Tuesday, October 31, 2006

superpop

luciana gimenez, extra responsável, recomenda, comigo, falou em sexo, eu lembro logo, tem de usar camisinha. e com que ênfase.
pois, lucas, nasceu, se conclui, de uma furada, causa disso, pedra que rolou em cima.
satisfaction? i can get no.

Monday, October 30, 2006

copywright

dar bom exemplo nas histórias é necessário, dizem muitos, que se querem todos a ver televisão.

não querem histórias onde os maus, depois de aprontarem todas, ainda acabam por ter final feliz, e portanto impune. é isso que querenos ensinar as nossas crianças? que o crime, todo ele, em espécie, gênero e grau, compensa? da mariola surrupiada no recreio a herança obtida por meios malditos?

pois é isso que também se vê nos filmes, que parecem andam a influenciar a vida onde nada disto acontece, apesar da tamanha elaboração.

a ficção destas dominaria ainda mais o mal do real imaginado em série sim ou não de tevês?

os guardiãoes da humanidade esquecem-se que a televisão e o cinema são coisas muito recentes e que as más influências vem de dentro de casa pra fora. e não de fora de casa, da rua, pra dentro, quando muito, sim, de uma casa para outra.

algum dia deixaremos nossa crianças escreverem suas próprias histórias?

Sunday, October 29, 2006

personal arrumator

uma multidão de caixas desorganizadas após penar toda uma vida a organizá-las. há um momento que todos querem recomeçar do zero ou de algum ponto favorável.
voltar ao começo é sempre isso. nenhuma volta é começo, mas continuemos a chamar assim. é impossível voltar todo arrumadinho, porque sempre falta um pedaço, uma peça, um disco, uma música, um beijo, um desejo.
então há que se desarrumar tudo e começar a arrumar todos de novo.
pra uns é menos trabalhoso do que da primeira vez. pra outros é o caos.
o que guardar e o que jogar fora? ainda mais complicado. por isso convém não escancarar a porta do espelho do guarda-roupa do espelho para lhe deixar cara a cara as dívidas que ele lhe cobra.
nesta hora uma voz para nos dizer maturidade outras desperdício.
mas como explicar aquela teimosia de guardar indefinidamente a camiseta que nunca mais vai lhe caber a vontade?
no fundo, mais do que a roupa, tememos a vida que nos é comida as traças. é o figurino que querermos arrumar de novo. pena que de fora pra dentro e não de dentro pra fora por mais que pensemos que assim seja.
e então, deixa como está ou arruma pro faz de conta?

Saturday, October 28, 2006

e tudo não passa de uma questão de método

em 2006 o que chamam de debate não passa de uma sabatina. método muito pouco democrático. preferido por instituições amantes do conservadorismo à palmatória. ainda mais quando o tempo reduzido a mínutos, encolhidos de quartos de hora, demarcados por comerciais, obedecem a interesses que não ficam muito claros tal qual as respostas sempre carcomidas por um mediador de mechas idade.

na sabatina, os pontos são previamente estudados para que se possa discorrer sobre o tema com exatidão. não foi sequer o caso. já que foi imiscuida uma amostragem da indecisão verde e amarela, supostamente neutra e representativa da ânsia pelo esclarecimento dos propositantes a presidência.

o pior desta, além de não permitir a resposta concreta, já que perguntado sobre uma coisa o candidato sempre responde outra, é o tom de bravata e representação onde um, falsamente equilibrado responde a outro falsamente indignado.

no fundo isto nada mais é que o retrato da nossa democracia. onde o debate, espaço aberto para exposição de intenções diversas, realçadas pela convicção das idéias suportada pela força da oratória emocionante, foi substituido pela sabatina de roupa suja e mal lavada. como se não bastasse teatralizada de forma canastrona por números sucumbidos a audiência cuja grandiloquência costuma ser confundida com pratica democrática, às avessas, neste disfarce.

Friday, October 27, 2006

2040

é quando vamos sentir de maneira irretrocedível os efeitos de tudo o que estamos fazendo agora, somado ao que á vinhamos fazendo já há algum tempo, em matéria de poluição e destruição.
é irreversível dizem os catastrofistas.
é vero, dizem os trofistas.
é lero dizem os sofistas.
como eu só sou surfista, vou aproveitar a onda como posso. porque quando ela quebrar eu já terei caido da prancha antes. bem antes ?

