Thursday, February 11, 2010

porque se deve amar sempre os gatos(ou as gatas)

no primeiro beijo, o amor salta aos olhos da cara. a língua estala, a baba escorre, se duvidar até catarro engole, tamanho o desejo, a tesão, alguns dizem ilusão. e haja espaços públicos e privados para tanta demonstração de como o amor é lindo.

não há de passar muito tempo, quanto anos? até que o cuspe engasgue, enrolando a cuspida, a língua anestesie a dama e o lorde, que cada vez mais recorrerá as putas, pigarreie na hora h. do quarto iluminado, cada vez mais obscuro e envergonhado da luz que lá fora aponta o fim de caso da retina com a imagem, assombra o mofo em tufos de esmegma. na mesinha de cabeçeira, linho de lenço cambraia lentes intactas e uma griffe da armação que ainda que se queiram conferentes de bom gosto de nada mais já adiantam quando a imagem da perfeição sucumbe ao gosto do gasto.

os que amam tanto, de tanto amar em umidez de enxurrada em breve não se suportarão justamente por isso mesmo. por sua própria natureza o corpo fluidifica ora para dentro e ora para fora o que já não serve aos propósitos da secura.

o amor baba, a boca escarra, a língua seca, isso tudo até que dava pra suportar mas aquela mijada semi-incontinente na porta do banheiro nem cachorro faz.

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