viagens,rotas e destinos.pirambeiras,becos e ruelas. atalhos e picadas.portas,pontilhões e ponta-pés. vida trilhada à pele.enfim,um blog que coleciona topadas e joanetes a procura da reflexologia podal.
Wednesday, April 29, 2015
Wednesday, April 22, 2015
buraco negro
tempos difíceis. para muitos insuportável. a pressão cotidiana e cosmopolitana é a vida de sonhos tornados pesadelos para a maioria.
como sempre nestes casos dá-se o azo à fuga. e a fuga é sempre uma solução intempestiva mesmo que urdida lentamente e nem assim deixa de ser desesperada ou idealizada para alguns: aquela praia paradisíaca, aquele lugar perdido no meio do mato(não sei como é que uma pessoa perdida acha um lugar perdido no meio do nada, das duas uma, ou o lugar ou a pessoa não estão realmente perdidos)a adesão ao budismo ou seria bundismo? mas enfim, fugir disso tudo aqui é a palavra de ordem de quem se julga de todo não estragado ou a tal ponto que a piração é justamente esta.
mas quem entre tantos realmente passa o sebo nas canelas? mochila e se pirulita dessa máquina de moer princípios em que se tornou o modus vivendi cujo fim que determina os fins é o fim inglório, depressivo e tarjeteado?
muitos poucos, é verdade, tem esta coragem, ou esta covardia. mas o que as pessoas não perceberam - e quase ninguém percebe mesmo - é que a esmagadora maioria já fugiu, já se escondeu, naquele que é o maior esconderijo de todos, mas recôndito que a mais funda caverna vietnamita, mais indevassável que o lado não visto de plutão, mais ilhado que a mais escondida ilha das filipinas.
falo das pessoas que se esconderam dentro de si próprias. e tanto, que não é só nós que não as conseguimos achá-las, vê-las e "tê-las" como realmente são. o terrivelmente assustador e peligroso deste esconderijo é que elas mesmo não conseguem mais determinar o que está perdido ou o que está achado. a tal ponto que na superfície movem-se na pele de alguém que nada mais é que um avatar(isso muito antes do mundo digital, sorry geeks e nerds) de alguém que metido em buraco sem fundo de onde não é possível mais enviar mensagens decifráveis já que o avatar existe e reside justamente para enviar falsas mensagens de localização que como todos sabemos seja qual for a energia é sugada pelo buraco negro em que o ser que se esconde de si gera.
a procura do seu lado invisível que quer tornar visível para todos - sempre os outros nunca si próprio - tende a engolir para sempre não só os mais fracos como até os que pensam ser os mais fortes.
a inútil experiência humana tem mostrado que os nossos lados invisíveis tornados visíveis quase sempre não são os melhores de serem mostrados - e aceitos - e isso não tem nada a ver com sinceridade. com o desejo de melhorar, de ser autêntico. de dar a cara a tapa da verdade.
talvez autenticidade seja ficar. mas não ficar como se está ante a impossibilidade da fuga para lugar nenhum que não seja o poço sem fundo pois isto significaria o outro lado de entrada para o mesmo buraco, buraco que tem várias entradas e apenas uma saída inexpugnável que nunca é o lugar por onde se entra.
ficar talvez seja, até "divertido", tentando o controle da osmose que regula o ruim que entra e o bom que sai ou que seja o contrário. mas acima de tudo sem perder o controle até mesmo do pior que existe em você. isto já seria um grande achado que não merece ficar escondido aonde quer que esteja ou seja.
o resto, como dizem nestes tempos, tristes tempos, já é lucro. pode dar romance ou pintura ou simplesmente vida na superfície do corpo que se já não diz tudo também não é necessariamente um nada a mover o nada quando o nada é só o que nos resta.
isto é tudo.
como sempre nestes casos dá-se o azo à fuga. e a fuga é sempre uma solução intempestiva mesmo que urdida lentamente e nem assim deixa de ser desesperada ou idealizada para alguns: aquela praia paradisíaca, aquele lugar perdido no meio do mato(não sei como é que uma pessoa perdida acha um lugar perdido no meio do nada, das duas uma, ou o lugar ou a pessoa não estão realmente perdidos)a adesão ao budismo ou seria bundismo? mas enfim, fugir disso tudo aqui é a palavra de ordem de quem se julga de todo não estragado ou a tal ponto que a piração é justamente esta.
mas quem entre tantos realmente passa o sebo nas canelas? mochila e se pirulita dessa máquina de moer princípios em que se tornou o modus vivendi cujo fim que determina os fins é o fim inglório, depressivo e tarjeteado?