Wednesday, October 25, 2006

espaço urbano

bêbados antigamente eram os reis das calçadas. mescla de alguma desdita popular e as vezes até burguesa, donde muita canção popular saiu para ganhar lugar nas paradas que não eram de ônibus.

mas aí, como não veio a reforma agrária, foram depostos por todo um contigente de esfarrapados que não só não tem terra pra plantar, com consequentemente não tem o que comer, onde dormir, assim também como não tinham o que beber.

contudo, com a deposição dos bebados urbanos, verdadeiros falastrôes, temos agora um a nova espécie que até o AA não reconhece ou não classificou. estes, acostumados a tirar leite de pedras, tiram até alcóol até do asfalto para continuar na sua bebedeira de morte independentemente do vetor aquoso que os implodirá em bolhas de podridão latente sem direitor a queda na sarjeta, já entupida por dejetos outros.

tim-tim então à sua indiferença.

Tuesday, October 24, 2006

a enfermeira que deu tiro no pé

mas que paiszinho vagabundo este que nós vivemos a cada dia se passa confirma-se grandiloquentemente.

agora deu. vagabundo sub-desenvolvido, daqueles com cara de maleita de miséria, que quando cachimba um crack mata de dúzia, não pode nem mais sair para fazer um assaltozinho em paz, vejam só senhores, que uma enfermeirazinha anciã, no descumprimento da lei, saca três oitão e manda-lhe balaço certeiro na mão grande.

quéquéisso? onde nós estamos? presos vão os dois, enfermeira liberada apesar do porte de arma ser inafiançável, pra rimar com a pulíça que também não é confiável, nesse estranho mundo onde a lei está sempre do lado do mais forte e não protege nem a mão que recebe o tiro nem a que dá por mais invertido que estejam os papéis.

mas como desgraça pouco é bobagem, a camara de tiro opppps! de vereadores do rio de janeiro, em tumultuada sessão de dois por um, aprova homenagem a enfermeira que é assim condecorada com medalhão olímpico de tiro ao pé de um país que já é manco de tanto levar tiro na bunda.

o tiro foi na mão, mas no pé de todas as probabilidades da cidadania caminhar sem muletas à bala.

Sunday, October 22, 2006

quase aula de idiomas

vencer um campeonato, ainda não é massa.
duas, és alonso.
sete, herr schumi.
e nada disso, é barrichelo.
que idioma mais ingrato este. em que a velocidade deixa tanta gente parada na pista. apesar de seus corações e mentes continuarem acelerando.

nivelando os fatos

as despedidas não costumam ser nos podiuns. principalmente as que são feitas com os pés no chão.

podium

o que é pior ser campeão em segundo ou não levar nada e vencer a corrida?

Saturday, October 21, 2006

inevitavelmente

quando o âncora diz, que a qualquer momento voltaremos com novas notícias, ele quer dizer más.

paz à força

a força da paz, aquela, sempre enviada para combater a guerra e evitar mais mortes, acaba sempre, para mostrar a sua força, de paz, matando, para evitar a guerra, claro. tudo em nome da mais santa paz.

que a força esteja contigo?

a força fará contigo, comigo, o mal que a força sempre faz

Friday, October 20, 2006

bush shit

poetas namorados correi, dizia a letra de música que alertava românticamente para o desfecho da corrida espacial que apontava para o fim da lua como símbolo mór do romantismo.

pois bem, de nada adiantou correr ou, se alguém correu, correu devagar. e foi pro espaço de uma maneira diferentemente da pretendida.

a partir de ontem, segundo o toma-todas de washington, o céu é dos americanos e ninguém tasca. lá em cima é deles para star-war ou para cagar.

e cagando assim desta maneira dita estelar, vão tomando no cu do iraque. muito provavelmente porque o deus de lá, na figura do profeta maomé ou alá, que também gostam de espaço alado, começaram a virar o céu de cabeça pra baixo pra colocar as coisas no seu devido lugar, como um recado dado, ainda que muito deles próprios não percebam para eles também endereçados.

