
não acredito em xamãs, a exceção de uns: fotógrafos. quando digo uns e não todos, porque nem todos tem a capacidade de estabelecer conexões com espíritos e outros, mundos de forma que, muito mais que respeitosa e admirativa, me metem medo; tamanha profundidade de suas revelações com aquilo que, não só não vemos, como jamais imaginamos que possam existir. lenda ou má interpretação, há quem diga que os índios não gostam de ser fotografados porque fotos ( fotógrafos portanto ) roubam a alma - alguém se lembra do mito de uma geração, filme do oliver stone, sobre os doors, com val kimer baixando o jim e seu diálogo com um índio que lhe avisa sobre o roubo da alma? -. acredito piamente que sim. nada, nem ninguém, religioso que seja, psicólogo, psiquiatra e o que mais queiram citar, chega nem perto do que a fotografia (fotógrafos portanto) revela ao prescutar o humano num "clic", obtendo resultados que vão além do divino ou diabólico, como o senso comum costuma definir fenômenos que não entendem e que outras atividades, até científicas, gastam anos e não imprimem a realidade captada ou seria reconstruida? de forma tão instantânea. a fotografia é algo, me atrevo, que nem o universo quântico consegue decifrar, pois ela capta o que está mas não está lá, no momento de sua obtenção. é o ôlho dentro do ôlho da máquina, dentro do ôlho do tempo espaço que pisca para nós durante toda existência mas que só a fotografia consegue piscar de volta causando o espanto do que se deixa fotografar sem dar-lhe tempo de posar. e isto vale até para as selfies ( não aquelas tagarelas narcisisticas das redes sociais). coragem de roubar a sua própria alma - sinais dos tempos - hoje quase todo mundo tem. mas feito por um xamã, pode ser uma experiência devastadora - para o bem e para o mal. não recomendo aos medíocres. muito menos aos que se dizem fotógrafos de " celebridades".