Friday, August 24, 2007

o perfume

é muito fácil fazer as coisas como se deve. na verdade nem custa tanto. se há que fazer, faça uma vez só: faça bem-feito. contudo, principalmente na minha atividade, desenvolveu-se uma mentalidade que investe mais no discurso do que na prática.
na verdade todos os processos são conhecidos. há conhecimento dos problemas, e sabe-se, na grande maioria dos casos, o que deve ser feito para a solução.
mas parece que andam inventando desculpas para tudo. tudo é problema e o nada cristaliza-se, logo ele como solução. e traz à reboque a família inteira: a inércia, a esperteza desmedida, o atalho por debaixo da gaveta, a falta de sobriedade e o preço fácil com que se cede ante a mentira e a dissimulação.
a falta de verbas é sempre apresentada como o maior impecilho. depois. a administração de pessoas. pessoas são difícéis, você sabe.
mas nem uma coisa nem outra. o que falta para se fazer bem feito é um componente visceral a qualquer profissional que queira preservar sua auto-estima para além dos conselhos dos auto-ajudeiros de plantão.
falta vergonha na cara. falta o sentimento do vômito ante as manobras que fazemos no equivocado discurso da luta pela sobrevivência.
quem quer sobrevida?
a vida profissional não precisa dela. tá cheia disso. a existencial esfolia-nos e apodrece-nos antes de nos macular pelo cheiro.
amanhã tenho de dizer umas verdades a um cliente. qual mesmo o perfume que deverei usar neste dia. O de curtume ?

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