é que a terra, também já foi um céu. assim como o céu, que se inicia hoje a ser tomado.

e que uma vez assim cagado, nunca mais por seus donos, falsos ou verdadeiros, será habitado.

Thursday, October 19, 2006

só dói quando rio

sim, o rio é a cidade do riso
largo como um decote
e das marcas espontâneas da lua
nas bundas em constelações praeiras
do arporador ao posto nove
até o pier da memoria

mergulhos inacreditávéis
da glória ao flamengo
gol de placa no barco da marina

não, não é uma cidade bunda
como nos querem fazer crer a sua supremacia
nacional

é riso negão de cara e dente
de matar tanto branco amarelo de inveja
com os alvéolos polares à mostra

mal comparando
a natureza desta cidade
é seringa que não se quer descartável
salto da sandália
pico na veia
sexo ventríloco
da mulata

mulata que se inicia troça
de curvas em arcos
tamanha espontaneidade
de sexo retesado
mas cheio de ginga, tanta
que acaba num autêntico desfile de escola de samba
com direito a destaque
mestre sala e porta bandeira
e muito close-up do riso ao cu

cidade onde o gozo nunca é masturbação
porque no rio o sexo é sempre animal de estimação
pois é natural
que assim seja
pois dá-se, vende-se, troca-se
sexo pra quem precisa de sexos
e de lanbuja nem punheta

pena que a violência
desande a vida
com tiroteios que mais parecem
surdos que atravessam repiques
instância no recuo temido da bateria
no desfile
de carne humana
exposta em estandarte de outras partes

aí só se escuta o repicar dos mortos sem nome
ricocheteando sinos
e a bandeira a meio pau de uma escola
murcha como os pelos nas coxas
da passista
agora tumba

Wednesday, October 18, 2006

ao que chamam isto de correlação de forças

um milhão de cem mil exemplares de veja - só contabilizando a veja - despejando material anti-lula, como se não bastasse o estadão, globo e reca na mesma ladainha.

do outro lado, carta capital, sessenta mil exemplares. tendo como aliados, por exemplo," a conversa afiada" do paulo henrique amorim. onde leio a informação, não publicada pela grande imprensa, de que no episódio do dossiê, a equipe de campanha do alkimim, já estava lá antes dos ditos cujos maleiros, e da polícia federal só pra começar. além de outras pérolas do tipo, o dinheiro foi intencionalmento leiautado em montanha para aumentar a dimensão da merda jogada no ventilador(heil! josef goebbels) com direito a supressão da fala do delegado que entregou as fotos,cuja leitura labial é nada mais ou nada menos algo como " é pra *****o lula".

então, como nas matinês, dos filmes de índios contra mocinhos, como é de lei, alinho-me na turma dos mais fracos. os índios claro. nem que seja pela simpatia equivocada de bater tambores e enviar sinais de fumaça. ainda que negra algumas vezes onde a branca já se esvanece.

se cheiro de podre no ar, que seja de povo de cá cuja bosta não é a mesma do povo de lá. porque os índios que morrem aqui não são os mesmos índios que morrem por lá.

mas os mocinhos são todos iguais em suas mentiras de bons moços fumegantes.

Tuesday, October 17, 2006

b.g. para debates políticos presidenciais e ou governamentais

Garotos gostam de iludir
Sorriso, planos, promessas demais
Eles escondem o que mais querem
Que eu seja outra entre outras iguais
São sempre os mesmos sonhos
De quantidade e tamanho
Garotos fazem tudo igual
E quase nunca chegam ao fim
Talvez você seja melhor que os outros
Talvez, quem sabe, goste de mim
São sempre os mesmos sonhos
De quantidade e tamanho
Garotos perdem tempo pensando
Em brinquedos e proteção
Romances de estação
Desejo sem paixão
Qualquer truque contra a emoção

ainda mais que perfeitos para mendonça e eduardo campos, os " mais garotos do pedaço".
(garotos I , do leoni, que em versão forró, nem fala mansa salva)

Monday, October 16, 2006

sintonizando o fim de semana na televisão I

xuxa faz programa de comemoração de vinte anos. angélica faz-lhe visita. ela, amadureceu. já a xuxa, regridiu. o que não deixa de ser uma forma de podridão em baixinho.

