Wednesday, February 19, 2014

pensamentos que artistas brasileiros(os que algum dia tiveram) esqueceram ou grande fito páez

As pessoas são as pessoas. Os artistas são os artistas. Você, como artista, não pode depender da chegada da sua obra, de como ela é recebida. Você tem que fazer coisas porque tem a necessidade física e espiritual de fazê-las. E se as suas coisas não chegarem ao público, você não pode se ressentir disso. A produção do artista deve acontecer na intimidade de um quarto, com um papel, uma caneta e uma guitarra ou um piano. E a força que vai ter isso no mundo é outra questão. Não sei se você entende o que estou querendo dizer, mas…
Já tive discos que venderam pouco. Eu gostaria sempre que [a criação] fosse uma coisa compartilhada, que chegasse às pessoas, mas chegar a isso não deve ser o único direcional. Porque o sujeito faz coisas para poder compartilhar [com o público], claro, mas se aquilo que você faz não é compartilhado por muita gente… isso não pode ser um drama. O artista não pode fazer sua invenção pensando em como ela vai ser recebida. Se fosse assim, estaríamos mais parecidos com os políticos, que ficam tentando cooptar votos. Não é assim que as coisas são.

Monday, February 17, 2014

vou-me embora pra passar



creio piamente que enquanto espécie passamos do ponto. e como tudo que passa já não dá mais para voltar. já faz algum tempo. basta ver a nossa vida social, fruto indissociável das nossas individualidades que exorbitaram o ponto em questão.

mas para aqueles que ainda não passaram,talvez haja chance de não queimar etapas rumo ao desperdício, que tantas vezes já acontece em criança. a começar pelo desprezo à verdadeira inteligência e sensibilidade, que culmina ora em tolice, ora na esperteza torpe de mamar no regurgito do chorume cultivado pela ingestão do cruel absorvido pelo apetite da covardia ante o prato feito que merecia um não. 

o homem, até mesmo na hora de ser comido morto, quanto mais vivo, necessita de outros temperos que não a sua fome de tudo, que torna-se gula quando este tudo representa o nada diante de coisas assaz maiores que nos negligenciamos a ver porque somos instigados constantemente a olhar só para o céu, e a clamar enquanto nós mesmos nos matamos ou nos tornamos miseráveis em glórias de fuligem.

vou-me embora pra passar porque lá não existem reis.

Saturday, February 15, 2014

escatológica


não, meu caro, ou minha cara, não vou ser eufemista. ficar velho é uma merda. seja qual for a idade.

e sem essa de ficar falando da sabedoria acumulada, das indefectíveis possibilidades da terceira - que filho da puta teria a coragem de atentar mais esta contra os velhos? - idade.

mas por outro lado, perai. é uma merda mas não é nenhuma dor de barriga. nenhuma diarreia extenuante que vá além de umas cólicas de lembranças aqui e ali, e de um certo torpor nas extremidades inferiores e superiores, para não dizer na "na zona do agrião".

por isso, com as exceções de sempre, dá para levar. com certo humor, atinge-se até velocidade de cruzeiro. mas não arrisque rima perfeita entre o eiro e o bueiro, no percurso entre o quintal e a vontade de ir ao banheiro. 

porém, sim, concretizam-se outros prazeres na vida que não os desprazeres - é o fundo do poço - para além da dama, do dominó, do carteado, das palavras cruzadas, do tricô e, do valham-me deuses, dos bailes em fim de tarde em alguma instituição geriátrica, todas elas uma merda generalizada. vade retro. idem as preparações religiosas para marcar encontros no céu, que isto só funciona no vaticano, e olhe lá, porquê a eles só resta a liturgia, quando não uns pequenos de sobremesa. 

vá sim, nem que seja de ré, para a biblioteca mais próxima. e se não, se lhe falta tesão para os livros, direto ao bar ou puteiro da vizinhança mais próxima, que lá também residem sabedorias milenares. se perdeu a tesão para isso, finda por aqui a leitura e volte lá para os lugares em volta do mesmo.

de resto, se lhes resta saber, se a questão da velhice é ficar na merda, você já passou por isso, em condições muito menos defensáveis quando era jovem e ou extremamente jovem, bebê para ser exato. quem de nós não pastou na merda enquanto recém-nascido, para não dizer lambuzou-se até não mais fartar? até comíamos, coisa que garanto-lhes, não faço mais agora. e que pretendo não o fazer. mas isso são planos. e planos não se deve fazer sem contar com a possibilidade deles darem em merda.

o que é fato é que ainda velho se pode perseguir ideais, sonhos e paixões. desde que consciente da premência do tempo mas sem o desespero que marca a juventude e sua inconsciência de não saber exatamente o que é perdê-la e quando e quanto isto significa. principalmente se você não se deu a chance de ser jovem, fosse qual fosse a sua idade - não se dar a chance de ser velho é a mesma merda também.

e assim na flauta, soltando seus peidinhos, rompa a barra do dia,sem maiores preocupações do ofício. longe dos conselhos médicos que não batem com a patelas desgastadas e das sombras que apressam-se em acompanhar pernas e mentes que antes só pensavam em tornar-se o mais absurdamente visível e que agora divertem-se até com a possibilidade de tornar-se invisíveis até no não foder

sim, repito: a velhice é uma merda. mas pode ser uma merda consistente. principalmente para vidas que ao invés de ficar resumidas ganham - e não perdem - consciência da própria para além dos quocientes impostos. 


