Monday, November 19, 2007

numa certa ponte histórica do recife

atravessou a ponte ligeiro e já na cabeça da ponte lembrou-se, não sabe como, a sua andava uma merda, que saíra de casa sem documentos. voltar tudo aquilo, puta que o pariu, calor sufocante, suor escorrendo em pingas, gente feia e mal cheirosa a lhe atrapalhar os passos, chutou as pilastras e bradou isso é uma tabaca de chôla. mediu a distância entre uma cabeça e outra da ponte e quase chorou de tanta raiva da distancia hiperbolizada pelo sol à pino. caralhos me fodam! voltar um carai, nem que se foda. e pulou na frente do ônibus que lhe petelecou a bunda projetando-a sobre a murada fazendo-o cair de cabeça na lama fétida do rio. desemborcado o cidadão, repetia quase afogado, voltar um carai, cuspido de lama em plena bosta de rio.
populares prestativos e bombeiros amuados convergiram. surtou e foi de gaia.
de cima da ponte um bando de cornos mansos amontoava-se sob um sol à pino para apreciar a teimosia alheia.

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