sintonizando o fim de semana na televisão II

e o astronauta brasileiro virou jurado de faustão. dir-se-ia ficou de lua?

sintonizando o fim de semana na televisão III

eliana e márcio garcia, por coincidência ou não? apresentadores, ou pelo menos disso chamados, na rede tv. eliana, faz qualquer loura, tingida ou não, sentir-se phd em física quântica, quando abre a bôca pra fazer qualquer comentário que seja. já márcio, que teve a sua chance fazendo o proxeneta celebridade, até hoje anda a espera da ficha que não vai cair, pelo menos antes dele cair. o páreo entre os dois é duro. e olhe que ainda tem aquela apresentadora do almoço com as estrelas, que não dá para engolir, ou comer, tem gosto pra tudo, nem com sal de frutas(sal de fruta ou sal de frutas?). eliana não se sabe se assim ficou após o casamento com o justus. ou se o justus ficou com sua porção eliana desde então. o fato é que o edu, muito menos nós, não merece. já o márcio, anda sobrando no papel e no programa, e olhe que disso ele entende, pelo menos demonstrou na novela. o grande perigo para a televisão brasileira é os dois se apaixonarem, não um pelo outro, mas pelo que fazem. ai o domingo fica morimbundo de vez.

Sunday, October 15, 2006

sintonizando o fim de semana na televisão IV

palhaço chocholate completa 30 anos e a globo faz-lhe homenagem das grandes. talvez porque 30 anos é um número longevo. mas, no país de carequinha, arrelia e piolim, chocolate faz-me sentir assim, digamos meio diabético. e sem a menor vontade de lambuzar-me de seu acting, cuja qualidade fica muitíssimo abaixo do biscoito treloso que lhe patrocina e que é o chocolate dos biscoitos.

Saturday, October 14, 2006

novelas de sambaqui

a novela sinhá moça chegou ontem ao fim, mas estrupiada que a senzala da fazenda araruna.

tá certo que todo capítulo final de novela é uma desmoranar de coerências personais. mas sinhá moça conseguiu ser o maior mostruário de desavenças entre o querer e o ser dos indivíduos, jamais visto numa novela.

certo é que, sendo realidade ficcional, as novelas tem uma, digamos, licença poética, para demonstrar as vicissitudes humanas a título de exemplificação. o que parece ser providencial em tempos de group discussion, aqueles amontados de extratos estatísticos vertidos em gente, monitorantes monitorados pelos núcleos de escrita das novelas, que a partir daí de escritas a descritas, moldando personagens e gran-finales ao sabor das opiniões pré-nupciais as pesquisas. isto posto, nunca mais tivemos tivemos aqueles finais de novela escritos exclusivamente da cabeça do autor, de maneira que, ou odiávamos, ou amávamos, as opções escolhidas por pura e livre arbítrio do autor, cujas reações, algumas, até chegavam a virar notícia de jornal. hoje em dia, nem bocejo.

se alguém ainda se recorda, do rafael, a sinhá moça, rodolfo, chicotadas fora, tidos como esteio da reserva moral do núcleo bom da novela, agiam todo o tempo como se tivessem tomado um porre. orá pra lá, ora pra cá, sem a menor consistência ou coerência de propósito. e haja castigos no tronco da densidade dramática que foi atrás da sua siriema fugindo desta trama cujo fio condutor, só se for o do bigode do barão.

para quem ficou chocado com o final de belíssima, onde a vilã acabava em paris em sua garconiére livre de todos os castigos, o fim do barão, e de tantos outros, é um prêmio que caracteriza ~ seria esse o propósito historicizante? - a impunidade vista até hoje.

enfim, os gregos, sabedores das confusões do olimpo, tinham um recurso de dramaturgia - o deus ex machina - que permitia uma solução montada no non-sense que adquiria sentido de acordo com a maestria com que era empregada.

nas novelas de hoje andam empregando o olimpo inteiro como ex-machina. mas nem assim um samba do crioulo doido conseguem. no máximo um melô do bastião, que toda uma vida separado da mãe - e vice-versa - reencontrados em recurso dos deuses, e em lágrimas fundidos a amor eterno, esvanecem o sentimento à separação, por conta do filho da incoerência que andou chorando audiência mais alto ?

assim, até eu escrevo novela. e nem preciso ajuda dos deuses. quer dizer, uma palinha de baco sempre vai bem. afinal, você já ouviu alguma história de bêbado sem coerência?

