Tuesday, November 14, 2006

somente nos bas-fond as rosas não tem espinhos

pra conhecer melhor uma cidade - e seus publicitários - tenho um metódo peculiar a minha geração, e que é considerado mui pouco mercadológico, profissional nem vos falo, além de iconoclastia deslocada, excentricidades de fachada ou sandices de provocateur, que por quase gagá não pode mais ser chamado de tarado.

independentemente de suas conclusões e classificações, lá fui, cidade nova, fazendo-me acompanhar de alguns, ver o que andava acontecendo, nos puteiros de beira-de-cais, para além da decrepitude, não das putas velhas, mas dos gringos ensandecidos com a crueldade , pode-se dizer literalmente pedófila, para com meninas na idade da lâmina mas que se portam como veteranas do sexo, salvo em momentos de tédio onde relaxam e mostram gestualmente as meninas que não foram e adolescentes que nunca mais irão ser.

não vou descrever muito, para você não fica pensando coisas, pra além da conta. conta publicitária, obviamente. e digo-lhes que neste ambiente, onde o comércio de rosas, de um arcaismo que muitas vezes oscila entre o ridiculo do oferecimento e a fímbria de possibilidade do galanteio, que é sonhada por ambos os lados, a depender da dose etílica que ou baixa o simancol as raias da crueza do sexo ou sensibiliza para a rosa, ainda que quando oferecidas a quem vive só de espinhos, vai se sustentando e sustentando familias que vivem desta gestão de vendas onde a imagem da rosa não corresponde a tudo aquilo que também já não correponde na vida dita normal ou de visão romântica da normalidade.

estas rosas, que não tem espinhos, são vendidas, pelo menos aqui em fortaleza, no quadrilátero do bas-fond da praia de iracema. praia que já foi notícia escandalosa ne tele-jornal que consegui fechar muitos destes pela denúncia correta da odienta exploração do século infantil e que, paradoxalmanente, a muitas ainda mais afundou no crack e na fome, de forma ainda mais incorreta, e que são vendidas por senhoras sorridentes, e acreditem, mentirosamente sinceras, de cabelos brancos e sorriso alvo, que muitas delas substituiriam as nossas vós com ainda maior candura e que nos despertam lá no fundo um desejo de acarinhá-las(sem sacanagem seu cabeça de merda) ou ser acarinhado por elas, com a pureza dos macacos que catam entre sí os piolhos, que nós os temos tanto da existência.

como não tinha companhia feminina - seguindo os conselhos dos ainda mais veteranos, não misturar trabalho com sexo, porque uma coisa ou outra acabam mal feitas - nenhuma delas veio a nossa mesa, salvo uma, que já por seus quase 75 anos, mas de silhueta que demonstra a mulher que foi, segreda a um velho frequentador reconhecido que já faz isso há pelo menos uma década a mais dos anos do que tenho, o que fez de mim por um momento uma criancinha em meio aquele odor de rosas apesar do corolário do reverso da imagem que revelava que eu era a única puta velha de zona alí, e na condição de não merecer nenhuma rosa, mesmo alguma com algum espinho retraido.

mercado bom este, concluo por tal visão. tenho a impressão de que a concorrência vai odiar o resultado das minhas pesquisas quando elas forem colocadas em práticas devidamente envoltas em rosas, mas, claro, com espinhos.

cês tão pensando o quê? que o trabalho de publicitário é o mesmo da teoria na prática da vida fácil?

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