gravidade de alguns problemas que nos atém ao longo de muitos anos.

ele, espirituoso, quase encerra a conversa com uma tirada que seus patrícios talvez não perdoassem, mas que demonstram sua vitalidade em combate: a capacidade de rir de sí mesmo.

sendo português, diz-me que de dois em dois anos, necessita de ir a portugal zerar o Q.I. quando sente que começa a ficar inteligente, o que dir-se-ia à portuguesa, " tem piada".

a meu modo, ancorado por tempos e tempos do outro lado do oceano, acho que voltei para o brasil também para zerar o meu Q.I. o que não tem piada alguma.

Sunday, January 28, 2007

quando nem tudo está perdido

duas coisas não gosto nas batalhas: o tédio depois da vitória e aquela ansiedade das visceras nos momentos que as antecedem.
mais do que grandes guerreiros, sábios eram aqueles que combatiam de saias. é outra coisa mijar sem ter de abrir ou fechar a braguilha, sem falar que nunca jamais alguém foi tido como acovardado denunciado por ter mijado nas saias. e mais virtudes não houver no traje, qual melhor para a prática do "sebo nas canelas"?

na môsca

o peso do escudo o torna um alvo fácil. a ausência, semi-morto.
a ilusão da proteção é suicida. a falta dela morte certa.
quando você é o arqueiro não costuma se preocupar com isto. até porque ainda não se ouvir falar de flechada pela culatra.

peloponeso, termópilas ou coisa que o valha

espadas curtas, estragos maiores. lâminas finas, mãos mais leves. coração mais sangrento, consciência aplacada. corpo mais ágil, vida longa.
o problema é proporcionalidade das medidas na base de tal questão.

aquiles

coloquem-me a frente dificuldades. mas nunca coloquem-me na retaguarda.

elixir da batalha

nasci para comandar. como comandado sou um fraco.

há outro?

decididamente: não tem jeito, se não for do meu jeito.

Saturday, January 27, 2007

milagres às avessas

luta de box na tv. um dos lutadores, chama-se fumaça e atual campeão da sua modalidade, vai mal das pernas até o penúltimo round.

súbito fumaça começa a endurecer. e acerta golpes que levam o adversário a ser "salvo pelo gongo", pois beijou a lona nos 8 segundos salvadores que antecederam o intervalo de descanso.
fumaça é negro e seu adversário branco. fumaça tem escrito em cada um dos braços a palavra jesus. e nas costas uma mensagem de fé e grandiosidade do e ao senhor onde, resumindo, está escrito que ninguém pode com o senhor ou a força de deus é invencível ou coisa parecida.

último round, fumaça parte para cima do seu oponente ainda não totalmente recuperado e, como esperado, leva novamente seu contendor ao chão. o árbitro prepara-se para iniciar a contagem, mas o boxeador, que não tem nada escrito no corpo, levanta-se algo atordoado e zanza da direita para a esquerda e vice-versa do ringue sem mal conseguir colocar a proteção bucal. nestes casos, se você não sabe, a luta só recomeça quando o árbitro autoriza o reinício da contenda.

estava tão mal, que qualquer direita de amador o levaria ao nocaute, era só esperar mais alguns segundos. mas, o que a todos deixou estupefatos, fumaça, que independentemente do que estava escrito, é tido como um bom sujeito, partiu como um trator do canto inverso do ringue e acertou pelas costas um direto no já "morimbundo" lutador. o que ocasionou uma reviravolta na luta, o que de fato aconteceu. mas não sem antes estabelecer-se um clima de revolta, que quase leva a pancadria geral. tamanha a covardia do fumaça que parece ter se inflado sabe-se lá de que fogo, muito menos que tenha sido do divino. porque se foi há algo errado no reino dos céus.

minutos intermináveis em que uma maca sobe ao ringue, oxigênio, até se descobrir que o extenuamento era que estava deixando o lutador derrubado colado ao chão, não que o "golpe surpresa" não tenha feito a sua parcela de estrago. enfim, levanta-se o homem da lona às alturas, pois nestes casos o lutador que acerta o outro sem autorização do árbitro para continuação da luta é desclassificado. e assim tivemos um campeão por desclassificação.

assim, eu que cotidianamente já sou um sujeito pra lá de desconfiado com cardápios, vans, kombis, tatuagens, ou o que quer que seja do tipo, incluindo portadores de bíblia que trazem louvoures e inscrições de rodapé a parachoques na base do "deus é fiel", agorinha mesmo é que não baixo a guarda nem a pau. detestaria obter vitórias contra todos estes desclassficados.

deixem-me em pais pois com minhas derrotas devidamente classificadas nem que seja de vitórias morais.