Friday, October 13, 2006

fui pego de guarda baixa

faço pesquisa no cifras(site de tablaturas e letras de música) a procura da letra de sentado à beira do caminho, para ilustrar o post de mesmo nome, publicado no voudejeg.blogspot.com sobre jegs a espera de restauração.

clássico dos anos setenta, produto da safra madura da jovem guarda*, qual não é meu espanto quando vejo que acima dos nomes de roberto e erasmo vem a identificação: velha guarda.

mas que porrada. bela de uma má notícia para os jovens como eu.

*a título de curiosidade, a expressão jovem guarda provém das palavras de lênin, cunhada para o programa pelo publicitário carlito maia. algo como o novo mundo/ criado pela revolução repousa nos ombros da jovem guarda. deve ser por isso que sempre gostei mais do erasmo. algo me dizia que ele tinha mais ombros pra isso. é só olhar as suas letras. sim, porque não vá você pensar que eles faziam tudo em duplinha. é de erasmo a maioria do conteúdo que quebrou as regras para além do movimento, basta escutar coqueiro verde pra começar.

Thursday, October 12, 2006

imortal

aos noventa e dois anos, eleito por unanimidade para a academia brasileira de letras, josé midlin, consegui o feito, não tanto pelo que escreveu, mais pelo que leu. e pelo que preservou numa admirável e gigantesca prova dada e doada numa coleção de títulos que tomou-lhe a longeva vida e que tanto o fez acariciá-los.
nobreza de sentimentos, decerto retribuida pelos livros que nele liam benfeitor ativo, o será por vidas que não mais o verão.

a sua imortalidade, para nós, deve-se menos ao título e mais a afirmação: "trocaria de bom grado esta imortalidade por mais uns dez anos de vida".

e pra fazer o quê, perguntou o repórter? para ler, para ler mais, muito mais.

a academia então, espécie de ante-sala de velório, ainda mais pelos chás e biscoitinhos servidos, ganhou hoje, mais do que inteligência, a vida própria de mindlin, este sim fadado, antes de ser fardado , a ser imortal. quanto aos outros, alguém se lembra?

Wednesday, October 11, 2006

ultraje à rigor

a memória de bussunda, no mínimo.

presença da dupla puxa e estica no casseta e planeta.
pra quem não sabe a única censura imposta ao programa, não tocar na virgindade da sandy, dito pedido marinho, obedecido quiçá pela máxima do bom senso chamada negociação: não se come a sandy, literalmente com o bom humor, mantendo-se a calma e a coragem para arrepiar noutros scripts, o que nos valeu gozar todos os outros num programa que dito e feito assim, nos faria falta caso a negociação empancasse no bate-pé.

por outro lado, a turma do reverso ontem marcou ponto que soa a gol contra. ceder a tal tipo de negociação(e a qualquer outra, assino)significa que mais dia menos dia alguém vai tripudiar sobre seu cadáver.

foi o caso. sandy e júnior, objeto do não-desejo, inseridos no humor que até quando escracha valoriza, principalmente cocadinhas como a dupla que agora cismou de ser os rebeldes de plantão: argh, ergh, orgh! afinal, rebeldia por rebeldia, rdb tá aí mesmo fazendo a festa de quem precisa deste tipo de rebeldia.

nesta hora faltou verve, faltou bussunda, para fazer a meta-sacanagem. afinal, já que tinham? que inseri-los no contexto, que texto lhes fosse dado a altura desta forçação de barra, ou seria de hímem? para produzir a desmistificação de uma imagem que não foi rompida nem utilizando o martelo global.

rompida a complacência, já é hora de desmistificar: a moça até que canta(mas não tanto como tentam fazer parecer) mas não encanta. nem desencanta mais. continua enjoadinha, presa a imagem que não cresceu. já o júnior, nem na terceira idade vai virar sênior pelo menos no atual andar da carruagem. tido como multiinstrumentista, no meu bairro tem uns cinquenta caras que tocam guitarra, bateria, e compôem cem vezes melhor. e que com certeza não faz caras e bocas na hora de fazer o teste do susto.

enfim, casseta! não tá na hora de mudar esta dupla de planeta? francamente.

