Wednesday, June 03, 2015

por certo perdestes o senso e vos direi no entanto


bússola. delas quase nada ou ninguém se lembra. mesmo que modelos modernos tentem reproduzir uma imagem up-to-date.




























mas também isto não adianta muito, ao que parece. quantos saberiam mesmo usar uma bússola? para além de uma certa admiração ou fantasia aventureira, sobre o estar perdido e achar-se com uma gerigonça - hoje se diz gadget - que alguns chegam a pendurar no pescoço? mesmo quando o pescoço está por um fio ?













também de nada adianta chorar sobre a bússola derramada. pior ainda
aconteceu com o astrolábio, este a quase totalidade nem sabe o que é, e quanto foi importante na história de destinos por séculos, muito mais que a própria bússola dos perdidos, já que o astrolábio garantia o caminho a ser achado muito antes.








































fato é que entre tantos artefatos, dos achados e perdidos, chegamos ao gps, o supra-sumo da localização humana. mas qual o quê? quantos também não se perdem com ele muito mais do que se acham ? seja qual for a sua rota, urbana ou transcontinental?


































imponderável ao que parece é: quão mais longe vamos com o pretexto de nos acharmos, e tão somente, mais distante e perdidos estamos do rumo pretendido, quiçá de onde nem nós mesmos na maioria das vezes sabemos que estamos. 

mas não faça disto uma "regra escotista". afinal: tem gente que até parado se perde de si mesmo e de todo o resto. e não é por falta de instrumentos de orientação tirados da caixa ou não.

ainda que corra o risco de fazer uma assertiva pseudo encontrada e ainda mais perdida do que as outras(para não dizer auto-ajudista que baste e não menos piegas) diria que é essencial perder-se, de verdade, para poder se achar. e já que assim é, para que tais aparelhos? e se assim não fosse, achado está, para que os tais também?

entre o achar e o perder-se o pior destino é o daquele que fica no meio do caminho. e assim sendo, nem uma coisa nem outra pois, por mais que se ache a ponto de ser perder ou de se achar, não está nem uma coisa nem outra.

no limbo, nem aparelhos nem a vida funcionam. mas isso não está nas cartas* apenas no tino dos argonautas.

* náuticas, of course

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