Thursday, January 25, 2007

puro vômito

súbito o mundo apagou. vexame maior o vômito no carro do amigo, decididamente o pior. nem as piadas - toda história de bebum tem a sua versão do cu de bebâdo não tem dono ou coisa parecida. e claro há que se meter um negão, seja real ou ficção na história, deram ressaca moral maior. afinal, maior e vacinado, tenho direito ou não de tombar na calçada vitima da minha própria imprudência? que diga-se de passagem, a última foi cometida se bem me lembro na adolescência?(movida a dreher).

concluo, que o mal dos excessos é descobrir nas faltas quem são seus verdadeiros amigos.
assim, descobri, que a tal manguaça não foi mardita e sim muito bendita, ainda mais a preços de cerveja, cachaça e pizza.

uma queda na calçada, de vez em quando, é sempre melhor que uma recaída no divã de certos analistas, se bem que calculo não exista lugar mais adequado para vomitar.

Wednesday, January 24, 2007

decepções daquelas ou o que fazer com os restos do ovo de colombo?

não sei por qual sinto-me pior: inteirar-me do saber de que sou pior do que os outros o que pode-se dizer, é corriqueiro, ou, caso raro, mas não tanto, constatar mais uma vez o plausivo de que sou melhor do que os outros e, excepcionalmente, muito melhor. mas muito melhor mesmo, não vou alimentar falsos pudores de o dizer.

há que se informar que o método comparativo, quando se trata do humano, tem lá seus enganos que, dizem alguns, produz mais erros do que acertos. mas aí é que reside o dilema do saldo moral: a quantidade de enganos nos acertos ou as de acertos nos enganos.

a matemática do caráter nunca se ajusta tão bem ao caráter da matemática. o que dificulta ainda mais a aplicação das perdas e lucros em proveito do aperfeiçoamento do método, uma vez que raramente na vida temos oportunidade de realizar a prova dos nove.

se com os outros isso é praticamente impossível, vez que tudo se move em caixas-forte blindadas que dada a aplicação do método tendem a espatifar-se como se ovos fosse, que dizer da prova dos nove para "conosco próprios"? tendenciosos que somos a enxergar clara a gema onde só pinto podre?

Tuesday, January 23, 2007

propriedades profiláticas da argila

ver o tempo nublado como mau presságio.
mania que as pessoas tem de achar que o dia só vai ser bom se rodeado por raios de sol.
ora, o sol também gosta de vez em quando, de acordar um pouco mais tarde, e tomar uma ducha naquela calha esquecida na quina do quintal.
isso sem falar na sensação dos pés na lama que se forma mais ou menos rápido de acordo com a intensidade da chuva, quando o nublado se avança em água, para a alegria de quem sabe do que estou falando.

e ser tivermos companhia para fazer "guerra de lama", onde alguém sempre se destaca pela habilidade mais certeira de atingir o alvo, o mundo torna-se mais humano como se estivessemos novamente moldando a vida pelo barro da nossa alegria agora sim não mais esturricada.

acrílico fosco

o problema de muitas pessoas é exatamente este. ver escuridão onde não há brilho, o que não é exatamente a mesma coisa.

visão noturna

as quatro horas da manhã, todos os morcegos são pardos. excetuando-se aquele albino.
mas quem se importa? se os morcegos são cegos. e nós, mais ainda.

Sunday, January 21, 2007

calçando as sandálias da humildade

vassoura, vassourão e rodo. ácido muriático, água sanitária e sabão em pó. varrer o chão, passar o pano, lavar, esfregar, secar, joguar água de novo. deixar preparado para aplicação da cera, boa tentativa de recuperar as ardósias em pedra que se constituem o piso da recepção, lounge, salão principal e frontspício do café-bar que vamos ter dentro da agência.

simbólico ou não, foi opcional a nossa participação. manhã e tarde de sábado, com prévia de carnaval à porta. preferimos a lavagem do chão. faltou água de cheiro. mas ainda é cedo. a obra continua e até a entrada em operação, vamos, com certeza fazer outras lavagens.

