Saturday, September 16, 2006

misteroquê

subo a notredame, maldigo degraus e o aperto dos espaços exíguos. quanto mais altura mais aperto, resmungo e blasfemo, mastigando um croissant pra turista se fuder: imaginem a merda que não é a subida para o céu ? enquanto cúpula e seu madeirame sugerem-me corcunda.

no terraço tenho o sena a meus pés e a torre eiffel não passa de um galeteiro. estou nas alturas sem asas. gárgulas me sorriem e convidam ao parapeito. lá em baixo um baque surdo anseia por mim.

lamento desapontá-los. fica para outra vez, digo sem muita convicção. então acocoro-me e junto-me as pombas.
chega de paris por hoje. e desço num bater de asas sem quebrar o pescoço.

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