Thursday, July 10, 2008

amy: ame-a ou deixe-a

que tem gente que gosta de dar palpites na felicidade dos outros sabemos aos montes.

winehouse, estimulou novamente a outra categoria: a que gosta de dar palpite na infelicidade dos outros. quer dizer, infelicidade na nossa maneira, certinha, amarradinha, merdinha de ver as coisas.

freaks, junkies, outsiders sempre hão de existir. ao menos para nos mostrar como é a nossa droga de vida desencorajada por uma normalidade que é uma droga só. esta sim, droga poderosa, devastadora. mais viciante do que crack. do qual devemos passar ao largo da cracolândia que alimentamos em cada cidade que viemos principalmente por conta da nossa moral assétpica, que primeiro “guetiza” depois anuncia concessões à ajuda mas só se mudarmos o modo da percepção do mundo daqueles que não o percebem como os ditos normais, equilibrados, que ao fim e ao cabo são os únicos responsáveis pelo que esta aí.

não me dá a menor dó desta gente que fala da amy como uma indigente, coitadinha, que tem por castigo o desatino do espectro de perdida. tudo em nome de um movimento anti-enfisema hipócrita, e em nada solidário.amy passa as ser o exemplo da vez para mostrar o que acontece com mocinhas que chutam o balde. é a bomba relógio que antecipa o fim do blackbird que queremos – sempre- ver na gaiola. deste mal das gentes não sofro: querer – sempre - colocar na gaiola os que cantam a liberdade, seja ela auto-destrutiva ou não. e toda a liberdade – autêntica – é destrutiva de alguma coisa. é o preço da liberdade . mas não desta que aceita cartão de crêdito ou débito.

o mundo é o que é por estar repleto de gente que a tudo enfisema, incluindo a própria vida. asmática pela pequenez e mediocridade que palpita a todo instante sobre a vida da amy. até aquela coisa que apresenta o jornal da manhã da globo, arvora-se a palpitar sobre o “desperdício” que á trip que todos afirmam bad - pra quem cara pálida?) da amy.

julgamos, sentenciamos, praguejamos pelo que a droga da mídia nos enfia no cerebelo. no fundo são estes que mataram jimi, janis, cazuza, renato e outros tantos. vida e voz amordaçada, sem nem um porre que tenha valido a pena, sem sequer experimentar o absinto do que ousam falar, eis a gloriosa classe mírdia a professar sua peninha de plantão(dias sim, dias não
eu vou sobrevivendo sem um arranhão da caridade de quem me detesta )isso sim é dose cavalar da pior de todas as drogas: o coquetel de cinismo, hipocrisia, interesses financeiros, e religiosos(dá para separar?) e haja qspês dos momentos que compõem a falsa moral da amoralidade.

a verdadeira droga que controla a nossa cabeça é o éter entre o que pensamos, dizemos e fazemos. por isso cada vez mais gente perdida no mundo (e não só das drogas) onde os não-drogados são os maiores viciados na destruição do que quer e quem quer que seja que não fume, beba, injete ou mame o que para eles é considerado absolutamente normal. normalísssimo.

junto deles amy não passa de alguém careta demais cuja ingenuidade vai se extinguir – não pelas drogas – mas pelos efeitos da combinação de mídia e show-business, regurgitando o vômito de sempre das questões familiares e particulares em nome da síndrome de abstinência falsamente provocada.

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Now playing: Amy Winehouse - Intro/Stronger Than Me
via FoxyTunes

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