30 anos de profissão, e uma carreira internacional que me levou a posição de CEO, e eu aqui lavando chão, com direito a lavagem, também, dos panos de chão.

um ritual que marca decadência ou elevação? nesta lavagem em símbolos de có-participação.

Friday, January 19, 2007

gente fina é outra coisa, pois não ?

"pior que bicho", disse o produtor, quando os ricos atacaram os brindes, no desfile da cantao, na noite da 4a feira, no fashion rio. diante do avanço dos convidados sobre as bolsas separadas para presentear apenas os vips da primeira fila, guardadas em sacolas na lateral da passarela, que foram atacadas assim que as modelos voltaram para o camarim.
"se fossem pobres ainda vai, mas só tinha rico" - criticou um dos produtores envolvido no desfile.

como diria um pobre de plantão, nada vip, com seu cachorro esfomeado, nada fashion, fazendo arrastão ou fazendo comentários, ricos e descolados, perdem a pose mas não perdem nunca o preconceito de classe.

voltando ao fashion rio, onde já se viu colocar na mesma sacola, pobres, bichos e ricos com seus podres de chic ? isto só pode ter sido uma falha da produção

gente fina é outra coisa 2 pois não ?

ocasionalmente participante de alguns eventos, vernissages e afins, alguém acrescenta: "sempre que rola um coquetel a mais, um brinde, ou uma lembrancinha, o povo dito 'chique' se descontrola de uma forma absurda... incrivel!!, complementado por outro que arremata: "nao só com brindes, ou agrados em eventos, cansei de ver carro importado em fila dupla, estacionado em local proibido, janelas blindadas se abrindo para jogar uma bituca ou papel de bala nas ruas, sem contar nos aeroportos, ponte aérea entao, os 'chiques' com bolsas LV ou algo que o valha, querendo sempre passar na frente na fila do embarque...

deve ser por isso que o brasil não dá certo. aqui os ricos espelham os ricos mas botam sempre a culpa nos pobres, como se os pobres fossem ricos sem instrução ou a mais rala educação.

Thursday, January 18, 2007

de calado baixo ou navegar não é preciso

a vista da orla de fortaleza é deslumbrante principalmente para quem chega por mar. o por do sol idem. nem precisa ser visto da ponte dos ingleses, inebria.

não se sabe a hora, mas o certo é que numa manobra padrão, alguém entrou em êxtase. e encalhou o cargueiro de frente para a praia fugindo a raia da barra. também não se sabe por descuido, motivado por tal inebriação. ou, indo mais além, propositadamente. quem sabe para curtir o visual de um ponto de vista ainda mais privilegiado.

o barco agora não sai. encalhado, dá nas vistas na praia cheia de vistas. a tal imperícia custa caro. mesmo que alivie-se a carga, e que venha a maré de janeiro, dali só se arranca o cargueiro, com a ajuda do rebocador que está vindo do rio também de janeiro.

a passos de tartaruga vem o rebocador, uma espécie de popeye dos barcos, cuja função é retirar os "brutos" da enrascada em que se meteram.

a história é real é acontece agorinha mesmo numa praia de fortaleza que não cito o nome, para não dar margem a outros encalhes.

cargueiro, beleza, inebriação, mar, encalhe, pequenos fortes, grandes entalados, ou melhor encalhados, fortaleza.

palavras, estados e situações com vários significados e significantes.

creio que nem você nem eu precisamos estar encalhados e ou inebriados para fazer ilações e ou analogias com o que fazemos do nosso barco(cargueiro ou rebocador?)quando inebriados ou simplesmente cansados, preferimos a visão do encalhe a modorrenta postura de estar simplesmente atracados a um bom porto.

muita gente, é verdade, nem precisa encalhar para se dar conta de que está prestes a partir ao meio ou a partir do meio. outros,eternamente encalhados, principalmente, onde não há belas orlas de por de sóis inebriantes, choram a falta do cais.

