Wednesday, March 29, 2006

gim das selvas

centrinho da lagoa. o centro da lagoa da conceição. não o oficial, ao pé´da ponte. mas o olho do furacão. a maior concentração de avis-raras do pedaço. lugar onde pavão mal chega pra broche. onde as mal-nutridas de derrieère compensam a falha geológica equilibrando-se em saltos que deixam qualquer luiz XV nanico. haja escoliose forçada. algumas bundas por força desta virtualização são capazes de ainda estarem dobrando a esquina enquanto suas donas já estão sentadas no couro de algum animal que tornou-se banco no mais importado portado no pedaço. as que tem de verdade, haja cu doce pra tanto azedo.

ainda assim, o patchuli reina no pedaço. metade, das donas ditas up-to-dates. metade, dos hippies sem to dates nenhum, mas que ainda se encontram por aqui, concorrendo com seu artesanato, sempre olhado de soslaio, com marcas ditas bem ditas. e haja diesel, guga kuerten, agora dando raquetadas no universo fashion. e vamos nos poupar que não estamos aqui pra fazer merchandising de puma, adidas, colcci, VR, triton, iódice,cavalera, sommer, replay,gap, m.officer,osklen.fause haten e você sabe mais o quê.

um lugar de shows pockets, onde caibro de tudo, guitarristas de blues, otto, funk-se quem puder, misturam-se a ementa de desconhecidos para os nomes cáqui como eu. tem casas de pastel, restaurante árabe, cafés que prestam e que não prestam, sucos absintos, casas de carne, massas e cafés, muito cafés, onde uma boehmia custa a bagatela de até 5 reais a garrafela long neck.

a atmosfera é de néon, muito embora não haja quase. não chega a ser um quadrilátero. apenas medida de comprimento e largura pelas metades. mas é como se tudo acontecesse aqui. o meu giro é rápido e embora fome de gigante não simpatizo com nenhum brotinho. o baixo centrinho para mim não está em alta. mas eu hoje estou suspeito de maneira que não se deixe levar pela conversa. passo no magia, supermercado mais adiante, no limítrofe de saída do centrinho, caminho que é feito com um pouco mais de uma centena de passos e caixa rápida já estou com uma daquelas massas que você vai odiar a partir da terceira garfada e abominar depois que esfriar.

mais duas centenas e qualquer coisa de passos, estarei em casa. uma rua, uma curva e quase sossêgo, porque hoje é noite de jazz no canto dos araçás. e aí me lembro de que passei batido no segafredo zanetti, o melhor café do pedaço, de quebra além de lembrar-me portugal - ái portugal, portugal, andas a merecer-me um melhoral - é acoplado a um espaço de net e cds que sutilmente deixa escapar para a esplanada(musica tão boa só na itapema, fm local que vale a pena) aquela área de fora nas calçadas, com cadeiras e mesas à carater, que neste caso está quase metro acima do piso, quase mirante, o que é muito agradável apesar da concentração de estupidez por metro quadrado, incluindo a minha.

descobri o segafredo, após um entre e sai de cafés, do tipo café cultura, café do poeta, só faltou o café do perneta, até reconhecer o sabor que traz barcelona, e até paris na língua e, de caso pensado, ouro preto.

como o centrinho não ganha vida antes das 10, podia ser uma boa idéia escrever isto de lá. mas como hoje não dá, hoje a tarde, tomara que se repita a cena de ontem, garoa fina, ceu nublado, ninguém lá - só abre após o meio-dia- e quem sabe eu consigo atualizar o misterwalk que anda correndo atrás.

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