Tuesday, October 10, 2006

quero ser grande

globo exibiu ontem, em horário que crianças, mesmo modernas, deveriam estar dormindo, quero ser criança com didi mocó, sob pseudômino de homenagem ao dia das crianças. não sei o que tais crianças - e nós adultos - fizemos para merecer isto. mas que foi um castigo foi.

ao mesmo tempo, castigo pouco é bobagem, desde domingo, todas as emissoras repetem exaustivamente imagens e declarações acontecidas no debate bandeirantes entre lula e alckmin, quando eles a custa de temperatura dita mais elevada tentam mostrar que são mais maior um do que outro de grandes.

eu, que não sou o tom hanks nem nada, não sabia se agradecia por já ser grande, e portanto com o poder de mandar o didi mocó às favas. sem que isso fizesse a menor diferença na minha vida. ou se, renegava, por não ser criança, não poder mandar às favas o tal debate, fazendo de conta que isso não fará a menor diferença onde quer que me esconda, neste brasil de brasileiros que, no fundo, tem como opção a escolha entre a corrupção ensimesmada de volta e a corrupção velada que desnuda-se vez em quando, muito a contra-gosto porque em sí mesma enrolada ninguém sabe ainda neste novelo se do fim ou começo.

Monday, October 09, 2006

ô louco

as cordas de rappel, equipamento presumivelmente standard para ações na selva, dos especialistas em resgate, incluindo,depreende-se, dos atinados à busca dos destroços do vôo 1907, tiham vinte metros, quando o necessário seriam 40 metros. sendo características sobejamente conhecidas pelas decantada altura das árvores na região, isso só foi descoberto in loco. assim como, de que a equipe não tinha moto-serras, para enfrentar a cerrada barreira de troncos colossos, algo tão comum, também na região, que quase é carregada a tira-colo apesar de mais serra que moto.
nossos bravos homens das forças armadas não deveriam incluir isto a priori em seu plano de vôo ou melhor de resgate? ou, dada a emergência e dimensão do ocorrido, o raciocínio pragmático ficou atordoado? mas se são especialistas em tal tipo de ação, como explicar a falta dela, concatenada entre rapidez e precisão, imprescindíveis na frieza programada de quem treinado para enfrentar a morte sem dar sinais de vida? portanto imune a tais falhas só acontecidas em comuns mortais.

moral da história: da próxima vez que tiver voando sobre a amazônia não julgue neurótico o passageiro ao seu lado se por ventura estiver ele carregando tais apetrechos e outros tais como barcos infláveis, repelentes, mata-piolhos, enfim. de há muito sabe-se que resgate na selva não é resgate em congonhas.

Sunday, October 08, 2006

yankees don´t go home

primus inter-pares, pilotos americanos revoltam-se ante a prisão de seus patrícios e colegas, para eles insuspeitos no que toca culpa ao acidente-tragédia maior da atividade aeronáutica brasileira.

e empáfia - da justiça, esclarece representante do governo, já tirando da reta - da republiqueta de bananas em reter os cidadãos americanos, já provocou até a ação de um deputado que solicita à condolissa do arroz intervenção. ainda que sendo politicamente incorreto, no brasil, talhada apenas para papel de passista de escola de samba de quinta e, olhe lá, bumbum bem coberto, apesar de que por aqui certamente a chapinha vai ser feita como se deve.

tudo indica, ainda não provado, se prova provada revelada for, que os pilotos brincaram de play-station com o avião citado, o que deu origem a trombada das feias, mostruosas, desumanas, escondem as fotos.

como a amazônia é terra de mãe joana, sobrou até para o comando aéreo, o achincalhe de espaço aéreo ao deus dará, pelo tal jornalista sobrevivente que não satisfeito em sobreviver, fez do acontecido plus ao meio de vida, publicando reportagem e dando entrevistas como senhor da justiça nas alturas.

se o brasil, brasileiros, justiça e govêrno, tiverem alguma vergonha na cara, devem abater, antes do vôo, tais pretensões que buscam livrar pela cara dura e intimidação os tais pilotos. inciativa de um país e de um govêrno, acostumado as mais escabrosas e escandalosas intervenções onde bem lhes aprouver o plano de vôo de seu totalitatismo intervencionista turbinado por seu poderio econômico-militar.

justiça e jail para estes brevês se culpados forem sem mais bush shit. porque se assim não for, estaremos dando mais do que razão aos osamas da vida.

don´t go yankees. here, i hope, justice in cash, please.