entre um e outro a maior parte das gentes, não dos barcos, à deriva ou contemplativa. talvez mais dos barcos que encalham dos que chegam ao porto.

eu olho pra mim e vejo-me um rebocador. quiçá de mim mesmo.

reboca-dor? sim. pequeno que baste para não encalhar. nunca grande para merecer algo mais que um beirada de porto: ´quela onde também fica a maior parte do lixo que se acumula no cais.

sempre lembrado pela força e utilidade. mas só nas situações de encalhe.
nunca para simplesmente tornar-me, a mim, o rebocador, cargueiro dos pores de sol inebriantes na orla deslumbrante da praia da minha fortaleza que anda rasa de encalhes d´outros portes.

Wednesday, January 17, 2007

saudades do futuro

a esta altura do campeonato, onde tudo configura-se contra, decido refazer um projeto que foi quebrado há quase cinco anos pelo mesmo mal , hoje piorado, que ataca os publicitários com e sem talento. estes últimos muito mais suscetíveis, evidentemente.

ainda não é o projeto que tenha a minha cara. mas decerto, tem a minha sombra. e assim sendo, cria-se a oportunidade para voyeur de mim mesmo, enxergar de ver se resta alguma luminosidade no meu corpo e nas minhas idéias.

não devo estar padecendo do juízo, já que consigo expressar-me razoavelmente coordenado. mas há de se convir que montar uma empresa dedicada a comunicação persuasiva, num momento em que tudo conspira contra, principalmente a conspiração dos medíocres, não é algo que suscite volupias, de carteira principalmente.

a remuneração está achatada, os critérios éticos, profissionais, de caráter, sem esquecer os estéticos, idem. mas, apesar de tudo, e do contra da idade - sim eu já passei dos cincoenta, quando se passa dos cincoenta nesta atividade convém estar rico e bem resolvido seja em qual for a via - eu continuo de pau duro quando se fala em propaganda(leia-se comunicação de marketing de marcas, nunca é demais responder) ainda que a ferramenta(a da propaganda) esteja murcha no rol do grande museu de novidades que se afiguram neste momento em que dizem o consumidor, o tele-web-espectador, constrói o conteúdo.

mas é justamente conteúdo o que falta por todos os lados. e este é o grande desafio. ocupar os imensos espaços vazios engarrafados de nada dentro com tudo em riba.

ribanceira a cima, ou seria abaixo, lá vou eu, como se estivesse num caminho de rolimã, cheio de saudades. saudades sim, mas do futuro.

para alguma coisa estes sobes e desces, estas curvas, estes horizontes intermináveis de coisas nenhumas que desandam a paisagem das retas, devem ter me servido para estar onde estou, movendo-me a velocidade da luz que tantas vezes me fez parecer que estava parado.

se por acaso você aparecer por aqui e não me encontrar, já sabe: estamos em obras. mas eu volto.

pois quem carrega tijolos, acredite, esta escrevendo algo mais do que aquilo que assenta.

Tuesday, January 16, 2007

outra face

não tenho certeza se é um proverbio árabe. mas tenho certeza de que toda vez que o contrariei me fudi.
" aquele que é bom para com os maus, acaba sendo mau para com os bons".

Monday, January 15, 2007

a cratera do nosso caráter

para cada um que está trabalhando, calcule pelo menos dez que ficam olhando.

é o retrato do brasil em qualquer situação. curiosidade mórbida. que as vezes até confunde-se com solidariedade. mas que no entanto jamais se manifesta sobre nossas mazelas e sofrimentos mais ou menos sutis nem por isso menos profundas. por maior que seja a cratera em que estamos metidos, fazemos de conta que não há buracos,fissuras ou infiltrações, deitados em berço esplêndido, soterrados que estamos pelo desmoronar de esperanças que jamais serão concretadas.

no meio disso tudo, sim, não se contabiliza parentes, colegas, imprensa marrom, ou mesmo daqueles oportunistas que descem ao fundo do poço para aproveitar o buraco que vai ocupar nas primeiras páginas. afinal, não é porque um governador se chama serra, que ele vai ter alguma utilidade concreta na remoção ou mesmo no comando dela, ativo se fosse.

