Thursday, May 31, 2007

autoreparação ou seria autorepatriação ?


há uma virose, uns dizem alergia, que grassa na raça do brasil. há quem diga que ela veio d`além mar. venha de onde vier, instalou-se na terra, ao que parece, para sempre. efeitos nefastos, cogitar-se-ia logo mais ter vindo do espaço, tal qual ficções de cinema b.

atualmente. ela provoca dores de cabeça, dores no corpo. uma moleza violenta que muitas vezes se disfarça de malemolência endêmica, jeito e graça, do povo, já foi dito, mas não é. depressão e neuroses, síndromes de pãnico e esquizofrenia são também variações mais frequentes de outros danos colaterais.há quem diga virose, há quem diga quase parecida a uma alergia, inda mais quando virose mal curada que sazonalmente volta cada vez mais forte, ampliada ou não pela comunicação social.

alergias definidas generalizantemente são uma luta do corpo contra o próprio corpo ou mais acuradamente de substâncias, os chamados alérgenos, que desencadeiam um reação despropositada das defesas do organismo a tal ponto que ele passa a defender-se de sí mesmo atacando a tudo e a todos.

pode se espelhar isto na convivência social, no descambar para o racismo, o antisemitismo, e todos os tipos de ismos e cismas que ao fim e ao cabo matam de um jeito ou de outro, desde já afirmando toda a crueldade da morte civil.

no país do brasil, esta virose alérgica, se é que isto faz sentido, anda a matar um povo mal nascido(não confunda com mau, o que significaria que na minha afirmação já estaria contaminada). o nosso tão peculiar e bem famoso, agora cada vez mais mau, jeitinho, anda a destruir o organismo que se julgou um dia mais vivo por isso.

o jeitinho, virou aleijão. mina o corpo, que agora balança não mais em harmonia com o tal ritmo da malemôlencia mas entre a agonia da esperteza tornada corrupção crônica e a bala perdida que livra mas não absolve os portentosos. a progressão desta virose, ou alergia ceifa os valores de uma vida útil e abonada pela graça de um país de natureza, agora cada vez mais sórdida, varonil e geograficamente privilegiado. bate-nos a porta o pantanal esturricado, a amazônia desértica e a fúria dos mares com suas ondas e tubarões fora de controle, para além da míngua de peixes aos homens e vice-versa.

nossas crianças não precisam nada mais do que chegar a pré-adolescência para se tornarem assassinos e suicidas. entre todas as amoralidades e latrocínios cometidos um de tão grave ninguém já mais contabiliza: auto eliminarem-se da sua juventude em troca de pedras amarradas a alma que não bóia, o que só prova que deus outrora brasileiro pegou o beco, ou seja, mandou-se para o nepal onde tudo é barato.

a virose alérgica ou a alérgia vitórica corrompe o brasileiro primeiro de fora para dentro, os maus exemplos constantes assim como a impunidade, violência tão traumática quanto a da bala com cabala do complexo do alemão, apenas um exemplo sintomático localizado para efeito de exame, já que onde se fizer biópsia constata-se agonia.

agora ele, o brasileiro, consome-se corrompe por dentro. o corpo em defesa do corpo ataca o corpo do honesto que não ser quer otário. muitos resistem. restam alguns genéricos que combatem a tal virose e alergia, no meio disso, remédios falsos e similares. até os ribeirinhos e índios estão contaminados pela grana que dizia o compositor ergue e destrói coisas belas.

mas a nossa alergia virótica não é a grana, tampouco a falta dela. mas o vício que assomou-nos a colocar a grana acima de tudo, em quantidades mais das vezes além das nossas necessidades de ser feliz no que depender dela, corte da carne sem esconder o sangue. primeiro o corpo da sociedade reagiu como um todo. com o tempo foram ficando sensibilizados e cada vez mais a reação alérgica, não ao dinheiro, ou aos males e o bem que ele faz, mas sim aos métodos para conseguî-lo. sucumbe-se a grana os valores, qualquer um, morais, espirituais, culturais, tribais, a corrupção virotizou a nossa existência, alegonizou a nossa vergonha de meter a mâo no alheio para nos dar-mos bem.

a um tal ponto que o organismo sucumbiu a sí mesmo. pensamos sobreviver na hipocrisia de uma aparência que já não disfarça a anormalidade - a alérgia corre podre em todas as instâncias de nossa vida e corpo social - onde o uso indiscriminado do antialérgico na figura da justiça também alérgica a sí mesma, age como uma droga que vitima os já escorraçados como exemplo do nem tudo esta perdido ou contaminado quando na verdade está.

chega a um ponto, a virose ou a tal alergia, que nada mais resolve. não há mais corrompidos porque tudo se deixou corromper. principalmente os que nada fazem para deter isto. o corpo reagiu e acabou com o próprio corpo que apodreceu em espírito e ideais.

seja qual for a idade a alergia ou esta tal virose caminha a passos cada vez mais largos para deixar-nos todos igualitários em contaminação.

e se a morte é igual para todos, para alguns, segundo a mesma lógica da contaminação, há o consolo de que seus leitos são em "hospitais de luxo" enquanto outros na fila da nossa eterna indigência discriminatória morrerão cada vez mais na indulgência das filas no inss, justamente onde muitos esperam a mutação de um processo que ainda pudesse salvar-nos pelas vias da redenção ou regressão pela força de novos combatentes.

por conta desta virose alérgica a esperança carcome-se pelo seu próprio anticorpo. é a mudança do tempo dizem, com um corticosteróide a mão e na outra o empurrão com o pito de que passe mais um adiante que não temos o tempo todo para ficar aqui para perder tempo com coisas que não se curam se o próprio corpo não quiser.

aliás, já repararam que a fila dos consultórios dos alergologistas está cada vez aumentando mais ?

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