Wednesday, October 24, 2018

reminiscências históricas ou escadaria abaixo toda pepeca e pinto ajuda

nos anos 60, o aparelho sexual mais usado era o elevador. disputava pau a pau, na verdade degrau por degrau, com as escadarias dos prédios - quanto mais altos melhor - quem era mais safo e preciso na hora do pau nas coxas; e no pau e bucetinha pra que te quero, quando um simples pigarro fazia tudo correr escadaria abaixo. porém, mais do que dúvidas sobre o sexo naquela época, ainda hoje há montes de dúvidas sobre quem se sobressaia melhor quando o pigarro era na porta do elevador, seguido de furiosas batidas do  - vou chamar o porteiro! que nalguns casos já estava devidamente corrompido a nosso favor, provavelmente pra lá de "entretido" com os catecismos do zéfiro, adquiridos a duras mesadas, para comprar o seu silêncio, e a sua demora em verificar o elevador emperrado. 

o certo, é que depois destas, nem vigor de pré-adolescente conseguia fazer subir de novo qualquer coisa que não fosse palpitação e risos safados da escapadela que por pouco não ia pica a dentro. sou levado a pensar que gostávamos mais da adrenalina da escadaria abaixo. do que o pau abaixo do umbigo, ou do elevador que nos levava para o alto. para só então, alguns poucos, descobrir o tamanho do "fundo do poço".

tempos outros, não as chamávamos novinhas, lolitas, quem raio sabia o que era isso? mas sabíamos que estávamos já na idade de tudo descobrir da melhor ou pior maneira. e que fosse calcinha bunda rica, ou com furinhos, que nem assim as faziam bunda de pobre, o certo é que tínhamos muito mais que dez dedos, talvez para compensar o peru que muitas vezes morria de véspera, tamanha ansiedade e nervoso.

fato é, que as meninas eram sempre as mais mais do pedaço. nos iludiam, fazendo-nos crer que nós as iludíamos. o final disto eram punhetas intermináveis, misturadas as lágrimas lambidas, tal qual lambíamos aqueles pelinhos que agora nunca mais. não que elas fossem volúveis. nada disto. mas elas nunca estivem na nossa. tampouco na próxima. elas sempre estavam noutra muito mais a frente. ao contrário do que tentam fazer parecer, as mulheres, enquanto meninas, amadurecem muito mais rápido. para, infelizmente, encruar depois em algum casamento que as faz ser o que nunca foram. e os meninos, não vou dizer pobres meninos, se tornam não raro, os machões odiosos que conhecemos.

mas antes disso tudo, e de tudo isso, éramos seres de calças curtas. de tal forma que, pelo que me lembro, da minha turma, eramos todos cavaleiros. nada de julgamentos comportamentais ou adjetivos nada galanteadores sobre as meninas. no máximo um comentário sobre a peitaça de fulana, ou sobre o quase desmaio de sicrana(ainda sequer sabíamos que o nome disso era gozar). alguns de nós gozávamos sem ejacular. e os que ejaculavam, muitas vezes diziam eles mesmo- eca!, enquanto algumas, raras, arriscavam o-  é bom pra pele, tem gosto de abacate. abacate? bom que tem viamina tem, dá o que pensar.

nos anos 60, apesar da repressão, naquele quarteirão do bairro do estácio, para além do cheiro da marmelada colombo, fábrica vizinha ao nosso edifício, faziamos nós as nossas. sim, porque tudo era mesmo uma marmelada. o sexo não passava de brincadeira de crianças, como deveria ser todo o sexo, que os adultos sempre acham um jeito de estragar.

          (depois haveria o carro, mas isso, pra nós, já era anos 70. a dureza continuava)

           

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