
de rui castro sobre seletas de h.l.mencken, caricaturado na capa acima. nele, entre outras pérolas, lê-se que poucos bichos são tão estúpidos ou covardes quanto o homem. quem sou eu para duvidar se os comentários postados não o desmentem ?
se descubro-me estúpido, não fico nada feliz. mas se me descobrisse covarde certamente não ficaria nada alegre. em compensação escapo de ser o "reductio ad absurdum da natureza animada", que é, ser estúpido e covarde ao mesmo tempo.
então, ao menos um coisa de cada vez. se não for possível ser cada vez menos coisa e mais homem(se nem todo homem é covarde, todo covarde é homem?) e nunca a coisa toda ao mesmo tempo, principalmente ambígua.
e quem quiser que confie pra começar - como diz mencken - em deus, aquele que sempre nos tapeou no passado.
de antemão, antes que a estupidez e a covardia abatam-se sobre os de sempre, valho-me de mencken para subvertê-los: um relincho vale mais do que dez mil silogismos.
o certo é que comentários não incomodam - a maior covardia seria a sua censura - mas a covardia do anonimato presente no elogio ou no ataque acabam por transformar a estupidez assinada em peça digna de respeito.