curiosos e mais curiosos. pitaqueiros e mais pitaqueiros, cujo rescalado não vale o oxigênio que respiram consomem o ar que esfumou-se há três dias e que já não propaga mais sinais telefônicos ou buzinhas e abafa vidas, que ficam a depender de um bolsão de oxigênio sabe-se lá por arte de qual diabo ou deus destacado para dar aos bombeiros algum estímulo ante um desfecho que já se imagina com gosto de terra, porque por maior que seja o perigo, socorro tardio, para quem não tem mais tempo de acompanhar três dias de resgate uma vez que não estão na beira do precipício mas sim enterrados nele.

o acidente do metrô de são paulo é o tunel raso e enlameado. nem por isso menos profundo, de uma crônica de morte anunciada, ou melhor denunciada, que acompanham as vítimas das obras de engenharia públicas deste país, desta vez indo buscar nas cercanias transeuntes que experimentam as agruras do metrô antes dele ficar pronto.

aos sobreviventes que tiveram a sorte de escapar, espera-lhes o soterramento de uma burocracia que vai torcer para que eles morram de outras causas antes de receber o seguro, que deveria ser acrescido da indenização sobre a irresponsabilidade de quem sabedor dos sinais, vez vista grossa até não poder mais ignorar tamanho buraco que como todos ceifam vidas que poderiam estar tapando outros de calibre menor.

é sempre bom lembrar, para os bem intencionados de plantão, que as leis também dizem que protegem os passageiros dos vôos que foram tratados abaixo de cão recentemente, e sequer receberam a atenção de uma informação, muito menos comida e hospedagem e nunquinha de nada de idenização por prejuízos causados, conforme assegura um tal código do consumidor, tão difuso em sua aplicação, como o mapeamento do trágego aéreo brasileiro.

sim, há crateras no ar também do brasil. afinal, neste país, onde delas não se ouviu ainda falar depois da hora da morte ?

Saturday, January 13, 2007

como nossos pais(forever?)

agora anunciam que mtv pressionou, dizem alguns, obrigou empalam outros, inclusive sob a mira da ameaça de demissão, cicarelli a gravar comunicado tirando o dela, leia-se dela associada a mtv, portanto mais mtv do que ela, peça volátil da imagem da emissôra, da parceria malfadada que resultou no mico do ano.

cada vez mais a princesa fica com cara de sapo. e oficialmente a mtv agora bem que poderia se chamar "tv câmara ou tv senado". não pelo que mostram, evidentemente. mas pelo que estão transmitindo na mesma onda.

a rebeldia da mtv acaba na hora que alguém, como a cicarelli, leva na venta ou onde prefira publicamente.

este é a grade da tv que quer fazer a cabeça da nossa juventude ou feita pela juventude sem cabeça de nenhum valor que não seja os mesmos dos nossos pais quando se trata de ser traíra em interesses próprios de quem sempre luta pelos mesmos.

Friday, January 12, 2007

e a culpa não foi da falta do tato, a falta de tato foi dela

pinocchio agora encontrou uma concorrente a altura.
depois da mentira confirmada da cicarelli, espera-se o crescimento da sua tromba proporcionalmente a boca. o que definivamente a descarta do vídeo. mesmo se encarado pelas novas tvs de plasma e lcd que tem horizontalidade a nariz de toda prova.
mas nelas o vídeo do you tube fica mareado, mareado.

Thursday, January 11, 2007

buceta de pandora

no brasil, qualquer gostosa que abra a boca para dar justificativa por ter dado, tentado, ou mensurado mal suas paixões, sua falta de calcinhas, amassos marinhos ou dor-de-corno aveludada, incluindo as paixões eternas que não duraram um mês, a emenda torna-se pior do que o soneto.
pra não variar o roteiro, a história se repete. e se a besteira for proporcional ao tamanho da boca, cicarelli está pra lá de bem no filme .
agora que uma emissora com a mtv, cada vez mais parecida com a rede tv, confunda boicote com censura e iniciativa institucional com iniciativa privada(leia-se de privada) ai já é o fim da picada.
temos um novo bordão na praça: qualquer merda na área, já sabe: foi uma iniciativa isolada do namorado.
se bem, que no caso da cicarelli, a expressão iniciativa isolada, se traduzida ao pé da letra, pode levar os incautos a entender como pura masturbação, muito embora não se saiba ainda de quem.
afinal o que tinha de olheiro na praia quase suplanta a audiência da mtv. e se computados os aderentes do you tube e correlatos descobre-se o porque uma vez destampada a buceta de pandora nada poderá cerrá-la. nem por decreto quanto mais por comunicados.