Saturday, October 07, 2006

pelos raios da bicicleta

nunca mais pensei em poema

ando tão atarefado
no trânsito veloz das palavras avenidas
aquelas dos artigos, das críticas, das tentativas malsãs de escrita
das réplicas e tréplicas sem fim
no fundo todas palavras com fitos inúteis
que fiquei sem tempo de esgueirar-me pelos becos e ruelas da poesia
nas quais não perambulo faz tempo
acanhado e distante
como um menino cheio de lombrigas na barriga
justamente cólicas na hora do recreio

descubro mais uma vez o que sempre soube
a poesia não gosta muito destes espaços largos em que ando metido
trata-se de uma espécie de agorafobia preventiva
que a faz evitar significados demasiados amplos
em troca da dificuldade valiosa de transitar
pelos espaços estreitos e abandonados
em pleno coração da cidade
apesar de tão cagados, tão mijados, tão descaracterizados
tão irremediavelmente prostituidos e descarnados
tão violentados pelo esquecimento das lembranças que não nos tem acompanhado

mais do que metafórica é periférica a poesia
tem fome de conteúdos como bicho de pé
vai fundo comendo pelas beiradas
abrindo suas estradas de pé em pé

por isso evita automóveis e adora calçar sandálias em têrmos
pois como senão a pé
contar-lhe-ia os paralelepipedos da rima?

a pé para chupar uma fruta, um “ picolé de tinta”
uma maria-mole
um doce de batata cortado por espátula
no tabuleiro que nunca foi lavado
marcando sabores como um travo

emoção de chutar pedras nas calçadas do bairro
puxar o rabo dos gatos
e escorregar pra debaixo das saias das meninas
que dão gritinhos de sabores diversos ante o intruso dilatado

aí a poesia se derrete
e tinge as palavras com sabor de infância naquele picolé derretido na essência de morango
que outrora diluía o sangue do machucado no joelho

no máximo a poesia segue de bicicleta e pede um verso emprestado
aquelas que levam meninos no bagageiro, compartimento de mercadorias tão díspares como bojões de gás e a cabrita arrematada no fim de feira, sacrício para ambas as partes

no meu bagageiro fardo de sentimentos
farnel de sabores outros
já que ando meio destrenado
nas pedaladas ladeira acima ladeira abaixo
catraca da poesia de viver contando os meus próprios passos

Friday, October 06, 2006

pedra de responsa

nasci para ser imolado
não para ser amolado.

equidistante

lamento informar, que não só a justiça não é cega como aquela balança está pra lá de adulterada, assim dita neutra, pra cortar a cabeça de quem possa interessar o fio daquela espada.
e pra quem acredita somente em justiça divina o cemitério tá cheio de gente atingida por justiça perdida.

Thursday, October 05, 2006

zarôia

se considerarmos o desejo da aplicação da justiça doa a quem doer, por aqueles que pretendem o impeachment de lula, mesmo que ele seja eleito, por conta das denúncias de corrupção em seu govêrno, tocando tambores stéreo por seu indiciamento e abertura de processo, não deveriam, segundo este este mesmo raciocínio, exigir a volta de collor em pleno direito à presidência, já que foi arrancado do planalto à forceps e posteriormente inocentado na justiça de todas as acusações– já que nada, nadinha de nada foi provado contra ele - que motivaram sua deposição ?

Wednesday, October 04, 2006

golpe de vista

por fora a caixa preta é laranja. mas só por fora.

tarja preta

piloto automático também dorme. mas este, nem com grito pode ser acordado.

plano de vôo

por mais baixo que você vôe, sempre correrá o risco de cair. então vôe alto. isso não fará muita diferença se você cair. mas faz uma enorme diferença se você chegar ao destino.

