viagens,rotas e destinos.pirambeiras,becos e ruelas. atalhos e picadas.portas,pontilhões e ponta-pés. vida trilhada à pele.enfim,um blog que coleciona topadas e joanetes a procura da reflexologia podal.
Wednesday, October 02, 2024
sei
sei ser não sou poeta. mas sei que sinto como poeta, o que a vida tem de dura arte. mas sinto muito isto não basta para fazer (me) poeta. aproximação é um termo tempo que distancia. e qual a distância entre a poesia e a vida? de cuja medida a poesia extrapola, aprofunda, pesa e anestesia com vicios, a dor que não passa, dando azo as palavras certeiras que comportam peso do mundo antes de se tornarem formações rochosas, onde uns poucos cavocam diamantes e encontram escorpiões. não sei ser mas sei sentir como se soubesse ser. mas isto só não se basta. não me basta. e dou-me um basta. ser poeta é antes de tudo não o ser sendo. o poeta não passa de um pistoleiro mal remunerado da quadrilha dos artistas; cujos alvos ele não tira do envelope: ele coloca. e às vezes coloca tanto e tão fundo que rasga o feito da existência que não cabe no bolso furado. o poeta não é o homem da carteira vazia e da cabeça nas nuvens. poeta é o homem comum deslocado. pés socados no chão de barro e asas dependuradas atrás da porta do infinito roídas por cupins. o poeta é o poison que se tornou anti veneno. mas isso às vezes é um xarope.
Subscribe to:
Post Comments (Atom)
No comments:
Post a Comment