olhos marejados, minha vó olhou para suas pernas marrons de erisipela e disse-me num tom de tristeza que não saberia anos a quantos iria me marcar: - estas pernas já foram tão bonitas.
anos passados, olho as minhas. e compreendo algo do todo que me escapou naquele dia, muito embora levemente sentisse o peso, não sei se das palavras ou das pernas.
sei hoje que não era de estética que minha vó falava. era das sombras da morte; que já lhe subiam por entre as veias dilatadas para nunca mais voltar.
que será da minhas, já que nem posso aguar que já foram belas?
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