Saturday, August 12, 2017

e a cigana não leu a minha mão

olhos postos na minha mão, entre os dedos anzóis, persigo linha que chamam da vida; mas que descarrila, de um jeito ou de outro, para a morte que é a estação de todas as linhas. 

se fim de trecho ou última estação, não precisei da cigana para ter a premonição, sendo cigano de mim mesmo. de uma ponta a outra, indo ou voltando, subindo ou descendo, eu jamais ficaria no meio. a mediocridade é um atalho que jamais cogitei. então, píncaro ou abismo, faço-me donatário das minhas linhas de festim. e isto sempre feito com a corda toda. e não são as cordas, ao fim e ao cabo, feitas de sucessivas linhas? corda que enforca, corda que salva, corda que segura, corda que solta. corda que acorda o acorde. e como tal o farei, assim se nada me restar, canção de entoar restolho serei?


 

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