Friday, February 14, 2014

confiá(ou simplesmente caminhar)


http://tocomusicadeouvido.blogspot.com.br/2014/02/maradona-e-messi-ficam-devendo.html

(Confiá)

Es posible que ya no te fijes En los cuentos que te cuenta El mundo, no hace más que respirar.Es posible que tus ojos Ya no emitan esa luz que enceguecía Hace algún un tiempo atrás.
Ya se fueron todos de la casa Y la mañana envuelve todo,Todo en un profundo azul.
(La verdad se enciende sola 
Es una flor en el silencio)
Y si hoy ese perfume es el de la soledad, Que quema de luz la habitación.
Yo quisiera hablar Pero lo que doy es un hombre Viendo el norte solo y loco hacia el sur.

Tengo que confiar, saber esperar.Tengo que respirar, es un panic-attack
Y sacarme de una vez ésta cruz.

Oh, la vida son los círculos, Los circulos dan vuelta, Y los circulos se van.

Cuando yo crei que estaba todo bien, en realidad, estaba haciendo todo exactamente mal.


No es tan grave en verdad Las cosas van moviendose Y se mueven a la larga porque sí.

Y si hoy ese perfume es el de la soledad, Si no confiás no vas a ser feliz.


Y me hices hablar A veces es mejor quedarse quieto Con el trago en la mano en un rincón.

Ya nos veremos  (En alguna fiesta), en cualquier ciudad en algún lugar
Cuando me hables con el corazón.

Es tu vida no se puede tocar, Es una caja preciosa no se puede tocar.
Tendrías que saber quién soy.

Oh, Confiá, nena, confiá. Soy todo lo que quieras, También tu suplicio y tu luz.

A vos te gusta la mañana A mi la luna re borracha. Bancátela va a ser siempre así.

No te vendría mal saber que yo no quiero hacerte daño Y ya dejar de sufrir.

Y si me buscás, oh...Vos sos tan incierta, yo también. Y nadie sabe nada, y quién a quién vino a buscar.

Oh, toma my heart, decímelo Contámelo, probame que me hiciste mal, Es una posibilidad.

Y todo lo que no contaste Es todo lo que alguna vez Con toda mi alma voy a confiar.

Lo que pasó fue para bien, No lo trates de entender. Sabés que ya no hay vuelta atrás, 
Tuvimos la oportunidad.

Y si algo aprendimos en el mundo Es que el mejor momento aún no vino, Está por llegar, confiá.


Confiá, confiá Confiá, confiá Confiá, confiá.


Sunday, February 09, 2014

ab ovo usque ada mala ou enquanto caminho ou descanso


não caro leitor, não quero ser o mala, mais do que sou, segundo alguns leitores invertidamente apaixonados. 

a expressão latina quer dizer alguma coisa mais ou menos como do ovo, ou seja da nascença, as maças, que deve você intuir o que seja (se não, está no blog errado).

maças, como já diziam os ingleses(penso que também os romanos),"coma um por dia e mantenha o médico(e a morte) longe". na época elas não tinham agrotóxicos, só a organicidade da bosta mesmo e mais alguns temperos naturais - hoje em dia, informação em profusão, já se sabe, que a maça é mesmo uma benesse da natureza: ajuda a emagrecer (sem hamburguer obviamente), previne infartos, baixa colesterol e até já tem picaretagem em forma de livro, sobre as inúmeras propriedades antioxidantes da maça com diversos benefícios(tem até lista dos dez benefícios e por ai vai).

mas a maça do post de hoje é a música e não a dita cuja, sequer as maças podres que de quando em vez baixo o sarrafo. 

a música é a maça que suaviza as maças do rosto e nos dá alento, quando não sustento, asas e lubrifica a libido, as vezes mais até do que as musas ou musos. 

independente do gosto(e gosto se discute ao contrário do que se diz por ai, muito apropriado para o esquema de dominação que empurra mentes abaixo o grau zero de discernimento e crítica) são muitos poucos os que não convivem bem com a música, excetuando-se talvez os vizinhos de churrascaria com música ao vivo, que goela e ouvidos a dentro, absorvem a música com gosto de borra engordurada.

sem gorduras, e mais para o saudável das maças, eis os links para onde nos refugiamos e que,até por conta disso, retardamos o passo por aqui, o que não significa que estamos sentados sob macieiras esperando levar na cabeça o estímulo ao eureka!

no tocomusicadeouvido.blogspot.com  os "clássicos", assim chamados, para standards e novidades, com refinamento que faz até os cascas grossas, que não são de maças, se sensibilizarem;

no othersongs.blogspot.com  já faz a linha maça exportação. música que não toca nas rádios, nem nas da internet - com raríssimas exceções - e que pedem um pouco mais de abertura de mentes e ouvidos;

no ouvodobom.blogspot.com as canções em português que não rolam e nunca rolaram nas paradas, com gravações inusitadas, que vão além dos rótulos de alternativas e ou independentes, até porque tem muita gente conhecida que você jamais imaginou ser capaz de chegar a tal qualidade* 

é claro - não ficou ou sequer desconfiou? - que estes endereços também são editados por mim. e sendo assim, axé, sertanejo, pagode,forró eletrônico, brega, funk ostentação e os escambau, não tocam nem fodendo - aliás não toco nem se fosse pra foder as dançarinas de tais grupos que, reconheço, valem até umas punhetas. mas é isso e só. até porque, bunda não é maça, e costuma estragar mais rápido do que as manzanas por mais que venham bem embaladas.

derivações a parte, eis uma amostra grátis para você ouvir se aguenta o tranco : http://ouvodobom.blogspot.com.br/2014/02/o-trash-que-e-um-luxo-e-que-nao-deixa.html

*isso é o que, cheio de otimismo, eu penso de você leitor. quanto a mim, creio já ser um caso perdido