Wednesday, August 02, 2017

desce dai humano



das coisas que mais gosto nos meus gatos, uma, é é vê-los fazendo cocô. 

não! caro leitor, não há aqui nenhum desatino que preze a escatologia. 
mas apenas se lhos comparo aos humanos, ora, ora, que não suportam comparações que não lhes são favoráveis. senão vejamos:

dos gatos, que elegância! que finesse! antes de tudo, e, of course, que higiene. 
da suite a sinfonia, o achado da bandeja, e o ciscar dos grãos de areia. 
sua postura é quase yoga(yôga é o meu cacete!). orelhas em riste, suas contrações, que espalham-se pelo corpo, que se meneia, recorda-me campos de trigo baloiçando aos ventos se assim fosse. 
questão de segundos, matéria expelida, e o cavocar em azáfama termina em pirâmides sem faraós.
não dá para imaginar, por mais superior que se ache a madame ou o janota que não a completa, cena com tal croqui, pois o ato humano é de tal modo carregado de disformes julgamentos, que quanto mais tenta disfarçar, num jogo de esconde-esconde do piorio, e não haveria necessidade, se fosse natural com os demais animais, que o torna enxová-lho de si próprio.

e eis aqui a questão: os seres humanos gostam muito de jactar-se de serem o topo da cadeia da evolução. mas como? se até fazendo merda, os gatos nos são superiores?


p.s. não me atice com a lembrança do odor do "cocô de gato". por ventura, o seu, ou os da nossa espécie, tem alguma fragrância que nos remeta a chanel 5?

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