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vida é pra viver e não pra ver.
quem fica só assistindo a vida passar paga um preço.
ultimamente tenho me dado conta que em boa parte dela tornei-me um espectador e talvez até mesmo, sinal dos tempos, um tele-espectador, um net-espiador.
para além da perda, resta algum ganho?que não tenha veia sociológica? talvez, talvez.
não gosto de tudo que vi - a meu respeito inclusive - mas também não desgosto de tudo, inclusive dos desgostos.
o preço de se observar é caro. camarote, platéia ou na fila do gargarejo. muitas vezes além das minhas posses.
se aprendi com tudo o que vi? nem que seja por "osmose ou contágio"? certamente que sim, pensei algumas vezes, certamente que não noutras. estava certo algumas, errado? quantas nem sei quanto.
mas é fato que apesar de ter a consciência de que ver a vida passar é algo bem menor do que vivê-la - isto se você não for um observador para a eternidade, como o fazem alguns poucos imortais - pelo resultado de suas observações, sejam artísticas ou científicas - não peço de volta o dinheiro do ingresso pelos espetáculos que ví dentro do espetáculo da vida - tantas vezes em nada espetaculosos e ou grandiosos e sim, pequenos, medíocres, quando não mórbidos e de uma crueldade, que só mesmo a condição da vida é capaz de conservar.
não peço bis, mas como diria o bardo, bem que tudo que eu vi( e vivi) podia ter sido apenas um ensaio.
mas não foi. é a vida. tenha-a eu vivido ou mediocremente só observado.
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