Tuesday, January 09, 2007

larga do meu pau, cicarelli

titulozinho vagabundo. mas aguçou a sua curiosidade, né?

pois é. o brasileiro é um punheteiro audio-visual nato. principalmente quando se trata de celebridades. ele é capaz de escalar picos - e de pau duro, mas só pra isso, porque na hora h, pede um consulta ao boston medical - para tentar ver o rabo de alguma bbb. mas não enxerga a muito mais gostosa da casa em frente. as mulheres ciosas do mesmo esperneio idem. dão gritinhos a menor possibilidade de ver celebridades de sunga mas acham estranho e nojento quando algum cantor mais tocado mija na beira do palco deste festivais de verão. é assim a nossa libido desvirtuada. gozamos mais vendo ou pensando que vendo, do que fazendo. será ?

tardios voyeurs,internautas descobrem que as celebridades sim: ralam e rolam para além dos seus sonhos e fetiches(o que você nunca verá é "celebridade"com diarréia ou peidando algo que não seja chanel 5)

alguém em sua sã ou santa consciência duvidou que a cicarelli, como qualquer mulher que tem intimidade com a coisa, não pegaria no pau do namorado? ou coisa que o valha? o que faz qualquer zé ninguém na praia? com sereia ou tribufu, incluindo a fodinha submarina? com que distorção vivemos(ou não vivemos) o preâmbulos do sexo ?

um namorico de merda. brocha, se comparar-mos com o festival de rolas-buças à milanesa que rola solta no litoral maritimo, lacustre, ribeirinho, em qualquer ponto que tenha água e macho e fêmea no brasil, nos transforma em o povo mais jeca da internet e leva junto a justiça que se faz de cega ou tenta cegar, quando convém, sem deixar de dar a sua olhadinha também.

o direito a privacidade da cicarelli é inegável. mas ela o perdeu quando invadiu a nossa ao abusar da sua invisibilidade visível enquanto celebridade da qual vive e goza. o seu amasso tornou-se público porque ela invadiu a nossa pobre praia acostumada com comuns mortais que fodem mas que não fodem a nossa patética existência com a encenação da superioridade tornado direito privado pelos holofotes da celebração de celebridades que nesta hora querem-se passar desapercebidos.

como diziam nossas vós quem não pode com o pote não pega - ou não se deixa pegar - na rodilha.

Monday, January 08, 2007

panamericano do crioulo doido

cabral está descobrindo com água no quengo, e já no casco da economia do rio, que não há porto seguro na baixada ou nas serras fluriocas.
os mais engraçadinhos juram que são pedro agora é o padroeiro do pcc, o que não seria de admirar já que cosme e damião de há muito foi convertido e são jorge anda pra pra lá de capadócia.
vai ser uma disputa e tanto: força nacional x milicias e traficantes. façam suas apostas senhores. mas discretamente, como convém a este momento de ordenação das forças.

Sunday, January 07, 2007

a boa "qui faz má" ou raimunda faz melhor

conclusivamente chego ao arremate que cerveja faz um mal que ninguém nem pense em aquilatar.
basta ver o que aconteceu com a juliana paes. senão vejamos:
primeiro ela sendo boa, ou a boa, passou a andar com um sujeito muito pouco ou nada recomendável para estar ao lado de uma boa daquelas. com todo o respeito, ao saudoso bussunda, que havemos de convir, tem uma cara que está mais pra ressaca do que pra festa mesmo que seja de velório.

a coisa foi evoluindo e a juliana ficando chupada, no bom sentido claro. a moça agora tá mais pra espuma do que pra colarinho. anda secando e ficando com uma cara que nem a bunda, oppps, a boca salva ou melhor salva a boca, basta ver as caras e bocas manifestas com o pé todinho enterrado na jaca durante brigas e após a morte do caco, ela sim aos cacos e piparotes.

e assim, concluo aos finais, que nem a pinga do bira faz tanto mal quanto a boa da paes.

tim-tim a boa com seu senões. mas por trás dela. isso quer dizer, pelo menos, no balcão.
de resto não seja abstêmio pois a falta de boas, restam as más. mas estas, nem fudendo, opps bebendo, desrecomendo.

