Thursday, November 16, 2023

receita para uma vida saudável

da vida, de tudo um pouco, daqueles poucos que não sejam muitos, incluindo o veneno criado pela própria natureza, das suas próprias entranhas, dos ultraprocessados e sobretudo dos inimigos, incluindo desafetos dos ex-amores, cujo ódio é sempre maior que o amor que um dia porventura tiveram. de tudo um pouco; que é saudável não sorver a vida de uma talagada só. não é a vingança que é um prato frio. esta também, se caso for, de tudo um pouco, mas de uma esticada só para não perder tempo com o que vale a pena - se tal vingança assim o é. e aproveitar o resto em coisas benfazejas como suscitar o ronronar de um gato. quanto a pratos frios e quentes, a morte é que é um prato que se deve comer frio. tendo a consciência de que não há almoços grátis e que o perdão em tal hora é tal qual sobremesa estragada. uma vida saudável requer uma certa disciplina para o de tudo um pouco, moralmente inclusive. sempre vai haver momentos em que você vai querer ou tudo ou nada. nesta hora o de tudo um pouco deve o guiar. não é o veneno que não mata que nos torna fortes. é o conhecimento de nossas fraquezas por isso mesmo o de tudo um pouco mais que um alíbi é um princípio para quem deseja ter um meio e não empancar antes do fim.

Tuesday, November 14, 2023

i want tô bem alone ou greta garbo quem diria acabou no cabo de santo agostinho

talvez o grande problema dos idosos hoje em dia seja o culto ao velho cult, ou seja: aquelas diversas tentativas de querer permanecer em evidência principalmente exortando o fato de que tem 70,80,90? mas com uma cabeça - e por quê não um físico? - de quarentão. e vamos correr maratonas, tem uns até iron man como se isso fosse sinônimo de dar três sem tirar de dentro.comigo não violão. quero mais é curtir minha decadência solo. veja lá se vou perder meu tempo tentando provar aos outros que dei a volta no tempo e que bocó e gagá é ele e não eu. tenho mais o que fazer, como por exemplo ler bukowski, que tomou e comeu todas até o fim da vida  cagando e poetando para aqueles que sentiam asco por sua aparência decadente e asquerosa inclusive moralmente, isso coisa lá dos caretas que chamam a tudo depravação, aquelas coisas que gostariam - e muito de fazer - e não fazem ou não podem justamente porque são uns depravados de meia tigela até que irrompem em surtos assassinos. dizem que o homem/mulher ( ressalvo que o processo de envelhecimento é sempre mais cruel com as mulheres cujos hormônios são seus melhores amantes na juventude e seus piores carrascos na velhice) sim, homem e mulher, ao envelhecer tem dois caminhos. o da sabedoria, tão pouco trilhado e o da mais completa estupidez que parece ser a high way preferida. como diz a canção do cazuza( as canções do cazuza nunca são só do cazuza) blue do ano 2000, que não é das mais tocadas, "quando eu for velho, tarado e gagá" ( ser gagá não é ser estúpido ou idiota penso até que são uns gozadores a troçar da nossa pretensa esperteza quando não somos e pensamos que nunca vamos ficar velhos - qual caminho nestes casos não tem errada) bom quando eu for velho, tarado e gagá, as duas primeiras já matei. ser gagá é uma arte em dissolução. vou levar ainda um tempo. mas creio que é o melhor atalho entre a esperteza e a estupidez. mas o melhor de tudo é que pode ser exercitada sozinho e só posteriormente apresentada ao grande público. que obviamente baterá palmas e pedirá bis. e ainda mais que óbvio agradecerei com o i want to be alone.

Wednesday, November 08, 2023

acidente ortográfico

dedão do pé troncho. para sempre trincado e inchado. a culpa é das vírgulas, que me perseguem e levam a topadas piores que chutar a quina do refrigerador( nestas é o mindinho que se fode). e o que dói mais, como se topada que enverga o dedão já não doesse pra caralho, é a repetição. não sei mais quantas vezes fraturei o dedão. mas raios! quantas vezes no mesmo lugar? se não estivesse fraturado dava umas bicudas nas putas das vírgulas; já que não posso, condeno as reticências ao desaparecimento. e as expulso do vernáculo com um peteleco.

posologia (cozinha na água fria dona maria)

pra salvar minha vida, que não é lá grande coisa -  se bem que quanto "mais pequena", mais preciosa é a vida, que se não chega a ser grande, em duração e eventos é sempre maior nos seus menores - sim, me entupo de remédios, cujos efeitos colaterais equivalem a suicídio premeditado e referendado por recomendação médica. antigamente, jocosamente ou não, mais velhos diziam que as macaxeira plantadas em " solo santo" ou seja:  nos espaços pútridos bem nutridos por mortos podres, em vida ou não, eram as melhores, incomparáveis, finalizavam. então, reflito que morte imprestável será a minha: corpo puido e poluído de substancias químicas, médicas e não médicas, que terminarão por enfraquecer as macaxeiras, que se não morrerem de desgosto, morrerão mirradas por falta de adubo melhor. assim, enquanto devolvo a terra matrizes das macaxeiras que antepassados dizem ser de cemitérios, as melhores até então, penso como adubar minha pequena plantação em vida, mesmo que ela não seja lá grande coisa, para que as macaxeiras não mirrem de morte pela vida que mesmo pequena ainda pode, agorinha mesmo, lhes servir de adubo. depois, melhor sorte não terão as macaxeiras, vítimas dos meus efeitos colaterais que poluirão a terra que deveriam adubar.