Tuesday, October 03, 2006

de média, pão com manteiga, botox e b.j thomas

se houver concurso, a escolha vai ser dura. regina duarte e sônia braga na pele – esticada – das personagens mais jujubas do horário. e ainda tem gente que acha que vida de ator é fácil. acha? então imagine-se comendo as tais jujubas no papel ? é presente de greg com ó.

pra começar, ninguém consegue ser mais melosa e babosa do que a regina. nem mesmo a clarinha, o que assim dito, não significa dizer que estou sendo politicamente incorreto ou tirando partido de outras síndromes, só constatando e não contestando.

já a braga, difícil imaginar alguém mais retalhado para o papel. aquele sotaque e aquele visual de carioca esticada até nova-iorque cheio de escalas. estou – ou ela – com jet-lag até hoje.

dói até a medula, ou melhor na memória. rock and roll lullaby de fundo e regina duarte ainda tragável na pele da mocinha que se tornaria a namoradinha do brasil, com quem timidamente, anos depois, num festival de teatro em campina grande, entabularia conversa jogada fora, sendo ela a humildade reencarnada.

por outro lado, a sua prima(nas páginas desta novela maneco) trepada no telhado, com aquele vestidinho que insinuava a bunda mais punhetada do brasil e em portugal, onde literalmente parava o país(gabriela meninos) não fazia justiça, pensei, aquela coisa baixinha que pedia uma média com manteiga em plena fonte da saudade, na padaria onde costumava lanchar ou tomar umas cervejas com o márcio borges. sim aquele do clube da esquina, que na época era redator da artplan, assim como eu, pra você ver que só não sou eu que tenho o passado negro.

vê-las assim hoje, faz-me refletir sobre mim mesmo. sem média, sem botox e sem rock and roll lullaby, ainda sou um pão ? ou só estou comendo pão com manteiga?

para uns, as páginas da vida passam mais depressa do que para outros.
convem preenchê-las antes que outros autores a estiquem em demasia.

(She was just sixteen and all alone
When I came to be
So we grew up together
My mama child and me
Now things were bad and she was scared
But whenever I would cry
She'd calm my fears and dry my tears
With a rock and roll lullaby

And she would sing sha na na na na na na na ...
It will be all right sha na na na na na....
Sha na na na na na na na ...
Now just hold on tight

Sing it to me mama (mama mama ma)
Sing it sweet and clear, oh!
Mama let me hear that old rock and roll lullaby

Now we made it through the lonely days
But Lord the nights were long
And we’d dream of better moments
When mama sang her song
Now I can't recall the words at all
It don't make sense to try
'Cause I just knew lots of love came thru
In that rock and roll lullaby

And she'd sing sha na na na na na na na
It will be all right
Sha na na na na na na na
Now just hold on tigh

I can hear you mama, mama, mama, mama
nothing loose my soul
like the sound of the good old rock and roll lullaby)

Monday, October 02, 2006

alka-seltzer

pra quem acha que dinheiro não trás felicidade, o sorriso de alkimim está aí mesmo.

Sunday, October 01, 2006

sinais dos tempos

o que vem dentro de urna e barriga de mulher só se sabe depois de aberto, dizia a velha sabedoria popular.

menos sábios? pelo menos no tocante a barriga, pois agora já se pode saber o tamanho da encrenca muito antes do corte, quer dizer, do parto, o que hoje em dia dá sempre na mesma.

quanto as urnas, mesmo eletrônicas, também na mesma, apesar dos institutos de pesquisa, caixinhas de surpresa a infartar muitos coronéis, bem verdade não tanto quanto gostaríamos e maior parte das vezes eles continuados a nos surpreender.

sobraria a traseira de burro, de onde nunca se sabe se coice vem ? mas se até os burros estão em extinção, sinais, sinais.

por via das dúvidas, amarre sua mulher, seu voto e seu burro. no pau, na sua consciência e no alpendre. mas não necessáriamente nesta ordem, se você não sabe onde seu burro pasta, sua mulher deita e seu voto crispa.
(e se você for mulher, e seu homem for o burro da casa ou vice-versa devemos concluir que você andou votando nas coxas?)