Saturday, January 06, 2007

nem diarista, nem mensalista

ou muito malas ou bronqueiras e intrometidas como mais ninguém.

se é verdade que a televisão influencia comportamentos, os parâmetros comportamentais das empregadas de qualquer horário nas novelas da rede globo, incluindo o vale a pena ver de novo, malhação, profeta até chegar a amazônia, ainda acaba explicando porque o acre por pouco não ficou na mão dos bolivianos para servir de troco para outras moedas.

vai que a neusa borges resolve ir pra seringa? nadie lo suporta.

(e não veja no comentário ranço dos pensamentos do tipo empregadas tem mais é que reconhecer o seu lugar. é que o texto delas na novela é de quem mora na suíte, quando na vida real ainda há "quartos de empregada" e elevadores de serviço que as novelas insistem em sublimar)

Friday, January 05, 2007

sub-oficial

chega-se a conclusão de que os celulares com cameras fotográficas são mais uma invenção maligna dos estados unidos para pisotearem os iraquianos do contra que vão ganhando a guerra das ruas mas que neste quesito perderam com este toque de agência secreta a conquista da informação simbólica que nem sempre vence, mas ajuda. afinal, quem tem pescoço tem medo.
ou poder-se-ia dizer que sadan foi enforcado não pela corda, mas sim por um celular ?

e nos próximos enforcamentos de meio-irmãos do ditador, (a)guardam-se celulares a meia carga ?

Thursday, January 04, 2007

suplentes não engordam ?

não podemos deixar passar desapercebido mais uma grande contribuição que o legislativo brasileiro dá a nação para por fim a porca misera.
como eles nos ensinam, basta ser suplente. nem que seja um vez na vida. e acaba a fome do brasileiro sem mais delongas, indigências ou medidas provisórias.
e nem precisa ser por 22 dias. basta uma semaninha só que eles tiram a barriga da miséria de letra. como fazem os sucedâneos de agora.
como manda, abriga e não contesta a constituição.

Tuesday, January 02, 2007

festa à fantasia

nem bem ano começou e já o maior carnaval.

brasileiros querem mudar o destino na base do samba-enredo, rap-enredo, funk-enredo, forró-enredo, pagodinho de medo e os estertores da fase calypso, antemão aviso já era, ficou encangado ano passado de véspera.

ninguém se liga que nosso pancadão agora é decididamente outro. ratátátátá que unifica o país. norte a sul, leste a oeste, esta é a música que calibra as paradas e o suor dos corpos até serem fritos de um jeito ou de outro num viver contorcemdo-se até não se poderem mais.

no país dos ratos esta é a nossa nona sinfonia.
por isso, te cuida malandro, que beethoven vem bater a tua porta. na tua rua, na tua casa, na tua fazenda ou na tua coberturazinha de fumê.

nem tudo está perdido

dia de ressaca. dia de posses. dia de discursos. em suma: dia quase totalmente nulo. se não fosse o here come the sun. e os rabos dos animais abanando.

Monday, January 01, 2007

ecos de fogo para muito além das palavras

24 toneladas de fogos são a atração principal da festa dos que vestidos de brancos dizem ser de paz.

um princípio de guerra contra a paz nos diz o contra-senso, enquanto tais ribombos, já no dia de todos os santos, nos ensurdecem para pipocos gerados pelo mesmo princípio. e que passaram o ano vitimando gente que mal findou o ano queimada, para sempre, assim como queimam os fogos as gentes de cara e dente. inclusive seu raciocínio e sua sensibilidade.
sendo a paz uma verdadeira festa e esta, se assim for, só alcançada, no mais comovente silêncio, alguma coisa há por detrás de 24 toneladas de fogos que para o ano prometem ser mais e mais fazer barulho para encher os olhões da multidão.

pipoco, barulho, fogo, queima e destruição.
mas do que palavras imagens e eco de tudo aquilo que os mortos-vivos jamais ouvirão.