As pessoas são as pessoas. Os artistas são os artistas. Você, como artista, não pode depender da chegada da sua obra, de como ela é recebida. Você tem que fazer coisas porque tem a necessidade física e espiritual de fazê-las. E se as suas coisas não chegarem ao público, você não pode se ressentir disso. A produção do artista deve acontecer na intimidade de um quarto, com um papel, uma caneta e uma guitarra ou um piano. E a força que vai ter isso no mundo é outra questão. Não sei se você entende o que estou querendo dizer, mas…
Já tive discos que venderam pouco. Eu gostaria sempre que [a criação] fosse uma coisa compartilhada, que chegasse às pessoas, mas chegar a isso não deve ser o único direcional. Porque o sujeito faz coisas para poder compartilhar [com o público], claro, mas se aquilo que você faz não é compartilhado por muita gente… isso não pode ser um drama. O artista não pode fazer sua invenção pensando em como ela vai ser recebida. Se fosse assim, estaríamos mais parecidos com os políticos, que ficam tentando cooptar votos. Não é assim que as coisas são.
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