Monday, February 17, 2014

vou-me embora pra passar



creio piamente que enquanto espécie passamos do ponto. e como tudo que passa já não dá mais para voltar. já faz algum tempo. basta ver a nossa vida social, fruto indissociável das nossas individualidades que exorbitaram o ponto em questão.

mas para aqueles que ainda não passaram,talvez haja chance de não queimar etapas rumo ao desperdício, que tantas vezes já acontece em criança. a começar pelo desprezo à verdadeira inteligência e sensibilidade, que culmina ora em tolice, ora na esperteza torpe de mamar no regurgito do chorume cultivado pela ingestão do cruel absorvido pelo apetite da covardia ante o prato feito que merecia um não. 

o homem, até mesmo na hora de ser comido morto, quanto mais vivo, necessita de outros temperos que não a sua fome de tudo, que torna-se gula quando este tudo representa o nada diante de coisas assaz maiores que nos negligenciamos a ver porque somos instigados constantemente a olhar só para o céu, e a clamar enquanto nós mesmos nos matamos ou nos tornamos miseráveis em glórias de fuligem.

vou-me embora pra passar porque lá não existem reis.

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