Monday, June 30, 2008

Sunday, June 29, 2008

no ressurrections


viva enquanto está vivo.
parece óbvio, estúpido? é não.
tem gente que deixa para viver quando está morto.


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Now playing: aynsley lister - little wing
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Thursday, June 26, 2008

semler

o best-seller, o livro do não-schollar-escolado, o revolucionário que impressionou o mundo dos negócios, o livro que vendeu dois milhões de exemplares, negociado por um quarto do seu valor, numa liquidação de pré inventario do wall-mart, abandonado na cesta dos 9,90, as dúzias.

quem virou a mesa de quem à seco ?

Wednesday, June 25, 2008

relações desfeitas

ficar pensando nelas necrosa a memória
e afinal, você não é nenhuma lagartixa para ficar esperando o rabo crescer

parte para outra
e que venham novos rabos partidos.

Saturday, June 21, 2008

a queima-roupa

comprar fitas piradas, invocam, é lidar com o dinheiro do crime organizado no país.
mas qual o dinheiro que circula no brasil que não seja fruto do crime organizado?
(a começar do banco central).

Friday, June 20, 2008

quase cuspida

na ponta da língua residem abismos dos quais já saltamos para o vácuo há séculos antes de descrevermos sustos que não houveram com palavras.

Thursday, June 19, 2008

acento português

os sabores das palavras tem vida própria
nenhuma reforma ortográfica vai mudar isso
nem lá nem cá
para a felicidade das más línguas sem acertos
e regras tortas de uma diplomacia de particípios pretéritos
que pulula dos acentos e hifens como se ao mar já não fossem jogadas as palavras cujo destino só a elas cabe a a mais ninguém, donas do seu nariz e do som com que querem sair das bocas que só se unem em beijos, quando há.



Now playing: xutos & pontapés - tonto
via FoxyTunes

Wednesday, June 18, 2008

Tuesday, June 17, 2008

descontando o atraso

o que foi, foice
braço, mão, paixão, perna, pedaço de seio ou orelha
agora coto de vida irrecuperável
eis a sua nova tatuagem avant-garde.

Monday, June 16, 2008

novidade algures

pense. pense novo. mas insisto em avisar, vai trazer mais problemas à si do que aos outros.

Sunday, June 15, 2008

quase apnéia

já fui melhor do que sou. e com o passar do tempo vou construindo a certeza de não serei pior do que já fui.

de certo modo, isto equivale a dizer que não estou tão ruim quanto já fui. e que ainda posso melhorar no que tenho de melhor. ou pior, na pior das hipóteses.

ambas as hipóteses existem, o que é fato. na prática realmente significa que sempre podemos evoluir mesmo na regressão ou vice-versa.

complicado? nada. tudo é muito simples quando você está vivo. mesmo quando pensam que você está morto.

só não pode é esquecer de acordar.

Thursday, June 12, 2008

bio-ética

não há hormônio do crescimento para a baixa estatura moral.

Wednesday, June 11, 2008

placar adverso

ah! o futebol, com seu poder monstruoso de despertar as massas; para a ira, a paixão, o desvairio, a superação, o fanatismo e até a barbárie.

que estranho time chamado este brasil? onde as suas torcidas, passivas, que vestem camisetas e bonés do time adversário para torcer cabisbaixos, são incapazes de manifestar a mesma energia, a mesma indignação, a mesma revolta, a mesma capacidade de organização – vândala que seja – quando está em jogo contra sí a injustiça, o desmando, a opressão, o achincalhe, o preconceito, o poder que arbitra, como bem quer e pode, não só o resultado dos jogos mas as regras de um jogo desregrado, onde só os mesmos ganham e a torcida só paga para ver isto mesmo.

se estou falando assim porque não gosto de futebol? não. eu até gosto de futebol. não sou é fanático. e meu time é dos sem-camisa e pés no chão.

Sunday, June 08, 2008

smiles

cada vez mais difícil reconhecer um sorriso verdadeiro. tanto branqueador a solta por aí que nem mesmo um sorriso amarelo nos aparece para o dar o sinal de que pelo menos um sorriso falso ainda podemos ver de verdade.

Friday, June 06, 2008

paradoxos convergentes


momentos fulgazes eternizados na memória
momentos eternos fulgazes pela mesma memória
que se defende e se arranja como pode

o eterno torna-se fulgaz e vice-versa
eternizam-se como um felpa no cerebelo do homem tornado minotauro
ou desaparecem como desaparece o tempo que nos leva de crianças a homens num susto ruim

tempo medonho, tempo pedófilo, tempo, tempo, tempo, tampo mau, tempo bom, sempre em falta, nunca em excesso, de linhas tênues entre o que é, o que já foi, o que está vindo e já passou pelo hoje com gosto de nunca mais

em farrapos de lembranças
o fito do tempo
agulha uma memória de belezas que cerze terrível cicatriz
já que nada é mais convergente do que a beleza e crueldade daquilo que é belo e do que não é
na memória de quem não tem mais
e se lembra aos lapsos dizendo que antes tê-las vivido do que não
ledo engano do que se foice

assim, rastro de sangue e crueldade
molda a existência a amnésia
que seletiva o que não queremos lembrar, tal como aquilo que não queremos esquecer
muito embora nunca saibamos bem o que devemos esquecer ou lembrar
confudidos no tempo da memória que converge paradoxalmente para a velocidade proporcional ao peso que se carrega alem da tara
tal qual um velho caminhão torto e desgovernado que desce ladeira abaixo com o mesmo êxtase da juventude em subidas

isso dura um átimo
deslocamento que atinge outros lados da vida
que a morte não

aí sim nos lembramos e esquecemos realmente de tudo
num jorro que afoga-nos em memória
preanunciada desde o começo
tão cheia e tão vazia que se imaginou inesgotável
num paradoxo de convergências ou vice-versa que estoiraram o saco