muitos poucos, é verdade, tem esta coragem, ou esta covardia. mas o que as pessoas não perceberam - e quase ninguém percebe mesmo - é que a esmagadora maioria já fugiu, já se escondeu, naquele que é o maior esconderijo de todos, mas recôndito que a mais funda caverna vietnamita, mais indevassável que o lado não visto de plutão, mais ilhado que a mais escondida ilha das filipinas.
falo das pessoas que se esconderam dentro de si próprias. e tanto, que não é só nós que não as conseguimos achá-las, vê-las e "tê-las" como realmente são. o terrivelmente assustador e peligroso deste esconderijo é que elas mesmo não conseguem mais determinar o que está perdido ou o que está achado. a tal ponto que na superfície movem-se na pele de alguém que nada mais é que um avatar(isso muito antes do mundo digital, sorry geeks e nerds) de alguém que metido em buraco sem fundo de onde não é possível mais enviar mensagens decifráveis já que o avatar existe e reside justamente para enviar falsas mensagens de localização que como todos sabemos seja qual for a energia é sugada pelo buraco negro em que o ser que se esconde de si gera.
a procura do seu lado invisível que quer tornar visível para todos - sempre os outros nunca si próprio - tende a engolir para sempre não só os mais fracos como até os que pensam ser os mais fortes.
a inútil experiência humana tem mostrado que os nossos lados invisíveis tornados visíveis quase sempre não são os melhores de serem mostrados - e aceitos - e isso não tem nada a ver com sinceridade. com o desejo de melhorar, de ser autêntico. de dar a cara a tapa da verdade.
talvez autenticidade seja ficar. mas não ficar como se está ante a impossibilidade da fuga para lugar nenhum que não seja o poço sem fundo pois isto significaria o outro lado de entrada para o mesmo buraco, buraco que tem várias entradas e apenas uma saída inexpugnável que nunca é o lugar por onde se entra.
ficar talvez seja, até "divertido", tentando o controle da osmose que regula o ruim que entra e o bom que sai ou que seja o contrário. mas acima de tudo sem perder o controle até mesmo do pior que existe em você. isto já seria um grande achado que não merece ficar escondido aonde quer que esteja ou seja.
o resto, como dizem nestes tempos, tristes tempos, já é lucro. pode dar romance ou pintura ou simplesmente vida na superfície do corpo que se já não diz tudo também não é necessariamente um nada a mover o nada quando o nada é só o que nos resta.
isto é tudo.
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Sunday, April 19, 2015
um bom lugar para se morar
grosse pointe public library |
ora, talvez seja por isso mesmo. eis aqui, sem dúvidas, um bom lugar para morar os pensamentos e as ideias, que são por assim dizer, primos espectrais dos pensamentos, quando eles não estão por ai a provocar confusões e esclarecimentos, como é certo devem eles provocar, principalmente em quem não tem lugar para que eles morem sossegados na própria cabeça.
os pensamentos, digamos assim, são uns inquilinos esquisitos e pra lá de exigentes - mesmo que a moradia seja medíocre.
por isso que achei que este espaço era um bom lugar para se morar. eu, o morador esquisito, de pensamentos nem tanto, mas espectral quando se trata de ter ideias e habitar corpos e cabeças
Thursday, April 16, 2015
Monday, April 06, 2015
sem juizo
de certa maneira, todo homem ou mulher nascem predestinados a fazer grandes coisas ou grandes merdas.
se uma coisa ou outra, acredito piamente que a escolha é deles. e que não há força sobrenatural ou nada, que possa modificar isto, para além deles mesmos.
portanto, não serei eu a fazer juízo dos que, entre fazer grandes coisas ou grandes merdas, preferiram não fazer porra nenhuma; ou merda nenhuma como queira.
no mundo de hoje, isso dá uma trabalheira daquelas. é só olhar em volta.
Saturday, April 04, 2015
curta a vida para que ela não seja curta - ou melhor, quer dizer, pior: mais curta ainda*.
o necessário, não mais que o necessário, mas também não menos
* ou, se você preferir, a vida é muito curta para ser pequena.
* ou, se você preferir, a vida é muito curta para ser pequena.
Thursday, April 02, 2015
não é assim que a banda toca ?
clarice lispector |
Sou composta por urgências:
minhas alegrias são intensas;
minhas tristezas, absolutas.
Entupo-me de ausências,
Esvazio-me de excessos.
Eu não caibo no estreito,
eu só vivo nos extremos.
Pouco não me serve,
médio não me satisfaz,
metades nunca foram meu forte!
Todos os grandes e pequenos momentos,
feitos com amor e com carinho,
são pra mim recordações eternas.
Palavras até me conquistam temporariamente...
Mas atitudes me perdem ou me ganham para sempre.
Suponho que me entender
não é uma questão de inteligência
e sim de sentir,
de entrar em contato...
Ou toca, ou não toca.
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