perfeita
minha lucidez
pe(r)de a memória
que me esqueça
que me reduza a um branco
onde novas tintas
nada possam escrever
esferograficamente impedidas de deslizar sobre a superfície pegajosa
minha memória
impávida
não se perde na proposta
e acusa a lucidez de estar sendo emotiva diante da realidade
a memória não se perde
a memória não ser pede
a memória não esqueçe
a memória não se lembra
a memória sequer existe
para além de nossas paredes
pois nada do que está lá existe ou existiu
e tudo o que existiu ou existe lá não cabe
sei isso de memória
das memórias que perdi
e ganhei
nove foras nada
de amores memórias bardas
de rancores memórias bárbaras
tudo num átimo
memorizado e esquecido para sempre
quem vai dizer que isso não é memorável ?
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